Vejo enfim a luz brilhar

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Notas Iniciais:

Essa história faz parte do desafio Inkdisney do grupo Inkspired Brasil.

A música escolhida foi Vejo enfim a luz brilhar, do filme Enrolados.

Raylanny Alves, essa fanfic é pra você, minha doidinha dos Lemons Hahahahaha

P.S.: Não tem Lemon aqui, perdoa eu.

Betado por Linest Albuquerque

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Os olhos intensamente azuis observavam compenetrados a imensidão abaixo de si. Entender que o que estava prestes a fazer não teria volta causava um misto de medo e excitação, foram longos anos para decidir em qual mundo queria estar e precisou entender o que sentia e o que buscava. Estar ali, no limite dos céus, olhando para a terra embaixo de si, era um fechamento de um ciclo. Estava abrindo mão das suas asas, da sua essência e de tudo o que sempre conheceu, em prol do desconhecido.

Estava abrindo mão de si mesmo para ser algo novo, único.

Levantou o rosto, o medo se espalhando como uma maldição, e antes que perdesse a coragem, abriu os braços e fechou os olhos com força. Suas longas asas de penugem branca e pontas azuis se agitaram, era uma despedida a elas também. De tudo o que deixaria para trás, somente a perda das suas asas lhe doía.

"Sacrifícios são necessários para atingir um bem maior". sempre escutou aquelas palavras e, no entanto, somente agora poderia dizer que as entendia.

Respirou fundo e sorriu, sussurrou um 'Adeus' antes de se jogar.

Suas asas lhe encobriu, o protegendo da queda e, enquanto caía, suas penas se desprendem e viram pequenas luzes douradas; esses pequenos pontos formando um rastro no céu escuro, marcando a morte de um anjo.



Escutou uma voz suave ao longe, porém não conseguia compreender o que ela dizia e não fazia ideia a quem pertencia. Tentou abrir os olhos, mas uma intensa luz o cegou, virou um pouco o corpo para a direita, ficando assim de perfil e gemeu de leve quando sentiu a lateral do corpo queimar. De repente, se deu conta das várias vozes que o cercava, abriu primeiro o olho direito e tudo o que pode ver foi um chão pavimentado, levou sua mão esquerda ao seu ombro direito, seus dedos tocaram em algo viscoso. Recolheu o toque e levou seus dedos sujos ao alcance dos seus olhos ficando confuso com o líquido de uma intensa cor vermelha.

Sangue...? Por que estava sangrando?

— O que aconteceu...? — murmurou, tentando levantar.

Sentiu um gentil toque no meio das suas costas, mãos firmes lhe ajudando a se sentar. Por um segundo, sentiu falta de ar, os pulmões queimando e o nariz ardendo, sentiu o sangue escorrendo pelo rosto e pingando nas suas coxas.

Olhou para seu torso nu e para suas partes baixas cobertas por um pano fino, atordoado, olhou ao redor, não reconhecendo absolutamente ninguém. Como foi parar ali? Por que estava praticamente sem roupa?

— Não sabemos, — uma mulher que estava ajoelhada ao seu lado respondeu a pergunta que nem percebeu que havia feito. — Você caiu do nada.

— Do que você se lembra? — o rapaz que segurava suas costas perguntou.

Um salto para a liberdadeWhere stories live. Discover now