Capítulo único

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Quando eu vi Ian pela primeira vez, não senti o frio na barriga que todos falam, não perdi a noção de onde estava e muito menos senti um choque quando nossas mãos se encontraram.

Foi tudo normal.

Naquele noite eu havia finalmente cedido aos pedidos de Jenny, minha melhor amiga, e deixado que ela me arrastasse para uma noite de diversão. Nós fomos parar num bar movimentando onde, por coincidência ou destino, a banda do Ian estava se apresentando.

Mas nada aconteceu entre nós, nem naquela noite e nem nos doze meses que vieram depois.

Nós só nos aproximamos porque Jenny se apaixonou por Trey, o vocalista da banda, e passou a me arrastar para todas as apresentações que eles faziam. Então, enquanto minha melhor amiga estava pelos cantos se agarrando ao vocalista, o guitarrista me fazia companhia.

Éramos, e ainda somos, completamente diferentes. Enquanto ele agia por impulso, eu gostava de me programar e pensar em todas possíveis consequências antes de tomar uma atitude.

Éramos opostos.

Ian diz que se apaixonou na nossa primeira conversa, quando eu revelei que amava Friends. Já eu o achava completamente irritante e detestava aquele sorriso ladino.

Ele adorava me irritar dizendo que eu ia em todas as apresentações da banda apenas para vê-lo, mesmo sabendo que eu só ia para ter certeza que Jenny não cometeria nenhuma loucura.

Na verdade, era nisso que eu acreditava, até o dia em que Jenny e Trey terminaram e eu fui sozinha ao bar.

E essa foi a primeira vez que agi por impulso.

Eu não sabia ao certo o que tinha ido fazer naquele bar e estava quase dando meia volta, mas então Ian me viu e abriu um sorriso tão lindo que eu não quis estar em nenhum outro lugar que não fosse alí.

Foi nesse dia que aconteceu nosso primeiro beijo e o primeiro pedido de namoro, que eu neguei. Eu estava cheia de provas e trabalhos da faculdade, não tinha tempo para pensar em namoro. Mas Ian era persistente, foram seis pedidos de namoro até que eu finalmente aceitasse.

No início era difícil aceitar que eu estava apaixonada por Ian, éramos tão diferentes, mas eu me sentia tão bem quando estava com ele.

Quando eu me formei na faculdade, Ian não estava presente na minha formatura porque estava viajando com a banda na primeira turnê.

Foi uma fase difícil no nosso relacionamento. Apesar de estar feliz pelo sucesso que a Hunting Wolves estava fazendo, também estava com medo do que isso significava para o nosso futuro.

Mas contrariando todos aqueles que não acreditavam que nosso relacionamento daria certo, ainda estávamos juntos.

Nesses sete anos de relacionamento nós ficamos cada vez mais próximos e o amor só cresce. Nosso relacionamento não é nenhum conto de fadas e tem altos e baixos, assim como qualquer outro. Somos humanos, temos qualidades e defeitos, assim como também temos nossas diferenças, mas aprendemos a lidar com tudo isso diariamente.

Atualmente somos vizinhos de apartamento, porque Ian se recusa a morar comigo até que estejamos casados.

Quem diria que o meu namorado, além de roqueiro e badboy, seria tão antiquado?

Ian tinha o sonho de se casar e havia feito o pedido três vezes, mas eu neguei.

E por mais que ele tentasse disfarçar, eu via a tristeza nos seus olhos toda vez que eu negava.

Eu não tinha nada contra casamentos e era óbvio que eu amava o Ian.

Podia soar clichê, mas eu nunca senti por ninguém o que eu sentia por ele. Ian conseguia despertar o meu melhor lado, ele me respeitava, me amava e me incentivava a seguir quando eu só pensava em desistir. Ele me fazia transbordar.

Para SempreWhere stories live. Discover now