Capítulo 4

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Coloquei um short preto largo, uma blusa rosa folgada e desci descalça mesmo. Fiquei surpresa por não encontrar nenhuma pessoa no chão. Fui para a cozinha e assim que entrei, vi apenas meu irmão sentado no balcão comendo.

-Acordou dorminhoca. – a voz dele soou cansada e eu olhei o relógio que estava pendurado na parede – Dorme muito.

-São dez horas da manhã. – falei dando os ombros – Gosto de dormir. Os corpos dos bêbados?

-Os empregados cuidaram de tudo. – ele falou sorrindo.

-Que empregados? – olhei ao redor, tentando ver algum.

-Eles são pagos para serem discretos... Você dorme demais.

-São dez horas da manhã. – repeti.

Principalmente quando o sono me faltou quando seu amigo ficou na minha porta, pensei, mas não falei.

Mesmo sem falar nada, depois do suposto "aviso" eu podia ouvir sua respiração ofegante contra a porta e ele ficou pelo menos uns vinte minutos lá, apenas respirando.

Quando foi embora, fiquei pelo menos mais uma hora sentada na cama, tentando raciocinar o que aconteceu.

Infernos! Nós mal nos conhecemos! Nós sequer nos falamos! Por acaso ele achava que isso era um romance de novela?! Revirei os olhos revoltada, mas não podia negar que tínhamos química. Uma química muito forte.

Mas o ódio em mim era óbvio. O desejo dele era óbvio. E eu sabia que ia ser uma explosão.

E meu namorado não ia gostar.

-Sinceridade absoluta. Três perguntas. Uma negação. – joguei nele e vi seu corpo travar, mas quando nós falamos isso um para o outro, tinha que ter sinceridade absoluta e a cada três perguntas só poderia negar uma resposta – Quem é Lucca Medved?!

Ele me olhou tenso.

-Eu o conheço desde o colégio. – ele suspirou – Ele entrou na marinha de guerra, mas de forma incomum ele acabou indo para o exército. Voltou alguns anos atrás, pois de alguma forma foi dispensado. Não chegou a me contar, mas suspeito o motivo e isso eu não vou falar.

-Você me negou uma informação. Agora vai ter que me falar o resto das minhas perguntas sobre ele. – falei e ele assentiu – Vocês já dividiram uma mulher?

Ele me encarou incrédulo e então surpreso.

-Sim... – eu fiz uma careta para ele continuar – As três vezes que compartilhamos nem sabíamos o nome. Uma foi na parede de uma balada, ele na frente eu atrás. A segunda foi na casa de um dos caras que conhecemos... Se quiser detalhes pergunte, mas não sei se quero falar exatamente o que fizemos. A terceira e última, faz alguns meses, mas foram três mulheres.

-Vocês dois já ficaram? – perguntei, ignorando os detalhes, apesar do ódio crescendo.

-Eu não sou gay. Ele não é gay. – Natanael agora parecia realmente incrédulo – Eu nunca fiquei com um cara e duvido muito que ele tenha ficado. Sinceridade absoluta. Quatro perguntas. Por quê?

-Ele me assusta. – falei tensa – Eu já tinha visto ele com você.

-Mas porque você perguntou sobre as mulheres?

-Eu vi ontem ele beijando uma mulher. Quando você voltou para o quarto ele me pressionou e eu perguntei onde a mulher estava. Ele disse que com você. Eu queria saber se vocês tinham compartilhado alguma mulher, ele disse que não compartilha o que é dele.

-Essas mulheres nós literalmente não sabemos o nome. – meu irmão franziu a testa e balançou a cabeça – Como assim ele te pressionou?

-Não vou falar. – respondi e ele assentiu.

Possessivo - DegustaçãoWaar verhalen tot leven komen. Ontdek het nu