Keep Breathing, Naruto

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Notas da Autora 

Emily C Souza: Essa fanfic é uma parceria minha com a Camy, não há como coloca-la como autora dessa fanfic, mas saibam que somos nós duas que escrevemos e que tenho total autorização para escrever essa continuação.

AVISO: É preferível que leiam Don't let me go e I am already gone para melhor entendimento, e à aqueles que já leram essas duas obras maravilhosas, venham chorar com a gente.

Perfil da Camy: https://www.wattpad.com/user/CamyMJ

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Segurou a mão de Sasuke até Mikoto avisá-lo de que estava na hora. Apertou-o com mais força, esperando que ele abrisse os olhos e que pudessem se perder na alma um do outro só mais uma vez. Kushina, que estivera acariciando seus cabelos negros pelos últimos minutos, foi a primeira a se afastar. Precisou abrir os dedos do filho para que ele o soltasse, e Naruto sentiu como se estivessem arrancando um pedaço seu enquanto o afastavam do namorado.

Não conseguiu olhar a tampa cair sobre o caixão. Ele e Kushina se abraçaram, ambos de olhos bem fechados, e soluçaram alto numa dor tão intensa que fez Fugaku se sentir constrangido.

Minato ajudou a carregar Sasuke até perto da lápide de Itachi, e o resto da família Uzumaki o seguiu em agonia. Não havia volta agora. Os soluços pararam junto da comitiva. Nunca apertou os dedos de Kushina com tanta força.

Naruto não poderia descrever o que sentiu enquanto assistia o caixão descer para a cova. Era uma mistura de vazio e desespero que o deixaram em estado de espera; como se seu corpo e sua mente houvessem desligado. Não havia barulho ao seu redor, as lágrimas não permitiam que visse coisa alguma, não sentia a mão do pai no seu ombro, ou o abraço da mãe. Tudo o que via era o caixão sendo abaixado devagar. Desejou ardentemente ver sua pele pálida de novo, seu semblante tranquilo...

Em silêncio, disse adeus àquele que mais amou e que não pôde salvar.

Os dias que se passaram ao velório de Sasuke foram os mais sombrios da sua vida.

Tudo o lembrava dele: o lugar vazio ao seu lado na sala de aula, o refeitório, o pátio onde suas brigas falsas sempre aconteciam. Às vezes, quando estava caminhando pela escola, podia jurar que Sasuke viraria um corredor e que se encontrariam às escondidas no banheiro. Em casa, Kushina havia colocado um colchão em seu quarto e obrigado Naruto a dormir com eles. Não reclamou. Deitar-se na cama que haviam compartilhado tantas vezes era tortura demais.

Mesmo a coisa mais simples, como jogar World of Warcraft, era sufocante. Lembrava-se de quando jogavam juntos, de como competiam para ver quem era melhor e de como Sasuke o distraía com beijos no pescoço.

A direção da escola montou um mural em homenagem a Sasuke, e Naruto quis destruir tudo. Ninguém ali realmente se importava, ninguém sequer o conhecia. Para eles, Sasuke não passava de um garoto inteligente e misterioso que não se importava com ninguém (se sentia um merda por tê-lo chamado de arrogante tantas vezes). Não sabiam do quanto ele era atormentado, do quanto se odiava; não sabiam quais eram seus demônios. As garotas choravam porque não teriam mais a chance de ficar com ele, e somente Kiba e Sakura sabiam que elas não teriam chance mesmo com Sasuke ainda vivo.

Passou duas semanas dormindo com os pais até se sentir sufocado e pedir um pouco de privacidade. Kushina não ficou feliz; foi Minato quem a convenceu a lhe dar um pouco de espaço.

E então o boato de que Sasuke se matou em um acampamento de cura gay se espalhou.

Foi um choque. Não tanto sobre a sexualidade dele, porque já havia o rumor de que Naruto e Sasuke se encontravam às escondidas, mas sobre o acampamento de cura gay: parecia absurdo acontecer algo como isso em pleno século XXI. Comentários irritantes ("ele nem parecia", "eu nunca ia imaginar", "que desperdício") também percorreram a escola, porém foram minoria. Quem ainda não tinha certeza do romance deles, passou a ter. Várias pessoas que nunca haviam dado um bom-dia a Naruto antes, agora vinham lhe abraçar e dizer que tudo ficaria bem. O que eles sabiam?

You without meOnde as histórias ganham vida. Descobre agora