A lenda do príncie azul

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     Ela olhava com raiva para fora da janela do ônibus. Sua amiga, que estava sentada no banco ao lado dela, já estava ficando impaciente com o comportamento da colega:

  — Poppy, você não vai estragar as nossas férias por causa do Creek, vai!!? — perguntou chateada

     Não respondeu por um tempo, logo suspirando com todo a raiva que reprimia:

  — Ele não merecia essas férias! EU que estudei feito louca e ele colou de mim sem eu deixar!! — justificou-se

  — Mas você vai ficar remoendo isso o tempo todo e não vai aproveitar!? Não seja criança, Poppy!

— Olha quem fala, né, Suki!?— virou para encará-la, marota

— Cale a boca, Papoula!

     Riram. Continuaram conversando  sobre como imaginavam que seria a experiência. Deixem-me atualizá-los das coisas (se não deixarem, me lixando). Na escola de Suki e Poppy, que eram melhores amigas inseparáveis, houve uma prova que concedia o direito à dois meses e meio de férias numa cidadela pacata, porém muito interessante. Pinheiros, era como a chamavam; o motivo? A grande floresta de pinheiros que a rodeava. Dizem que era um lugar simples, mas de beleza exuberante. Sua origem é algo desconhecido completamente por todos, até mesmo pelos moradores mais antigos. O porquê de elas quererem passar todo esse tempo no fim do mundo (literalmente no fim do mundo)? Já estavam quase com 17 anos! Precisavam/ queriam ganhar um pouco de independência dos pais e conhecer lugares novos. Agora, o motivo do mau-humor de Poppy era justamente pela prova da qual precisavam passar para que ganhassem tais férias. Creek colou na prova dela, passando e sendo aprovado sem nem estudar nada. Só de lembrar, seu sangue fervia como lava.

     Depois de duas horas, o ônibus parou na rodoviária. Os alunos desceram em fila indiana. Funcionários retiravam malas e mochilas do porta-malas com certo desleixo. Era um pouco difícil achar as suas, já que as jogavam numa pilha, uma encima da outra. Nossa dupla sofreu para pegar suas bagagens, ainda mais quando um ou outro funcionário jogava mais uma mochila por cima dos pertences. Depois de muitas tentativas e de terem conseguido, finalmente o grupo de alunos dirigiu-se até o hotel que os acolheria. A rua era antiga, mas ainda bonita e bem-cuidada. Sua estrutura era feita de tijolos, revestida com madeira de pinheiros lixada e envernizada. Era elevado. Entraram, alguns entre empurrões. Uma mulher com cara de poucos amigos estava na recepção esperando-os; usando um conjunto digno de uma chef:

  — Bem vindos ... ou não. — sussurrou a última parte, desgostosa e com um leve sotaque gaúcho típico da região — Suponho que são vocês os estudantes que passaram na prova?

— "Passaram" e uma vírgula! — sussurrou nossa querida morena

  — Sim, senhora. — respondeu um garoto de cabelos azuis e boné verde chamado Cooper, alegre e gentilmente

SENHORITA!!— vociferou a mulher

     A sala ficou em silêncio por um momento, pelo qual a mulher fuzilou-os com seu olhar frio como o gelo:

  — Acham que porquê passaram naquela porcaria serão tratados com favoritismo!? Serão apenas hospedes!!

  — Mas eu- ... — tentou desculpar-se o mesmo menino, com um repentino remorso

— Não me contradiga!!— interrompeu-o a mesma

— Chef Diana! — disse uma voz masculina firme

(Trolls ) Monstro ou simplesmente feio?Onde histórias criam vida. Descubra agora