Capítulo 01

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Eu tava certo de que o amor era pros outros, não era pra mim

Um cara esperto fechado no meu canto, eu só vivia assim

Entre uma boca e outra, uma dose e outra

Toda madrugada nessa vida louca

Nem passou pela cabeça me apaixonar

COMO É QUE A GENTE FICA – HENRIQUE E JULIANO


Domingo, 22 de fevereiro de 2015

Ao acordar a primeira coisa que sempre fiz foi abrir os olhos, mas ultimamente tem sido: esticar meu braço para o lado esquerdo da cama e procurar por aquele corpo gostoso e cheiroso que tanto gosto de abraçar. Mas tem dois meses que não o encontro mais e, toda vez que isso acontece, meu coração se comprime em meu peito, a ponto de me sufocar.

Minha cama é uma box de casal, cabia-a perfeitamente aqui. Agora, ao acordar é um tédio total encarar o espaço vazio e as paredes cinza do meu quarto me rodeando. Até meu amigo Bob Marley sorrindo no pôster, atrás da minha cama, que antes me trazia certa tranquilidade, tem me deixado angustiado.

É oficial! Sou um merda de um babaca apaixonado!

Depois que Laura voltou para Nova Iorque, tem sido difícil me acostumar com sua ausência, principalmente quando acordo. É tão estranho não tê-la ao meu lado. Parece que falta um pedaço de mim. Sinto como se ela tivesse o levado junto a si, na mala.

Pode soar melancólico, mas a sensação é essa mesmo.

Não sabia que gostar de alguém pudesse ser uma merda tão doída assim. Agora, mais do que nunca, não entendo como pode alguém ver prazer em se apaixonar. É realmente uma merda!

Estico meu braço para pegar meu celular na mesa de cabeceira e ver a hora. Oito da manhã. Está cedo ainda para um domingo sem obrigações. Entro no aplicativo de mensagens para ver se há alguma que não seja algum idiota me parabenizando. Não que seja meu aniversário. Acontece que Mia saiu espalhando a notícia da nossa gravidez por aí e, desde então, tenho recebido muitas felicitações indesejadas.

Ingrid: E ai, geral sabendo que você será papai. Parabéns, Piu-Piu! 😉

Não respondo. Rolo outras mensagens, desinteressado em abrir ou respondê-las, visto que o assunto é o mesmo.

Posso parecer um idiota e agir como um por ter esse pensamento, mas às vezes me pergunto se realmente sou o responsável por essa gravidez.

Sempre usei camisinha, desde que peguei um trauma aos meus dezessete anos.

Transei com uma guria gostosa no banheiro da minha escola, desesperado e desprevenido. Raissa era tão gostosa e safada que me fez explodir em dois minutos. Em compensação, me passou uma DST, que no dia seguinte o que ela fez explodir foram minhas bolas, mas não de maneira positiva. Sem falar no meu pau, que, após o episódio, pareceu sofrer de faniquito.

Foi assustador. Não quero ter que passar por isso outra vez.

Agora, dificilmente me autorizo enfiar o grande Bê no meio das pernas de alguma gostosa sem me proteger. Grande Bê é o nome que dei ao meu pau. Já o chamaram de pau propriamente, e até de Piu-Piu, mas queria que ele tivesse um nome exclusivo e, como as garotas sempre se surpreendiam com sua grossura e tamanho, o batizei de "o grande Bê".

Minha quase irmã - Irmãos Louzada - Livro II - Bernardo [Amostra]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora