Capítulo 3

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A parte mais difícil da manhã, era ter que me levantar para ir trabalhar. Era apenas pelo fato de não querer olhar para cara dele. Minha noite tinha sido um completo inferno, e a culpa tinha sido dele. Ainda sonolenta, me espreguicei, tentando despertar mais um pouco e me levantei da cama, seguindo lentamente para o banheiro.
Eu estava horrível. Olheiras e um aspecto de cansaço tomava conta do meu semblante. Nem toda maquiagem do mundo salvaria aquele desastre. Assim que tomei meu banho, vesti meu uniforme e dei um jeito na juba, amarrando em um coque e enfeitando com um laço cor de rosa.
Eu estava na santa paz, saindo da minha residência, tentando fechar a maldita da minha porta, quando escutei a sua voz.

— Bonito laço, vizinha...— juro que tentei respirar. Meus olhos se fecharam automaticamente, enquanto eu tomava coragem para me virar e olhar para ele.

— Blaine...— finalmente consegui respirar, dando o goto ao falar o nome dele, ainda de costas, buscando coragem para me virar e encará-lo.

— Você falando meu nome assim, vou acabar ficando excitado. — Filho da mãe estava se divertindo com tudo aquilo. — Mas.... Eu prometi ser seu amigo, e não tentar comer você.... Ainda.

Tínhamos estabelecido uma ordem pela manhã, há uns seis dias. Mas todas as vezes era a mesma coisa e eu ainda era pega de surpresa por aquele sentimento de que ele seria mais do que meu amigo. Já que ele fazia de tudo para me lembrar que trepava com todas as amigas e eu era a única que ele tinha estabelecido uma regra. E se dependesse de mim, não duraria muito tempo. Eu só queria que fosse algo além de uma transa qualquer. No dia em que ele entrou no café, eu até cogitei a ideia de uma transa e ir cada um para o seu lado, só que ele era do tipo que ficava gravado na mente, mesmo que fosse apenas um toque singelo.

— Desculpa, eu... — Me virei para olhá-lo. Antes eu não tivesse feito isso. O que tinha de errado com ele e as camisas? Ele tinha alergia a qualquer tipo de tecido, da cintura pra cima?

— Você...?

— Esto-o-o-u... — Eu tinha que parar de gaguejar perto dele.

— Lilith, respire. — Pediu ele, me encarando e se divertindo com as minhas trapalhadas. — Pelo uniforme charmoso, que deixa sua bunda uma delícia, presumo que está a caminho do trabalho. Acertei? — O meu nome sendo pronunciado por ele, era música para os meus ouvidos e saber que ele olhava para minha bunda me deixava ainda mais sem ação.

— Acertou. — Por pouco não me atrapalhei novamente. Eu já estava ficando mais que nervosa. Com as mãos suando e louca para me afastar dele, não por medo dele, mas, por medo de fazer algo errado.

— Vamos. Eu acompanho você até lá...

— Espera... Você vai assim?

— Assim como?

— Blaine, não se faça de tonto. Você não pode entrar na cafeteria em que trabalho, sem camisa...

— Sem problemas. — Disse ele sorrindo. Quando eu prestei mais atenção, vi que ele tinha um moletom amarrando na sua cintura, e que eu, por estar prestando atenção em outras partes do corpo dele, não tinha percebido. — Vamos?

— Você nem ia para o café, aposto...— Resmunguei um pouco emburrada, sem conseguir olhar para ele naquele momento.
Uma hora eu ficava completamente hipnotizada por ele, e em outra, eu estava querendo enfiar a minha cabeça num buraco bem fundo. Ainda bem que o trajeto era curto, ou eu teria um infarto.

— Como você sabe? — Soltou um sonoro e bem-vindo riso. — Sou solteiro, não sei cozinhar.... Estou passando fome. Já olhou bem o meu tamanho... — Eu tentei não levar para o lado do duplo sentido, no entanto, foi inevitável.
Ele sabia exatamente o que estava fazendo, e adorando me torturar. Um homem completamente diferente do que eu tinha conhecido um mês atrás, no café. Esse Blaine era animado, bem-humorado e bastante sarcástico, e até simpático do jeito dele.

Para Todo O Sempre Serei SeuWhere stories live. Discover now