Capítulo 21

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Eu olhava aquela foto e via a mão do Edu começar a tremer.

― Que merda é essa? ― eu indaguei. Que golpe baixo daqueles filhos da puta.

—Como assim "que merda é essa"? Eu é que pergunto: é você mesmo nessa foto? ― ele recolheu o celular e olhou de novo a foto, depois olhou pra mim. O olhar cruel que ele me deu me disse pra correr. Nunca! Ele tinha que acreditar em mim.

—Sou eu, sim ― afirmei. Jogou o aparelho no sofá antes que eu continuasse, e começou a andar de um lado pro outro.

—Porra! Por que está comigo, então? Eu te dei escolha, não quero essa merda na minha vida de novo! Porra! ― parecia meio louco. Eu estava paralisada com o golpe baixo.

—Não é o que você está pensando. Armaram pra mim ― aquilo prendeu a atenção dele. Ele parou de andar e me olhou, com olhos incrédulos.

—Eu já ouvi essa merda antes! Vocês são todas iguais mesmo ― disse jogando as mãos pra cima e indo pro quarto em seguida. Saí atrás dele e bati a porta quando passei. Ele estava colocando um jeans, de costas pra mim.

—Escuta aqui, seu filho da puta! Em primeiro lugar, eu não escondi de você que estava em uma festa. Em segundo lugar, você já deveria me conhecer o suficiente pra saber que não sou falsa com ninguém. Em terceiro, não te interessa mais, mas aquele cara tentou me beijar, eu recusei e ele ficou com a Mag! E o mais importante: nunca, eu tô dizendo, nunca mais me compara com aquela vagabunda da sua noiva! Você vai se arrepender de não me escutar, idiota ― caralho, eu queria dar na cara dele e na minha mesma. Por que eu não contei antes?

Estava respirando forte e olhando para as costas dele, com uma lágrima queimando meus olhos. Virou-se, com o botão do jeans ainda aberto, e me olhou por um instante, abaixando a cabeça. "O que isso significava?".

—Quer saber? Que se foda você, ela e quem mandou essa mensagem. E que se foda tudo.

Virei-me, abrindo e batendo a porta. Saí com tudo até o corredor do andar dele e chamei o elevador. Ouvi os passos dele atrás de mim.

—Luciana, aonde você vai?

—Pra casa, idiota.

—Assim? ― parei e me analisei: eu estava com uma camiseta dele, descalça e sem calcinha. Olhei pra ele, com ódio. Arqueou uma sobrancelha, e uma covinha ameaçando se formar me fez ir até ele e socar aquele peito maravilhoso.

—Seu idiota! ― ele colocou a mão na minha boca.

—Não grita aqui. Escuta, volta comigo para o apartamento. Me desculpa. ― soltou minha boca. Eu estava com a língua pronta pra rebater quando as palavras dele me atingiram.

—O quê?

—Desculpa, Lú ― segurou meu rosto. ― Você não é nada como ela, não é nada como ninguém... Você é única, eu acredito em você. ― Aquilo foi demais. Malditos hormônios... Uma lágrima escorreu e ele beijou minha bochecha. Eu o agarrei e dei um beijo nele com toda vontade, aquilo estava me excitando. O elevador fechou a porta e desceu, vazio, e ele me ergueu. Eu envolvi sua cintura. Me encostou na parede, ali no corredor, e abriu o zíper, me penetrando sem aviso. Colocou uma mão na minha boca pra calar meu grito. "Eu quero brigar mais vezes".

∙ ∙ ∙

Contei que vi a Bruna na boate e omiti a parte do Fernando. Não sei dizer o porquê, talvez com medo de machucá-lo mais ou de que ele cometesse assassinato. De qualquer forma, deu-se por convencido que era coisa dela. Eu não entendia como havia aguentado por tantos anos. Era cego de amor, ou o que fosse o coitado.

AMORES DE LÚOnde histórias criam vida. Descubra agora