Cap 1

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Antes dele...

Do casamento dos sonhos até desejos obscenos com pessoas que não sei quase nada, onde foi que me perdi nos meus pensamentos mais loucos? Ou pior, desde quando passei a tê-los? Na verdade, eu sei, desde que o Antunes, um colega de trabalho, resolveu me apresentar o Scruff, um app de pegação gay, assim como muitos já existentes, depois disso eu comecei a querer transar com tudo que se movia. Lembro quando comecei a trabalhar aqui,  Antunes foi direto em perguntar se eu era gay, e eu logo respondi que sim, e então ele lançou:

- "Já transou com algum cara?" 

- "Não, sou virgem!". Juro que não falei pra me fazer de puro, mas infelizmente eu era mesmo, mas sempre deixando claro que queria muito fazer.

Ele dividiu muitas histórias dele com outros caras, eu não fazia seu tipo e ele de longe fazia o meu, então ele disse:

- "Vou te ajudar com isso ...". E desde então não há um fim de semana que eu não saia com um completo desconhecido procurando um orifício pra me divertir, depois de comer e dormir, sexo é a melhor coisa, juro que admiro os heteros, porque mesmo pênis sendo tão bom, eles se aventuram em vaginas, eca, tem gosto pra tudo.

Eu super achava nessa fase que todo cara era um simples cara, que ninguém me chamaria atenção ao ponto de eu passar a rever meus conceitos. Claro, o tesão era parte fundamental do jogo, e era o que me motivava, mas sei lá, achava que aquele era o limite, que nada seria mais intenso do que eu já tinha vivido até etntão

Pobre coitado, mal sabia eu que, alguém apareceria pra definitivamente mudar completamente meu foco, nunca transar com alguém foi meu alvo, passou a ser.

WHO'S THAT BOY?

Como já era esperado, depois daquela fase, um cara apareceu, e que cara, Hus é o nome dele, hoje meu amigo do trabalho a pelo menos três anos, pois é, olha quanto tempo passou, e ele desde sempre gato, nada fitness, come feito um esganado, menos a mim, barba sempre cheia num descuido total, as vezes ele tira, e eu imploro pra voltar a ter, roupas de quem quer passar que não liga pra moda, mas liga, meio rockeiro meio indie, mas ninguém se importa. Jeans, botas, camisa xadrez, isso é com ele, me deixar louco? Também.

O que eu sei é que não o amo, nada relacionado ao coração, juro, nem mesmo quando ele entrou e tirou minha atenção do que realmente importava pra mim, mas meu corpo grita pelo toque dele, as vezes sinto que não posso andar de tanto tesão. No almoço cada mordida no lanche, cada vez que ele lambe a mostarda no canto da boca, eu gozo, da maneira mais ampla possível, meus olhos gozam, minha boca goza, eu sou pura água, tudo nele é bom, é infernalmente bom, a cara, o corpo, o jeito, a voz, o toque, tudo é malignamente gostoso, e eu nem o beijei, e nem vou, motivo de tristeza mas também alívio, um beijo dele e eu queimaria da forma mais literal possível, tremo só de pensar. Bem-vindo a minha loucura.

Ele namora a Laura, legal, fofa, quantas qualidades, de fato ela é incrível, mas sei lá, é como se ela tivesse vivendo com ele uma história que era pra ser minha e dele, ele é grande demais pra ela, imagino que depois do sexo ela deve sentir dores terríveis, coisa que eu não sentiria certeza, feito totalmente pra mim, Deus sabe mesmo do meu gosto, e meu gosto é tudo o que ele é, da palma da mão até o ultimo fio de cabelo do corpo.

No trabalho.

No início do expediente, naquela segunda bem braba, surge um diálogo forçado de quem queria era ter congelado o fim de semana:

- Ele me disse: "Olha eleeee, vi seus Stories, quem era aquele cara hein? kkk"

- "Pior que ninguém, também vi os seus, todo sábado cê bebe daquele jeito e naquele lugar? Olha que pra quem fala que ganha mal, cê ta podendo bem hein, ela parece beber bastante", eu bem ácido, porém com sorriso no rosto.

- "Laura é das minhas até nisso kkkk", e meio que finaliza, olho pra ele e completo:

- "Ela é um amor Hus, mas ainda sou bem mais eu, não esquece de que vou ser rico, isso muda muita coisa..." dou risada e saio enquanto ele ainda ri dessa cantada ridícula, ou devo dizer, tentativa desesperada de provar o beijo dele.

Acho que o pior é que, não é só o fator físico que me chama atenção, as ideias dele são parecidas com a minha, seus conceitos, referências, claro, tirando o fato que o menino come revista em quadrinhos no café da manhã, que coisa inútil, realmente essa parte me deixa totalmente em desvantagem, comete umas gafes, mas basta uma retratação para que eu já esteja totalmente na dele novamente, pois é, ele não me dá chances de odiá-lo, aff.

Finalmente hora do almoço, subo para bater o ponto eletrônico e ele solta:

- "Não morre mais, estávamos nos perguntando onde você estava para irmos almoçar"

- "Agora estou aqui" e completo "Vamos, estou morrendo de fome".

No caminho ele diz:

- "Tenho que ser rápido, tenho que estudar um pouco..."

- E eu "Puts eu também, voltamos rápido juntos" e ele concorda com um "Fechou Biel"

No almoço nenhuma novidade, tudo o que ele faz tira minha atenção, importante dizer que sempre temos companhia, as meninas morrem de rir da minha forma escrachada de demonstrar interesse, eu sempre falo que não vou desistir, e não vou mesmo, inclusive, tinha muitos planos para a nossa volta juntos, teríamos uns 20 minutos até que todo mundo voltasse, seriam os minutos mais bem aproveitados da minha vida ?

FREAKING OUTWhere stories live. Discover now