Luna revirou os olhos para o pedido das garotas, mas sabia que não negaria. Ainda mais quando Ágata e Jade olhavam-na com aqueles olhos azuis gigantes e suplicantes.— Tudo bem, vamos no pub.
— Obrigada!
— Você é a melhor. Pessoal, todos para o Runaways Midnight em dez minutos. – anunciou Jade, ainda com o braço ao redor da cintura de Luna.
— Ei, esse é o lugar que o Matheus trabalha. Tudo bem por você ir para lá na folga, cara? – soltou Rafael. O garoto deu de ombros.
— Mabi vai adorar vocês.
— Ótimo. – exclamou Ágata, animada.
Luna suspirou, pensando que aquela seria uma longa noite.
Ela estava certa.
Uma hora e meia depois de terem chegado ao pub, Luna só desejava voltar para casa e ter continuado a noite como antes. Mas as aniversariantes estavam felizes, então valia a pena. Olhou para o balcão, onde Matheus conversava animado com a chefe, Mabi, e com outra mulher que parecia familiar. Desviou os olhos desistindo de identificar, porque não queria ver aquela interação. Não porque houvesse algo de errado com Maria Beatriz – ou Matheus –, mas porque estava tudo certo. A loira era linda, confiante, carismática e segura de si. Ao serem apresentadas, ficou consciente de duas coisas: Matt não a chamava de gatinha há tempos e ela era uma secundarista adiantada (ou em outras palavras: só uma menina).
Balançou a cabeça para os próprios pensamentos auto-depreciativos, tentando lembrar do que Amanda sempre dizia: para de focar nas coisas que parecem negativas, Luna Caterina.
Levantou-se, com a intenção de se despedir dos amigos e ir embora, mas foi interceptada por um sorriso conhecido.
— Quanto tempo, gatinha. Não te vi mais nas festas da minha irmã.
Luna sorriu nervosa, mas satisfeita com a surpresa.
— Digamos que não preciso mais em ir em festas desde que minha amiga começou a namorar o motivo da ida em festas.
Alícia riu alto, apoiando a mão livre em um dos braços desnudos de Luna, que estava muito consciente do toque.
— É uma boa justificativa, mas me diz aí: você só vai aos lugares que sua amiga vai?
Era uma pergunta inofensiva, mas Luna sentiu como se estivesse sendo provocada. Não gostou da sensação. Deu de ombros.
— Você quer dançar?
— Pode ser.
Alícia puxou a adolescente para a pista, com o cuidado de não deixá-la desconfortável de maneira alguma. Notou que Luna estava estranha.
— Algo está incomodando você. Tem a ver comigo?
— Não, não! Comigo.
De forma inconsciente, desviou o olhar para o balcão, o que não passou despercebido por Ali.
— Ele ou ela?
Luna pareceu confusa.
— Desculpe?
— Você é a fim dele ou dela?
— Hum, eu...
— Porque se for dela, sinto muito e é compreensível a sua angústia: Mabi é intimidante e hétero. Mas se os seus suspiros tristes forem direcionados ao cara... Não vejo o porquê.
Luna sentiu-se exposta de forma absurda, com os batimentos cardíacos descontrolados e as bochechas vermelhas, sem saber como responder. Olhou em volta, mas ninguém prestava atenção no diálogo das garotas.
YOU ARE READING
Cartas, Cafés e Cicatrizes [DEGUSTAÇÃO]
Teen FictionLuna e Matheus podem contar nos dedos o que tem em comum: a preferência por café com leite, o gosto pela música e a terapia do banho. Além disso, frequentam, quase todos os dias, o mesmo Café. Mas as semelhanças não passam muito daí, Luna Caterina é...