sᴛᴀʟᴋᴇʀ • ᴄʜᴏɴɪ

10

Toni

eu: pq vc não passou aqui hein?

eu: o betty?

eu: BETTY

eu: BETTY BETTY

eu: ELIZABETH COOPER

eu: BETINHA

eu: BEBETA

eu: desisto

Suspirei guardando o celular e pegando minhas coisas, logo saindo de casa e caminhando pra escola. Betty não responde minhas mensagens e não passou aqui em casa como de costume, o que é bem estranho. Talvez ela esteja sem internet.

Cheguei na escola e caminhei pra sala de aula, observei que as pessoas estavam em grupinhos bastante entretidas no celular, dei de ombros e entrei na sala.

— Toni! — Era Veronica.

Ela parecia preocupada.

— E aí, o que houve?

— Não tá sabendo?

— Hum... Não, do que? — Frazi o cenho.

— Alguém ouviu nossa conversa ontem e espalhou pra escola toda sobre a Betty através de um blog. Bom, sobre mim também mas eu não me importo. Betty tá mal e sumiu.

Merda.

— Quem espalhou? Você contou pra alguma pessoa Veronica? — Perguntei já com raiva.

— Não! Eu juro que não! Tinha mais alguém naquele banheiro além da gente.

Respirei fundo pensando no que fazer primeiro, ir atrás de Betty ou procurar um meio de consertar sobre quem espalhou isso.

— Consegue ir atrás da Betty pra mim? Eu vou tentar tirar isso da internet. — Passei a mão no rosto

— Posso ir, o que você vai fazer?

— Pedir a ajuda de uma pessoa. — Falei antes de sair.

Parei em frente ao corredor a avistando de longe, ela conversava com outras garotas enquanto ria e mexia nos cabelos.

Me aproximei da mesma e suspirei ao pensar que teria que aguentar arrogância aquela hora da manhã.

— Cheryl, preciso falar com você. — Falei.

Seu olhar voltou-se pra mim assim como o das outras garotas.

— Estou ocupada. — Ajeitou os cabelos voltando seu olhar para as garotas a sua frente.

— Não perguntei. — Falei sem paciência e a puxei pelo braço até o laboratório de informática.

— O que é isso? Me larga, brutamontes! — Resmungou puxando o braço.

— Escuta, meu assunto não é diretamente com você. Preciso da sua ajuda, na verdade Betty precisa — fui direta — você já deve tá sabendo do que espalharam naquele blog ridículo e eu sei que você tem poder suficiente pra retirar aquela porcaria da internet. Não é por mim, é pela Betty. E também pela Veronica.

— Então é verdade? — Perguntou curiosa.

— Vai ajudá-las ou não?

Cheryl respirou fundo olhando os lados e logo voltou seu olhar pra mim.

— Vou cuidar disso. Pela Betty e pela Veronica. — Falou antes de sair do laboratório.

[…]

Nesse momento a penúltima aula estava acontecendo e eu estava largada no gramado da escola, minha cabeça tava a mil sem condições nenhuma de assistir aula de história.

Betty ainda estava sumida, bom não literalmente, Veronica havia me avisado que estava com ela tentando a tranquilizar. Quanto a mim? Ela não queria olhar na minha cara. Maravilha, não?

Passei a mão no rosto suspirando e ouvi passos se aproximando, olhei pro lado e vi Cheryl caminhando na minha direção enquanto resmungava por causa da grama nos seus saltos. Revirei os olhos dando uma risadinha e me sentei encostado na árvore.

— Ei você — suspirou, mais de cansaço — consegui, aquela coisa que chamavam de blog foi desativado.

— Sério? — não pude esconder o quão aliviada eu estava — muito obrigada, mesmo.

— Ninguém merece ser exposto daquele jeito e também envolvia minha melhor amiga, não pudia ignorar. Agora você me deve uma. — Cruzou os braços me olhando.

— Oi? Não foi você quem disse que tava fazendo um favor pra Betty e pra Veronica e não pra mim? — Arqueei as sobrancelhas.

— E daí? Você me deve um favor de qualquer forma.

— Tá bom madame, o que você deseja? — Soltei um risinho.

— Sei que você é melhor que eu em matemática, minha notas estão péssimas — revirou os olhos — pode me ajudar?

— Posso... mas tem que ser na minha casa.

— Não seria na minha de qualquer maneira — deu de ombros — quando começamos?

— Amanhã, depois da aula. — Levantei limpando a roupa.

— Ok... Mas espera, eu não lembro onde fica sua casa!

Ri colocando minha jaqueta novamente e passando por Cheryl.

— Ah, aposto que consegue se lembrar Cherry Bombshell. — Sussurrei próximo ao seu ouvido e sai rumo a sala de aula.

[…]

eu: por favor me dá um sinal de vida
de que você tá bem
eu não queria que aquilo tivesse acontecido, betty
me sinto uma merda
não me odeie
você é a minha única e melhor amiga
e eu jamais faria aquilo por mal
se quiser conversar sabe onde me encontrar
amo você ❤
[Visualizada]

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Não sei de quem eu fico com mais pena, Betty ou Toni 💔