*Algumas doses de tequila pode lhe fazer bem, mas nada nunca te fará tão bem quanto eu*
26/08/2017
Eu realmente não sei o que se passava pela minha cabeça quando aceitei o convite de Matt para vir a esse bar.
Ele é um imbecil por achar que algumas doses de tequila iriam resolver todos os meus problemas. E eu sou mais imbecil ainda por fingir acreditar e ter aceito ter vindo até esse lugar."Basta tomar uma bebida e você irá se sentir melhor."
- Vamos cara, melhore esse humor e se divirta com seu amigo! - diz ele e vira o resto que sobrará de bebida de uma garrafa de whisky goela abaixo como se fosse água.
- Eu realmente não quero me divertir, apenas quero voltar para casa e descontar toda minha raiva em algo ou alguém - digo e ele se afasta quase
imperceptívelmente.- Acalme-se Dean, só queria ajudá-lo. - ele diz e volta a atenção para uma loira que acabara de sentar-se ao seu lado.
Eu deveria estar me sentindo bem, afinal estou em um bar com meu melhor amigo e com mulheres que querem apenas diversão por uma noite com alguém que com elas tome uma bebida e depois as leves para casa.
"Basta leva-la para casa e você se sentirá melhor."
Matt como sempre já havia sumido junto a alguma loira.
Sinto um vazio, um vazio qual eu nunca senti em toda minha vida, um vazio tão grande e tão profundo que ninguém e nem nada conseguiria preenchê-lo.
Me sentia o maior imbecil por ter acreditado em toda essa merda de novo, outra vez fui enganado, caí em uma completa ilusão.
Talvez eu tenha merecido tudo isso, nunca fui a melhor pessoa para alguém se envolver.
Talvez tenha sido melhor para ela, mas e para mim?
Não devia ter me deixado levar por algo tão idiota e irracional.- Oi - diz uma mulher que acabara de se sentar ao meu lado e eu respondo com um simples "oi" sem muito ânimo - Dia ruim? Bom para estar bebendo as 3:00 da madrugada com cara de quem foi gravemente ferido... - apenas aceno positivamente com a cabeça - Eu também. Por favor uma batida de morango com vodka. - Ele pede sua identidade e ela mostra para ele dizendo algo parecido com: "Sou bem mais velha do que pareço" - Sabe o que eu acho?
- O que você acha? - a respondo com outra pergunta olhando para ela.
- Que o amor é uma merda, e essas histórias clichês de que um vizinho ou um cara do colegial vai aparecer na sua vida como mágica e você vai se apaixonar perdidamente por ele e ele por você é tudo uma grande farsa. - diz ela como se já tivesse vivido de tudo e não como uma garota com a aparência de apenas 16 anos. - Eu apenas concordo acenando positivamente com a cabeça outra vez. - As pessoas deviam saber a verdade, não crescer achando que vão encontrar um lindo amor que vai durar a porra da vida inteira delas e nada nem ninguém poderá jamais separa-las.
- Isso tudo é uma droga! - digo e ela olha para mim e sorri, merda, que sorriso lindo!
- Você parece estar acabado! Tão sofrido de dar pena! - diz ela e olha para o homem que entrava sua bebida no balcão dizendo um "obrigado".
- Eu realmente não quero dar pena a ninguém. - digo e a devolvo um sorriso.
- Então se anime meu amigo! Se divirta, aproveite a vida, não é legal ficar se lamentando por algo que já foi, passou, siga em frente, não está morto, então não aja como se estivesse. - diz ela e da um leve tapa em minhas costas e vai embora.
- A conta, por favor- digo ao homem a minha frente que me entrega um papel e logo o entrego o dinheiro.
Saio do bar e vou em direção a porta onde um táxi que eu havia chamado estava.
- Dean? - diz Matt logo quando atendo o celular
- Matt?
- Não voltarei para casa cedo, pode ir embora sem mim porque irei aproveitar a madrugada da melhor forma - diz ele e logo encerra a chamada.Entro no carro e peço ao taxista que vá em direção ao centro onde se localizava meu prédio, me perguntando o que acabará de acontecer.
Uma completa desconhecida se senta do meu lado em uma dos piores dias de minha vida e diz o quanto merda é o amor e todas as suas pequenas e exaustivas histórias clichês que nos dão a ilusão de um amor perfeito.
E eu realmente concordava com tudo, encontrar um amor de duas semanas ou um mês em um bar ou em uma festa noturna parece bem mais atraente do que encontrar o amor de toda a sua vida em uma lanchonete ou no vizinho do andar de baixo.
Não seria muito inteligente e nem de alguém sã seguir o conselho de uma estranha que eu acabara de conhecer, bom não estou muito sã e com certeza não estou nem um pouco afim de ser inteligente neste momento.(...)
- Você deveria tomar algum remédio. - digo pela milésima vez para Matt o qual está esparramado em meu sofá e que por exagero da parte dele está "quase morrendo com esta maldita ressaca".
- E você deveria ser um bom amigo e me trazer um café! - diz ele sentando-se no sofá olhando para a janela e deitando-se novamente.
Saio de casa e vou em direção a uma cafeteria no fim da rua.
Logo sinto o cheiro de café e alguns biscoitos feitos na hora.- Bom dia!- digo sorrindo para uma balconista que devolve com um "bom dia" um pouco mais exagerando.
Pego os copos e uma pequena caixinha com alguns biscoitos e volto para casa.
- Enfim algo que me faça bem - diz Matt logo quando abro a porta e adentro o apartamento.
- Depois de passar toda a madrugada bebendo qualquer coisa que você beba lhe fará bem - digo e ele olha para mim com indiferença.
- Toc, toc - diz Lara abrindo a porta e adentrando minha casa - Que cara de morto Matt! - diz ela e ri.
- Mas eu sou maravilhoso de todo jeito, meu bem - diz ele dando uma grande mordida em seu biscoito.
- Com certeza - diz ela com toda a sua ironia e rouba um biscoito dele que logo grita um "Ei".
Vendo aquela cena qualquer um diria que são crianças e não duas pessoas de 19 anos.
- Então o que veio fazer aqui? - pergunto para Lara.
- Não posso vir ver meu primo que tem um lugar enorme reservado no meu coração? - diz ela com um sorriso enorme no rosto.
- Eu duvido que eu tenha um lugar muito grande em teu coração e você só diz isso quando quer alguma coisa - digo e ela acena positivamente com a cabeça.
- Vai ter uma festa de um amigo amanhã e eu queria que você viesse comigo - diz ela e pega o meu copo com café da minha mão e bebe.
- Tô dentro! - diz Matt se levantando e se colocando ao lado de Lara que sorria largamente como quem queria dizer: "se Matt for tenho certeza que você vai ir também, nem que seja arrastado"
Ela realmente é muito previsível, consigo saber o que ela dirá ou não dirá apenas olhando para ela.
- Você não foi convidado, e por que quer que eu vá? - Pergunto para ela que rouba outro biscoito da caixa em cima do balcão entre a cozinha e a sala.
- Primeiro: Sim você está convidado Matt. Segundo: Preciso de carona - disse um "já sabia" sem interrompê-la - E terceiro: Vamos por favor, eu quero que você vá, naquela festa só vou conhecer esse meu amigo - diz juntando as mãos e dizendo como se aquilo fosse questão de vida ou morte.
- Tá legal, eu vou, mas você tá me devendo uma! - digo e ela acena freneticamente e positivamente com a cabeça com um sorriso de pura felicidade.
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alone
RomanceEu poderia encontrar um amor em uma completa desconhecida? Poderia fazer disso um amor de duas semanas ou de uma vida inteira? Não quero uma daquelas histórias de amor para a vida inteira, quero viver o amor agora. Sem remorso, sem ilusões, sem medo...