12 - o beijo

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— Posso fazer uma pergunta?

— Sim, Charlie.

— Por que as pessoas legais escolhem amar as pessoas erradas?

Silêncio.

— Bem... Nós aceitamos o amor que achamos merecer.

As Vantagens de Ser Invisível

Stephen Chbosky

👽

Assim que Sophia deixa o quarto, fechando a porta atrás de si, Cristhine se assenta na cama de Austin de forma descuidada.

— E aí, Alby. — cumprimenta o garoto.

Ele sorri

— Olá.

— O que você está fazendo aqui? — Austin interroga assim que se recupera do choque.

— Ora, decidi visitar o meu namoradinho querido. — murmura sarcástica, fazendo-o revirar os olhos.

— Na verdade, estou aqui para fazer o meu trabalho. Ou você esqueceu que o nosso acordo ainda tá de pé?

— Mas não entendo. Você não precisava vir hoje.

— Eu sei, mas resolvi fazer um ato de bondade. — diz docemente, deixando-o estupefato. Ela o encara por um momento, então cai na risada. — É claro que não! É que lá em casa estava um tédio, aí decidi encher o seu saco um pouquinho.

— Hm.

— Espera! — eles desviam a atenção para um Alby surpreso. — Vocês não iam fingir só naquele dia do jantar?

Cristhine o observa em dúvida, decidindo se abre o jogo ou não na frente dele.

— Pode contar. — Austin se recosta contra os travesseiros. — Ele é de confiança.

Cristhine não entende como esse garoto pode ser de confiança, mas decide dizer:

— Uma garota chamada Melissa namorava o nerd aqui, deu um pé na bunda dele por causa de outro garoto e agora ele me contratou pra fazer ciúmes nela, entendeu?

Austin revira os olhos para o seu modo peculiar de descrever a situação.

— Sim.

— Até que para um garoto dessa idade, seu irmãozinho é bem esperto. — encara Austin, surpreendendo-o.

É a primeira vez que ele a vê elogiando alguém. Isso vai entrar pra história!

— Alby, querido, venha lanchar. — Sophia grita lá de baixo.

Animado, o garoto obedece à mãe e encosta a porta depois que sai.

— Me explica uma coisa. — Austin encara Cristhine. — Como você apareceu no exato momento que eu estava apanhando.

— Eu moro naquele bairro. Estava indo para a escola quando te vi.

Ele está prestes a fazer um comentário, quando a porta é aberta de supetão.

Antes que Austin assimile o que está acontecendo, Cristhine se joga em cima dele e o beija.

— Oh, eu não queria atrapalhar. — a voz de Sophia se distancia enquanto ela fecha a porta novamente.

Austin ainda está atordoado e não consegue fazer os seus lábios pararem de se moverem sobre os de Cristhine. Um arrepio sem sentido o percorre quando ele abraça a garota.

Ela, por outro lado, está surpresa demais com a própria atitude. Nunca havia beijado um garoto antes e nem teve vontade, mas agora é diferente de alguma forma. Quando acha que sua mente vai explodir de confusão, empurra-o, interrompendo o beijo.

Austin faz uma careta de dor pelo impacto, e Cristhine fica de pé, tentando esconder a confusão.

— Por que me beijou? — questiona ele, limpando os lábios com a mão. O gesto causa uma sensação esquisita na garota.

— Eu... eu... — gagueja sem jeito, então fica carrancuda. — Acontece que sua mãe ia estranhar dois namorados que só sabem bater papo atoa.

Que mentira esfarrapada! — pensa Cristhine.

Ela não entende o que a impulsionou. Só ficou admirando os lábios do garoto e sentiu uma inexplicável vontade de beijá-los.

— Você está certa. — Austin concorda não muito convencido, pensando na sua própria reação ao beijo.

Foi apenas um gesto automático. pensa

— Está aqui o lanche de vocês, queridos. — Sophia entra no quarto com uma bandeja de sanduíches, lançando um olhar conspirador na direção de Cristhine, o que a faz corar.

Cristhine - A Namorada De AluguelWhere stories live. Discover now