Thomas (3)

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" Contos de fadas são a mais pura verdade: não porque nos contam que os dragões existem, mas porque nos contam que eles podem ser vencidos" - G. K. Chesterton.

- Por quanto tempo vamos ficar em silêncio?

-Estava me fazendo a mesma pergunta - ela riu - Thom, por que veio aqui fora sozinho? Tem um festa incrível  acontecendo para você.

Eu não sabia bem o porquê, só queria um tempo para mim. Eu odiava ficar em lugares muito cheios.

- Não sei, apenas queria ficar sozinho.

Ela ficou desconfortável e corou um pouco.

- E eu estou atrapalhando, me desculpe.

- Tudo bem, gosto de sua companhia - um breve silêncio, então memórias antigas me invadiram - você lembra quando ficou aquelas semanas aqui, e nossa diversão era visitar as sacadas e as varandas do palácio, depois fazer uma lista das quais tinham a melhor vista?

- É  claro... E nós não chegamos a conclusão de qual era a melhor.

- E  até hoje não  visitei todas as sacadas  e varandas...

Mais um vez o constrangedor silêncio.

- Emily -  retomei - quero te mostrar uma coisa, que só mostrei a Kile.

Ela me olhou surpresa, e depois sorriu.

- Eu irei adorar.

Passamos pelo salão lotado de mãos dadas, sem sermos notados - eu esperava - ninguém nos barrou. Havia muitos fotógrafos, os flashs me deixavam cego. Iria ter fotos por toda parte no dia seguinte.
Quando saímos do salão, parecia que até o ar estava mais leve do lado de fora. Havia algumas pessoas do lado de fora, pois o térreo, e o primeiro andar estavam livre para visitação dos convidados, exceto a cozinha.

Então começamos a subir as escadas, no primeiro lance Emily já estava cansada, mas depois de mais alguns lances eu também já estava, porém, finalmente havíamos chegado onde queria. Peguei uma chave que sempre carrego comigo, e comecei a abrir uma portinha muito discreta, quase escondida.

- Céus! Onde você está me levando? - ela disse um pouco ofegante - eu... Eu não me lembro dessa porta, na verdade nunca a notei.

- É porque, não é para ser notada. Ouça, é a segunda pessoa a quem mostro esse lugar, então já sabe, certo?

- Ok.

Abri a porta e Emily entrou, o que ativou os sensores de presença e ascendeu as luzes, e assim que entramos, tranquei a porta.
Quando ela viu a sala ficou boquiaberta. Se tratava de uma estufa, que eu mesmo cuidava, e era uma das poucas coisas que eu fazia sozinho.

Havia vários  tipos de plantas e flores, e o perfume era extremamente agradável, não era tão grande, mas era algo somente meu. O teto era todo de vidro, e naquela noite, fazia um lindo luar. No fim da estufa, havia uma porta que eu deixava destrancada, e ela dava para uma pequena sacada, que fazia você perder o fôlego se você olhasse para baixo e se desse conta da altura que estava.

- Isso é incrível! Uma estufa dentro do palácio... É lindo - ela sorria radiante - você quem cuida dela?

- Sim, é uma das únicas coisas que faço sozinho. Era da minha avó, meu avô mandou construir para ela, enquanto ele ainda era rei. Era um segredo dos dois, passavam horas aqui. Ela dizia que meu avô não foi um homem tão bom a vida toda, mas ainda em tempo, percebeu que não era daquela maneira que a vida deveria ser vivida, então decidiu passar o trono a minha mãe, que já era casada com meu pai... Os dois já tinham seus vinte anos, e já estavam juntos a um tempo, e eu já tinha dois anos, o que fez tudo cooperar para  meu avô  abdicasse e ficasse com minha avó, e comigo. Eles cuidavam tanto de mim, e foi minha avó a primeira a me trazer aqui, e quem me ensinou tudo sobre jardinagem, e desde então, eu cuido daqui.
Quando ela e vovô estavam vivos eram mais divertido passar horas trancado aqui com eles, mas então quando vovó faleceu, só eu e vovô vínhamos aqui, mas não era tão divertido... Então, não muito tempo depois, vovô se foi, e se tornou triste vir aqui.

Encontrei Cassiopéia fora do céu Where stories live. Discover now