Dia Perfeito

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P.O.V. Blair

Finalmente o dia mais esperado da minha vida chegou! Hoje, no meu aniversário de 17 anos, conhecerei meu noivo, Lorde Nathaniel Archibald pela primeira vez. Tudo tem que estar perfeitamente...

— Ai! — exclamo de súbito, virando-me para a serva que estava arrumando meu vestido. — Você não quer que nada saia errado hoje, não é mesmo? — ela me olha assustada e abaixa a cabeça. — Dorota! — chamo minha aia mais especial. Ela vem do outro lado do meu enorme quarto quase em um piscar de olhos.

Assim que pede licença, com uma pequena mesura, aproxima-se de meu  vestido para continuar o trabalho da serva.

— Não se preocupe, milady... — começa a tentar me tranquilizar — ... Não chegou a deixar nenhuma marca, tenho certeza de que a senhora terá o dia mais perfeito de sua vida hoje.

Suspiro aliviada, Dorota sempre soube o quê e como falar comigo. Me sentia segura quando estava ao seu lado.

— Onde está Serena? — pergunto-lhe. Lady Serena Van Der Woodsen é minha melhor amiga desde que me lembro. E, neste meu dia tão especial, quero compartilhar cada segundo de minha felicidade com ela.

Mal termino de perguntar à Dorota e eis que a porta do meu quarto é aberta. Quem entra é uma jovem alta e loira, com um sorriso gracioso. Serena, a própria.

— Parabéns, Blair! — exclama e vem ao meu encontro.  — Não sei nem o que dizer...Estou tão feliz por você! —  ela chega mais perto e nos abraçamos. Felizmente, minha aia já havia terminado de arrumar o vestido e eu não senti mais nada de dor. 

— Eu ainda não acredito que vou conhecer Lorde Archibald. — volto a suspirar, pensando no homem por trás daquele nome que ouvi desde que era pequena. Calma, Blair, logo você encontrará seu noivo...

— Blair, quase ia me esquecendo... — Serena volta a falar, trazendo-me de volta para o mundo real. — O senhor, seu pai, deseja lhe ver, disse que era urgente... — me informa, demonstrando curiosidade em seu rosto.

Assim que termina a frase, já estou saindo do quarto. Meu pai me chamou! Há quantos dias não consigo vê-lo? É apenas de manhã e meu coração bate cada vez mais rápido...

Se correr não fosse totalmente contra a etiqueta de uma dama, já teria chego até meu pai. Porém, minha consciência fala mais alto e eu acabo tentando me contentar em dar passos apressados que ecoam pelo longo corredor vazio.

Meu pai está em seus aposentos, um lugar mais arrejado do que os meus, que ficam nos fundos do castelo, onde a luz solar é rara visita.

— Minha princesa! — ele me recebe com o sorriso amoroso de sempre. — Feliz aniversário! — afaga meu cabelo  logo em seguida.

— O senhor me chamou? — pergunto retribuindo o sorriso.

— Ah, sim! — me responde e volta-se para sua mesa, pegando uma pequena caixinha em meio a tantos papéis. — Isso é para você, Blair. — entrega-me com delicadeza o pequeno objeto e posso ver melhor seus detalhes: uma caixa de madeira com o brasão de armas Waldorf bem no centro da tampa e detalhes em prata.

— É tão... Maravilhosa, meu pai! — tento conter tamanha alegria para manusear a caixa sem prejudicá-la. Decido me preparar mentalmente para abrí-la. Um... Dois... Três!

Tento controlar minha emoção para não chorar ali mesmo, na frente dele. O conteúdo da caixinha é algo com que sonhei por muitos anos: a principal jóia da Família Waldorf, um colar de ouro e esmeraldas magnífico que é passado de geração em geração para a folha mais velha quando se casam.

— Usará esta noite na nossa recepção ao jovem Lorde Archibald?

— Claro meu pai, será uma honra para mim usar esta jóia  que me foi confiada . — respondo-lhe e sou dispensada.

Guardo o colar na caixa e decido voltar para o meu quarto. Preciso contar as novidades para Serena, agora mesmo!

***

P.O.V. Chuck

Meu caro amigo, Nathaniel Archibald, casará em uma semana. É difícil acreditar como ele aceitou esse casamento sem nunca ter visto o rosto da noiva antes." Nós somos noivos desde que nascemos, Chuck" foi o que ele me disse.

E como acabei vindo nessa viagem, atravessando meio país e sem nem ter tempo de parar em um bordel ou dois? Acredite, nem eu faço ideia.

A única coisa apreciável era o nervosismo estampado no rosto de Nate e, a medida que nos aproximávamos do Castelo Waldorf estava cada vez mais impossível para ele disfarçar.

— O que seu futuro sogro pensaria se lhe visse nessa situação, Nathaniel? — pergunto começando a rir.

— Que eu sou um homem, talvez? Atravessei metade do país para conhecer uma mulher que nunca vi na vida. — ele me responde também rindo.

— Espero que não se decepcione, meu amigo. Terá que ficar casado para o resto da sua vida. O lado bom é que sempre existe onde se divertir. — Ele concorda com a cabeça e termina nosso pequeno diálogo com "eu espero que não, mesmo".

O resto do caminho foi um silêncio praticamente inquebrável, cada um imerso nos próprios pensamentos até que finalmente paramos em frente a um enorme castelo de pedras, cercado por inúmeras plantações a perder de vista.

Logo encontramos um servo que correu dar as notícias aos amos e fomos então recebidos no pátio central da magnífica construção. Embora não se comparasse a propriedade Bass, não deixava de ser um lugar interessante.

Assim que descemos dos cavalos, fomos melhor recepcionados no hall do castelo: um aposento bem espaçoso e confortável.

— Sejam bem vindos, milordes, à nossa humilde casa! — A voz de Lorde Waldorf ecoou pelo resinto.

— É uma grande honra estar aqui no dia de hoje. — Nathaniel respondeu, seguindo a cerimônia de sempre e fazendo uma reverência ao dono da casa. Logo em seguida, direcionando-me o olhar, continuou:

— Este é meu grande amigo, Lorde Bass, que me acompanhou nessa viagem.

— Agradeço a hospitalidade, milorde. — agora foi a minha vez de fazer uma reverência. Em seguida, Lorde Waldorf apresentou-nos a sua pequena família: sua esposa, Lady Eleanor e sua filha, noiva de Nate, Blair.

Blair...

Blair...

O nome da jovem que estava à minha frente, ecoou em minha mente. Por alguma razão, não sei qual, foi difícil desviar o olhar dela. Algo não estava certo. Não, Charles, não é nada, pare de pensar nela!

Mas, eu não conseguia. Logo, notei que ela retribuía meu olhar que no começo se fixou totalmente em Nathaniel.

Sentia uma sensação estranha, como nunca sentirá por mulher alguma. Algo naquela Blair Waldorf parecia me fascinar, porém não tinha ideia do que era.

Não, Charles. Não pense. Lembre-se: você é Chuck Bass!

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Olá, pessoal!

Aqui é a autora.
Gostaria de comunicar que tentarei usar uma linguagem mais antiga, adaptando um pouco mais à ideia do medieval. O que estão achando desse primeiro encontro Chair?

Obrigada e até mais ❤















Jogo PerigosoWhere stories live. Discover now