herança • INSPO

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A casa do meu avô foi a coisa mais suntuosa que houve em toda minha vida. Vi poucas igrejas e nenhum palácio nessa existência miserável. Mas vi os andares opulentos da casa do meu avô.

Vi afrescos e mármore, grandes janelas com vistas de tirar o fôlego, pratarias mais velhas do que meu sobrenome. Vi escadarias, abundâncias de degraus que guardavam para si o eco de passos que passaram ali muito tempo atrás. E meu avo, a coisa mais opulenta de todas. Rugas de ancião, cabelo branco feito estrelas, tão mais rico do que loiras ou castanhas madeixas jovens. Coletes por cima de camisas brancas, calças de alfaiataria, chapéus diversos. Perdeu-se em baixo da terra, a opulência. E restou pouquíssima a mim.

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