O que eu fiz?

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Crack.

Foi o som que o coração de Arizona fez, se quebrando em dois? Ou apenas o som do último prego batendo no caixão de seu amor que morto, descansou, mas não em paz?

Talvez fosse o tom da sua voz, com raiva e ordenando. Talvez fosse o fato daquela única pergunta, e ela percebeu que Callie não a via como Beatrice, e todas as suas esperanças e sonhos, malditamente morreram em seus primórdios. Mas fosse qual fosse a verdadeira explicação, o iPod de Arizona e o suco de laranja escorregaram por entre os seus dedos. O vidro quebrou prontamente, enviando o seu velho iPod para uma piscina cada vez maior, de sol líquido aos seus pés.

Arizona olhou para o desastre debaixo dela por alguns segundos, tentando fazer sua mente tomar consciência daquilo. Era como se ela não entendesse como vidro pode se quebrar e fazer uma bagunça tão grande, algo como a forma de uma reluzente explosão estelar.

Eventualmente, ela caiu de joelhos para pegar o vidro e começou a repetir duas perguntas cada vez mais em sua cabeça.

Por que ela está tão zangada comigo? Por que ela não se lembra?

Uma Callie coberta apenas por um robe preto aberto olhava para ela. Ela estava apenas de lingerie, o que a fez parecer um pouco sexy e algo ridículo.

— Não se lembra do que aconteceu ontem à noite, Callie?

— Não, felizmente não. E se levante! Você está mais ajoelhada do que uma prostituta medíocre. — Ela falou com os dentes cerrados, olhando para sua forma servil.

A cabeça de Arizona disparou para cima. Ela procurou os seus olhos, observando a sua completa e total falta de memória e sua irritação. Callie poderia muito bem ter espetado uma espada através dela. Ela sentiu a lâmina penetrar e entrar em seu coração, e então sentiu seu coração começar a sangrar lentamente.

Assim como em sua tatuagem. Ela pensou. Ele é o dragão, eu sou o coração sangrando.

Naquele instante de percepção silenciosa, a coisa mais notável aconteceu. Algo dentro dela, com seis anos de elaboração, finalmente, finalmente bateu.

— Eu vou ter que levar em conta a sua palavra sobre o comportamento das prostitutas, Torres. Só você sabe! — Ela resmungou.

Então, quando essa observação maliciosa não cicatrizou completamente a dor na atual expansão da ferida em seu coração, ela corajosamente se esqueceu de limpar sua bagunça e se ergueu. E logo perdeu a paciência.

— Não ouse falar assim comigo, sua bêbada nojenta! — Ela rosnou. — Quem diabos você pensa que é? Depois de tudo que eu fiz por você na noite passada? Eu deveria ter deixado Gollum pegar você! Eu deveria ter deixado você foder os miolos dela na frente de todos, no meio do bar do Lobby!

— Do que você está falando?

Arizona se inclinou na direção dela, com os olhos brilhantes, bochechas coradas e lábios trêmulos. Ela o sacudiu com raiva quando a adrenalina correu em suas veias. Ela queria bater em Callie. Ela queria apagar essa expressão de seu rosto com os punhos. Ela queria puxar seu cabelo aos punhados e deixá-la careca. Para sempre.

Callie inalou o cheiro dela, erótico e convidativo, e lambeu os lábios involuntariamente. Mas isso foi a coisa errada a se fazer na frente de uma mulher tão irritada como a Srta. Robbins.

Ela sacudiu a cabeça em fúria e saiu pisando duro pelo corredor, resmungando vários e diferenciados palavrões exóticos, em Inglês e Italiano. E quando ela chegou ao fim deles, ela mudou para alemão, um sinal claro de que ela estava em uma fúria gigantesca.

My Sweet RedemptionWhere stories live. Discover now