O Inicio e o Fim...

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 Ela vem arrastando os pés no chão, sem muita vontade, sem muita coragem. Mas precisa deste ritual - seu coração exige - muito mais do que ela é capaz de admitir.

Em meados do século XX, Belly uma jovem menina, alta, morena e lindos olhos que lembrava as cores da floresta, andava deprimida. Seus pais preocupados conversavam entre si :

- Ela está triste e abatida, Matias - Falava a mãe de Belly, Adelaide.

- Ela precisa de um marido, isso sim - Falava Matias preocupado com a filha.

Era aquele assunto toda vez, Belly quando escutava estas conversas ia para o lugar que a mais acalmava, a ponte branca. Apesar de ver as outras meninas com seus namorados, a ponte à acalmava é como se falasse para Belly que seu momento iria chegar. E como iria. Com o tempo e suas idas a ponte, ela conhece Emiliano, um rapaz alto, com lindos cabelos castanhos encaracolados, olhos da cor da terra e um magnifico sorriso. Os dois sempre se encontravam na linda ponte branca, com o tempo estes encontros começaram a serem planejados, a Belly era a menina mais feliz que eu vi naquele período. E já o Emiliano sentia que estava cumprindo sua missão, pois a menina era de família nobre e morava no Centro e ele era de família pobre e morava na Cavalhada. Para os dois a ponte era algo que unia os dois mundos. Uma das conversas que mais marcou a menina foi em uma linda noite e lua cheia.

Eles conversavam:

- Enfim foi um dos melhores. - Disse Emiliano concluindo como fora seu dia - O que importa é que agora estou com você.

Belly ficou toda feliz. Ela o chamava de Emilio, pois queria ser única na vida dele.

- Ai Emilio - Disse ela, dando um leve suspiro - Acho que está ponte faz milagre. Nos uniu.

- Sim, minha amada Belly - Disse ele procurando as palavras que todo homem tem medo de pronuncia-las - Estava procurando um símbolo para ao nosso amor. Bem, a ponte pode ser. Mas é claro se você aceitar casar comigo.

Belly sorri, sonhava com isso desde de o dia em que o conheceu.

- Claro - Diz ela abraçando-o - Mais terá que falar com papai.

Ele dá aquele sorriso maroto.

- Já conversei com ele - Diz Emiliano, lembrando do que seu Matias disse: "Não gosto de noivado longo." Então já à comunica. - Seu pai só falou que não gosta de noivado longo. O que você decidir para mim está ótimo.

Belly ficou chocada com a rapidez que Emiliano teve em conversar com seu pai. Mas falou:

- Pode ser em Maio então, pois estamos em Janeiro e não quero um casório com muita gente. - Decretou ela.

- Então tudo bem, vamos na igreja e veremos o dia de Maio que poderemos casar. - Disse Emiliano.

Os dias foram passando, o casamento foi marcado, o alfaiate contratado, os convites foram entregues e a festa estava sendo organizada. Belly estava muito animada, seu pai tinha dado uma dote na cidade para eles morarem, e a festa estava sendo preparada.

Em uma noite na ponte, Belly toda animada, pois seu casamento será em poucos dias, notou o olhar de Emilio que longe está. E decidiu peguntar:

- Emilio, o que há?

- Nada minha bela, apenas a cor de seus olhos, que são como a floresta, ainda me perco em olhar. - Disse ele tentando cobrir a tristeza, por pensar que logo Álice iria abandonar.

Aquilo foi esquecido por Belly, mas não por mim, não deixei passar, Álice é uma garota na qual Emiliano desde de criança se apaixonara, mas como as duas famílias moravam na Cavalhada, uma delas tinha que subir. No caso, Emiliano estava disposta a ser a dele. Mas isso um dia seria descoberto, só que Emiliano não sabia que este dia estava próximo.

Em uma noite na ponte o vento aumentou e Emilio preocupado perguntou:

- Quer meu casaco Belly?

Ela com frio e educada, aceitou.

Quando chegou em casa no bolso reparou, um pequeno papel, que nele havia um poema de amor, cuja as características do rosto da pessoa não à agradou.

No próximo encontro, que foi dois dias antes do casamento, falou:

- Emiliano tens algo à mim contar? Pois semana passada no bolso do seu casaco um poema eu encontrara.

Emiliano sem saber o que fazer, a história de verdade resolveu dizer. Depois que ele contou tudo, lhe pediu desculpas. Mas a cabeça dela estava a milhas por hora, quando tomou a decisão de sair correndo.

Seus olhos já estavam vermelhos e seu rosto molhado, as pessoas à olhavam e para ajuda-la murmuravam entre si. Depois de vários tombos e tentativas de se acalmar chega em casa. Seu Matias e Dona Adelaide tentam falar com a filha, mas ela entra dentro do quarto e tranca a porta.

Belly está com um monte de coisas em mente, o amor que acreditava ser verdadeiro, a esperança de se entregar a ele, a casa que seu pai dera para eles, o marco: A ponte Branca, as luas e as doces palavras que Emiliano à falava. Tudo levado pelas águas, pelo sangradouro, mas Belly não queria deixar estas coisas irem, até que chegou a conclusão do que naquele momento era o melhor para ela.

No relógio marcava meia-noite a cidade dormia, então ela veste seu vestido de noiva e saí, ela vai rumando o grande símbolo de seu amor. Chegando a Ponte Branca ela sobe em cima do suporte e grita:

- Viver deve ser a melhor coisa do mundo, por que eu apenas existo.

E decidi acabar com sua existência, pulando no sangradouro e morrendo afogada junto com suas memórias que por Emiliano foram descartadas.

Desde de então vaga pelo Centro e Cavalhada pedindo desculpas pelo seu ato, no qual não só à machucou, mas também feriu seus pais e deixou um buraco em Emiliano, que sabe que o motivo de ela se matar e até hoje não descansar é sua culpa. Desde de o suicídio de Belly ele visitava a ponte, é como se sentisse ela ali, ele só não sabia que ela estava e que falava sempre em seu ouvido:

- Eu nunca irei. Nunca fui. Sempre estive aqui à sua espera.

Como a ponte transmitia o momento de Belly chegou, o fim. 

A Ponte BrancaWhere stories live. Discover now