Chapter Four - Vidas Cruzadas

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Saí do banheiro a passos firmes. Ainda não acredito que precisarei aceitar esse absurdo. Mas se esse é um jogo, eu entrarei para ganhar. Aproximei-me da mesa onde ela estava e chamei:

- Ya! Seu nome é Jisoo, certo? - Perguntei, me sentando ao seu lado.

- Sim, e o que você tem a ver com isso? - Ela disse ríspida.

Caramba, eu sabia que ela era uma filhinha de rico, mas não que era tão arrogante assim. Como vou conseguir viver com ela por tanto tempo? E eu achando que as coisas não poderiam ficar mais difíceis.

- Eu estava pensando, se vamos dividir a mesma casa, precisamos começar a nos conhecer melhor - Tentei, mais uma vez me aproximar dela.

- Não sei o que pode vir de bom de alguém de sua classe - Continuou, em sua arrogância.

Eu juro, estou fazendo de tudo pra me segurar e não dizer umas boas verdades na cara dessa pedante. Suspirei e tornei à tentativa de travar uma conversa civilizada.

- Qual ano você cursa? - Perguntei, ainda, uma última vez.

Ela apenas ignorou. Então o seu pai pigarreou, provavelmente querendo que ela respondesse. Ela revirou os olhos, e falou:

- Estou no segundo do colegial.

- Que interessante, eu também estou. Será que vamos ser colegas de turma também?

- Espero que não... - Resmungou

O jantar terminou, sem que trocássemos mais nenhuma palavra. Também não me ocorreu mais nada para perguntar. Seguimos, então, até a minha casa. Ao chegarmos lá, saí do carro rapidamente e corri até dentro de casa, fui ao meu quarto, tomei um bom banho e me joguei na cama.

Por hora, resolvi recuar um pouco e analisá-la. Terei que repensar as minhas estratégias, pois ela é uma pessoa realmente difícil de lidar. Mas eu, Hirai Momo, não irei fugir de um desafio de tamanha grandeza. Eu tenho que descobrir o que a fez se tornar uma pessoa tão amarga, não é possível alguém já nascer com tal personalidade.

Perdida em tantos pensamento, acabei adormecendo

-------- × --------

Com um som no último volume em meus ouvidos, acordei aos pulos e com o coração acelerado. Sinto ao mesmo tempo um líquido viscoso em meu cabelo e descendo por todo o meu corpo. De repente, a Jisoo entra no quarto sorrindo e joga várias penas em cima de mim, tirando, em seguida, uma foto, com aquelas máquinas que imprimem na hora.

- Mas o que é isso?! - Pergunto, irritada.

- Só uma lembrancinha - Ela debochou e saiu rindo.

- Sua... Peste - Falei, furiosa. Indo para o banheiro tomar um banho e tirar toda essa meleca que cobre o meu corpo.

Momo, controle-se. Você tem que fazê-la mudar e não se igualar a ela. Respire fundo e siga em frente.

Terminei o banho, troquei de roupa, recolhi meus materiais e desci para tomar café. Apesar de ter tomado um bom banho, a tinta fez com que o meu cabelo ficasse duro e seco, com vários pedaços de pena, essa peste ainda me paga. Coloquei um boné, para esconder essa coisa aterrorizante que virou o meu cabelo. Optei novamente por apenas uma maçã. Peguei e saí de casa, sem esperar pela Jisoo. Por sorte, a Jeon e a Nayeon já estavam a minha espera. Fui rapidamente a seu encontro.

- Momo, o que aconteceu com o seu cabelo? - Perguntou Jeon, aterrorizada.

- Não aconteceu nada - Falei, apressando o passo.

- Amiga, você sabe que eu te conheço. Desembucha - Ela insistiu.

- Tá, Tá. A garota que eu te contei, ela me pregou uma peça e estragou o meu cabelo - Disse, quase chorando - Agora terei que cortar e tratar.

- Ah, eu já sabia que ela era uma va... - Ela foi interrompida por mim, que não a deixei terminar a frase.

- Vamos, não quero ouvir mais sobre ela hoje - Falei irritada, comecei a andar cada vez mais rápido, queria acabar com esse assunto de vez.

Mas para a minha infelicidade, ela também estava lá. Não sei em qual sala ela está, mas não estando na minha, tudo irá correr bem.

Eu com certeza irei ao salão após as aulas, talvez resolvam esse problema, ou pelo menos o diminuam.

Não esperei nem pela Nayeon, nem pela Jeon. Fui direto para a sala de aula, queria tentar esquecer o ocorrido, mas percebi que seria totalmente o contrário, quando vi que a Jisoo também estava lá. Meus olhos se encheram de ódio, mas tinha que manter a postura e não me exaltar, minha capacidade iria além do imaginário. Tentei passar as aulas ignorando-a, focando apenas no assunto. Apesar de ter recebido várias bolinhas de papel na cabeça, de ter visto várias pessoas cochichando e apontando para mim, o tempo passou-se tranquilamente.

No intervalo, me aproximei de onde estavam todos reunidos. A Jeon, a Nayeon, a Tzuyu e o Youngjae. Quando perceberam que eu estava me aproximando, abriram um espaço, para que eu sentasse perto deles. Youngjae foi o primeiro a perguntar:

- Momo, sem querer ser intrometido, mas o porquê do boné? - Ele perguntou apontando para a minha cabeça.

- Uma longa história - Falei, sem vontade de querer continuar com esse assunto.

- Conta, quem sabe podemos ajudar - Tzuyu, se pronunciou e Youngjae concordou.

Contei-lhes a história, por mais que não quisesse, eles iriam me fazer contar de qualquer maneira.

- Que pessoa mais sem coração - Youngjae comentou.

- Sabe o porquê dela ter feito isso? - Nayeon se pronunciou, algo inusitado de acontecer.

- Eu não sei, talvez ela não tenha ido com a minha cara - Falei, com um tom de tédio.

- Olha, se eu fosse você, iria logo nos tapas com ela - Brincou, JaeJae. Todos riram do jeito que ele falou.

- Vamos, o sinal já vai tocar. - Jeon avisou, nós nos despedimos e fomos para a sala.

O tempo passou rapidamente, eu não via a hora de acabar, para resolver esse problema e dar um fim nisso.

Após o fim da última aula, avisei a Jeon e a Nayeon que iria sozinha dessa vez, pois iria passar no salão antes de ir para casa. Elas concordaram e eu fui correndo para o salão. Quando ia atravessar a rua, por um instante quase sou atropelada por um carro em alta velocidade, mas sou segurada por alguém. E esse alguém era Dahyun.

- Cuidado, Momo. Assim você pode se machucar - Ela sorri - Para onde você ia com tanta pressa?

- Eu estava indo ao salão - Respondi, de um modo tão automático que cheguei a parecer com um robô.

- Ah... Está bem, mas só tome um pouco mais de cuidado ao atravessar a rua. Eu tenho que ir, até mais, Momo - Ela acenou e saiu andando.

Ela tão meiga, foi tão fofo o modo que ela ficou preocupada comigo. Kim Dahyun... Como você consegue ser tão perfeita? Você é um anjo, não merece as imundícies desse mundo.

My First Love, Girl of My Heart ღ DahMo ღUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum