Ana

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Saimos daquele sitio gelado e voltámos á sala de reuniões. Os nossos pais continuavam ali e pelos vistos a dar-se bem e em amena cavaqueira.

- Então filha, como foi?- perguntou a Carla.

- Foi tudo bem, é ele. 

- Se não se importarem eu vou mandar trazer as crianças. - diz o Director Vincent. Logo que ele acaba a chamada, senta-se- Vão já trazê-los. O menino está bem, a menina está traumatizada com tudo o que passou. Ela passou por muito enquanto esteve com eles, por sorte não sofreu abusos sexuais, apenas psicológicos. Acredito que eles estivessem proibidos de tocar nas crianças, assim quando fossem vendidos valeriam mais dinheiro. Pelo que percebemos, os números tatuados indicavam o seu lugar no cartel, o Ramón como cabecilha era o nº 1, a Elena o 2, a Fernanda era o 3 e o Mário o 4 e por ai fora. Neste momento temos tatuagens até ao 28, faltam-nos o 18 e o 21, de resto estão todos presos ou mortos. 

 Nesse momento batem á porta, o Jason abre e entram as 2 crianças, são tão lindos. A Maria Ana assim que me vê corre para mim e abraça-me enquanto chora e o pequeno apenas a imita. 

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Abraço-os e choro com eles

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Abraço-os e choro com eles. Meu Deus, esta gente eram monstros, o que eles fizeram comigo e com estas crianças... Sento-os no meu colo e abraço-os forte e vou beijando-os. Apesar de não termos qualquer laço sanguineo, sinto-me realmente próxima deles. Depois de nos acalmarmos um pouco olho para todos á minha volta e percebo que todos choram. Quando as crianças se acalmam sento-os no sofá e sento-me ao lado deles. 

- Então meus amores, como estão.- digo em Português, a Maria entende-me mas ele não.

- Mana, o Pedro só fala Inglês e eu falo Inglês com ele. - diz a Maria e eu assinto.

- Como estão?- pergunto e o Pedro responde-me.

- É verdade que és nossa mana? Onde estão os nossos pais?- Olho para o Director e ele assente, de seguida olho para os meus pais e eles assentem também.

- Pedro e Maria, aquelas pessoas com quem vocês estavam não eram vossos pais. Tal como fizeram comigo, eles roubaram-vos aos vossos pais. Só que eles não fizeram mal aos meus pais como fizeram aos vossos. Então, os meus pais gostariam de saber se vocês aceitam que eles sejam vossos pais também. Assim continuaremos a ser irmãos, o que me dizem? E estes pais são bonzinhos demais, dão muito amor e carinho. Aceitam?- A Maria olhou para a sala, o Pedro olhou para ela á espera de uma resposta dela.

- E quem são?- segredou-me ela e eu apontei para a Carla e para o Ray.

- São aqueles ali. O que me dizem, vamos continuar a ser irmãos?

- E vamos poder nos ver sempre?- pergunta a Maria.

- Sim, claro.

- Então pode ser, não é Pedro?- ela diz e o pequeno assente. - Aceitamos.- diz e eu chomo os meus pais.

 Eles ajoelham-se á nossa frente e abraçam-nos aos 3. 

Depois de todas estas emoções fomos para junto das crianças. A Mia e a Kate continuavam no quarto do lado, até porque decidiram adoptar algumas das crianças trazidas da casa ontem pelo FBI. A Mia e o Ethan adoptaram o menino e a menina mais velhos, bem como um dos bebés, a Kate e o Elliot adoptaram também um casal de irmãos e um bebé. Pelo que percebi o pequeno Jason foi adoptado pela Gail e pelo Jason, juntamente com os outros 2 bebés, 2 meninas gémeas. Os meus pais voltaram a falar connosco acerca da casa e decidimos aceitar a oferta, assinámos uma parga de papeis que nos trouxeram por causa da guarda das crianças, e depois de nos trazerm o almoço conversámos mais um pouco.

- Gail, e aquela casa onde estamos, de quem é?- pergunto.

- É minha e do Jason. Nós temos uma casinha mais pequena no Bronx que é onde temos estado. Mas não se preocupem com isso, podem ficar o tempo que quiserem. Quando o Director disse que vocês vinham e que tinhamos que arranjar uma casa segura foi logo naquela que pensámos pois este caso é deveras importante para mim. Durante 20 anos corri atrás de ti Ana, só não sabia que quem viria para cá serias mesmo tu.

- Mas porque era tão importante Gail?- pergunto.

- Pois, então...- o Jason dá a mão á Gail. -3 meses antes de tu nasceres nós soubemos que eu não poderia ser mãe. Depois de 2 anos a tentar foi-me diagnosticada Endometriose para além de sindrome de ovário poliquistico. Para não entrar em depressão foquei-me na carreira assim como o Jason. Quando aconteceu o que aconteceu á tua mãe liguei-me de imediato ao caso e foquei-me nele, alguns dos raptos conseguimos recuperar as crianças mas de ti nunca houve noticias. Passados uns anos os casos pioraram, foi quando começaram a matar os pais e a raptar as crianças, nunca tivemos sucesso apesar das imensas pistas que se revelaram furadas. Até tu apareceres, e ai a minha esperança aumentou de acabar com estes filhos da p***. Nunca gostei de atirar em ninguém, mas tu não imaginas o gosto que foi espetar um balázio na testa do Ramón. Esse Cabrón já devia ter levado á mais tempo. 

Abraço a Gail e choro, saber que havia tanta gente á minha procura deixa-me feliz. 

- Ana, quando queres mudar para a casa nova?- pergunta o meu pai para amenizar o ambiente. 

- Assim que possivel Sogro.- diz o Christian. Até porque ainda não devem ter conseguido tirar as escutas. Só precisamos comprar as mobilias para a casa.

- Não precisam, a casa já está mobilada. Podemos inclusive passar por lá para verem e depois combinamos a mudança. Até porque agora vocês têm 5 filhos, precisam de espaço e o que não falta naquela casa é espaço.

- E vão morar onde?- pergunta a Mia. Depois do meu pai dizer onde era ela dá um dos seus gritos.- Aninha vamos ser vizinhas, eu, tu e a Kate.- diz e começa aos pulinhos levando-nos a todos a rir dela...

Pégadas da vidaWhere stories live. Discover now