DEUS ME LIVRE, MAS QUEM ME DERA 😍

2.8K 355 79
                                    

Alice

Expectativa quando se pede um irmão: uma verdadeira benção na forma de um bebê gorducho, o qual recheará sua vida de alegrias e realizações.

Realidade: vontade reiterada de enfiar a cabeça dele em uma lata de lixo cheia de caca.

Enfim, eu e o Léo estamos no mercado definido o cardápio do nosso jantar, enquanto ele parece ter decido que me atormentar é sua meta de vida.

- Você sabe que eu não como cebola né? - O chatinho diz pela décima vez.

- E você sabe que eu aprendi a te esganar quando você tinha uns dez anos de idade não é mesmo? - Ele revira os olhos desconsiderando por completo a minha ameaça, que, no fim das contas, torna-se mais patética do que poderia parecer, ainda mais quando eu olho para a imensidão de homem que o meu irmão é.

- Você vai mesmo colocar essa coisa horrível na nossa comida? É sério, você não cozinha tão bem assim para eu relevar essa coisa no meu prato. - Saibam, eu acabei de dar uma cotovelada nas costelas dessa criatura e ele nem se quer teve a dignidade de fingir que doeu um pouquinho.

- Me diz, como você entrou no exército com toda essa frescura?

- Lá a comida mal tinha sal, definitivamente a cebola não era um inimigo presente. Outras batalhas minha irmã, sabe como é sobrevivência na selva, preparação de super herói, coisas do gênero.

- Tá bom, acho que você só descascava batata lá no batalhão. Ou no caso cebola, por isso essa repulsa toda. Além disso, você sabe que eu vou usar uma imensidão de cebola, então qual a razão de ficar me importunando com isso?

- Primeiro: força do hábito. Segundo: nunca se sabe se você não vai tomar juízo e compreender que isso é horrível.

- Eu amo cebola.

- Deu pra reparar. - Ele diz encarando uma prateleira de salgadinhos.

- Diz para mim que você não vai comer isso.

- Eu não vou comer isso. - Ele repete minhas palavras comicamente.

- Eu sei que você tá mentindo malinha.

- Da mesma forma que eu sei que você vai usar essa maldita cebola. - Ele rebate bofando.

- Eu vou contar para o Nick que eu estou namorando o Joaquim. - Eu solto sem rodeios.

- Poxa isso que é uma mudança repentina de assunto. - Ele diz jogando um saco de cheetos no nosso carrinho.

- Isso é uma porcaria! - Eu esbravejo.

- Eu imaginava, tá na cara que ele não era lá essas coisas.

- Besta, você sabe que eu estava falando desse salgadinho fedorento.

- Olha a blasfêmia.

- Você não vai comer esse treco fedorento no meu apartamento!

- Eu sempre posso comer isso enquanto eu dirijo. - Ele diz com um sorriso maroto no rosto.

- Leo a gente está de moto, mal eu vou conseguir carregar as sacolas com cebola e a carne. Imagina eu, você, as sacolas e a sua gulodice sendo saciada por esse treco em alta velocidade.

- Eu sou um cara com habilidades, pode botar fé.

- Sei.

- Mas em consideração a minha linda irmãzinha, eu vou comer agora. Assim eu divido esse cheiro magnifico com os demais clientes.

- Santo cristo! Só vou relevar esse fedor pelo fato que essa conversa sem propósito algum está me deixando menos nervosa.

- Relaxa chatinha cebolenta, o Nick no máximo pode colocar umas tachinas na cadeira do mala quando ele te visitar futuramente.

Mãe é o Caralho!Where stories live. Discover now