Capítulo 6

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CAPÍTULO 6 - INSÔNIA

Olhando para um relógio pequeno nos pés de uma das camas, Brooklyn viu o horário indicado: 03:30 AM. Da última vez que havia olhado para o relógio, logo que havia se deitado na cama, o horário era 10:40 PM.

Eles não tinham um relógio na Clareira e por isso, definiam o horário pela posição do sol ou lua, mas isso não significava que eles não soubessem o que era um relógio e o que eram as horas e minutos.

Brooklyn sabia que dali poucas horas teria que se levantar e encarar mais um novo dia de exames, uma aula sobre menstruação e sabe-se lá mais o que, mas a garota não conseguia pregar os olhos sem reviver os dois últimos dias.

Por volta das onze horas, as travas das portas haviam sido acionadas, impossibilitando Brooklyn de sair do quarto, mas por várias vezes, a garota olhou, pelo vidro da porta, o corredor, a procura de alguém que a ajudasse sair dali.

Brooklyn se imaginou dividindo o quarto com os amigos, seria uma novidade para ela (e para eles), no entanto, foi afastada, mas isso não era incomum para ela. Incomum era ela não conseguir dormir, mas também não ter ninguém que a acalmasse até que dormisse.

Automaticamente, Brooklyn pensou em Newt. O garoto já devia estar dormindo agora, mas Brooklyn adoraria saber se estava em seus sonhos e em como esses sonhos retratariam uma fase muito distante da que viviam agora.

Brooklyn pensou nas poucas vezes que tiveram a oportunidade de se deitarem juntos. Do dia em que ele a puxou para deitar-se na rede e do dia em que ela o puxou e em como ela se sentiu leve, mesmo que uma das vezes tenha durado pouco tempo.

Mas os pensamentos da garota tomaram outro rumo e a levaram até o colar no pescoço de Newt, o colar que havia sido um presente para Cedrico.

Cedrico estava com ele na última semana e no dia depois de Thomas ter chegado a Clareira, quando Brooklyn acordou a todos os garotos, perceberá que ele dormia com a mão agarrada ao colar. Cedrico apenas se agarrava ao colar dessa maneira quando não se sentia bem. Era como se o colar lhe passasse confiança.

Brooklyn se perguntou se houve momentos em que Cedrico não precisasse do colar para isso, se só a sua presença bastasse para ajudar o amigo ou talvez sua amizade não havia sido tão boa quanto ela imaginava.

Pensar estava se tornando uma tortura para Brooklyn, ela queria e precisava descansar para estar preparada para os próximos dias. Não imaginava as surpresas que poderiam vir para a sua nova vida, mas sabia que elas viriam e queria estar disposta a encará-las.

Lançando outra olhadela para o corredor, Brooklyn chutou a porta ao ver uma enfermeira acompanhada de um homem armado. Os dois a olharam surpresos e assustados.

- Ei! - Brooklyn teve que gritar, imaginando que fosse difícil para eles a escutarem do lado de fora - Não consigo dormir!

A enfermeira pareceu pensar um pouco, antes de assentir para o soldado e este abrir a porta.

- Desculpe por assustá-los - Brooklyn pediu sincera.

- Tudo bem - A enfermeira respondeu - Qual o seu nome e como posso te ajudar?

- Brooklyn. Eu não estou conseguindo dormir.

- As camas não estão confortáveis? - A enfermeira perguntou - Posso perdido a Travel trocar os colchões, se preferir?

O homem atrás da enfermeira assentiu com a cabeça e Brooklyn imaginou que ele fosse o Travel.

- Não, estão ótimos - Brooklyn respondeu - Eu tento, mas não consigo parar de pensar nos meus amigos.

Scorch Trials and Burning Love [2]Where stories live. Discover now