CAPÍTULO XXVI

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   Um mês depois .....

   Um mês depois

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— Aqui. Mais uma carta dela.

Jogou o envelope encima da minha mesa.

— Até quando vai fazer isso?

Deixei de lado minhas coisas e olhei pra ela.

Àquilo era tortura! Eu estava tão preocupado com a Elisabeth quanto ela.

— Até a culpa te consumir por inteiro e você tratar logo de fazer alguma coisa a respeito.

— Giovana, nem tudo acontece na hora que a gente quer, quando a gente quer. Não é tão simples.

— Não vem com essa pra cima de mim. Já têm um mês! Ela me escreve todos os dias, contando como são as coisas lá dentro. A coitada trabalha com medo porque sabe do que o nosso primo é capaz. Não anda dormindo direito nem comendo quase nada com nojo daquele lugar. Acredite se quiser, mas o merda do Stéfano bate na cara das meninas sempre que elas não seguem corretamente as regras dele. Eu choro lendo essas cartas e só imagino o pior. A Elisabeth e todas àquelas garotas amarguradas se acabando dia e noite e sendo castigadas pelas mãos daquele imbecil, isso tudo por culpa sua.

Apontou o dedo na minha cara.

— Você sabe o inferno que é aquele lugar e mesmo assim a entregou de mão beijada.

— O negócio do papai estava em risco, não tinha outra alternativa. Estou falando de um negócio inteiro, o Stéfano pretendia comprar tudo.

— Eu não quero saber de nada disso, quero saber quando é que você vai tomar uma atitude, porque enquanto ela está lá sofrendo, você se encontra aqui, sentado, bem de boa.

— Estou fazendo tudo o que eu posso no momento.

— Então agiliza.

Caminhou até a porta; e antes de sair, se virou mais uma vez, com uma expressão de decepcionada.

— Pare de perder tanto tempo e abrace de uma vez por todas esse sentimento que você tem pela Beth, ou então pode vir a ser tarde demais.

Saiu do meu escritório.

Obviamente eu tinha um plano. Acredite se quiser, mas de todos ali eu era o que mais estava esquentando a cabeça. Desde o dia em que a Elisabeth saiu da minha boate, eu venho pensando em uma estratégia de prejudicar o Stéfano e ainda sair por cima, completamente ileso, sem ninguém saber sobre o nosso parentesco ou então achariam que nós dois trabalhávamos juntos.

Eu tinha um pessoal equipado que me ajudaria na questão e somente eu e eles sabiam sobre o meu ataque. Não contei pra mais ninguém para evitar envolvimentos. Se as coisas dessem errado, apenas eu estaria na mira. Eu também tinha uma carta na manga caso algo falhasse : se eu fosse pego, era só... meter uma bala na minha cabeça que estava tudo resolvido.

Uma coisa que aprendi ao longo da vida foi que você nunca deve atacar diretamente. Precisa dar um tempo, esperar cozinhar, por isso demorei tanto, ainda tive que planejar o plano.

Eu havia pensando em tudo o que faria caso as coisas fossem pro brejo, mas não tinha pensando sobre... e se desse certo? Acho que a melhor alternativa era deixá-la em paz.

É claro que eu já tinha imaginado nós dois juntos e felizes, curtindo um ao outro, eu deixando essa vida pra sempre e indo morar em uma casinha  só nossa, apenas eu, ela e um punhado de filhos. Seria um sonho!

Mas cai na realidade e vi que isso não é pra mim. Eu sou um vilão e ela é a mocinha. Estou destinado a continuar nessa vida. Bem que eu gostaria, mas não tem como nós dois darmos certo. Eu vou salvá-la e ela irá sumir da minha vida sem passagem de volta. A Elisabeth merece ter uma vida normal.

Peguei o telefone e o tirei do gancho, discando o número.

— Alô, Hank? Será hoje, cara. Se prepara. E chama o pessoal.

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Será tarde de mas para o Seba?

Não sei

SEBASTIÃ-MÁFIA MONTANARI [Completo] [L1] 2018Where stories live. Discover now