XVII

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Sete meses haviam passado desde a saída de Maximiliam de casa. Ele a cada dia que passava sentia ter feito realmente a coisa certa. Desde o começo os dois procuraram manter o equilíbrio dessa nova vida a dois, e nunca tiveram maiores problemas quanto a compartilhar e viver intensamente cada momento novo que se descortinava em sua jornada juntos.

_ Negão tava aqui pensando e decidi lançar o novo CD lá no Templo do Samba no final do próximo mês. O que você acha?

_ O espaço lá é bem amplo e pelo sucesso que vocês estão fazendo ao longo desses últimos meses é bem capaz de lotar o lugar, Branquelo. Acho que será o certo a se fazer, pois o disco ficou incrível.

_ E isso tudo graças a você meu amor, que soube me aturar nos meus bodes e desânimos quando a porcaria da inspiração não vinha. Obrigado, viu? E beijou o amado que estava entrando no banheiro após chegar em casa depois de um longo dia de trabalho no Banco Estatal.

_ Agora vê se não demora nesse banho, caso contrário vou entrar aí e nada de jantar de aniversário da sua amiga. Vou aproveitar e fazer umas ligações. Amo você, ser humano maravilhoso.

Max apenas sorriu e já foi tirando a toalha só para que Jordano visse sua nudez.

_ Rapaz você gosta de provocar né?

_ Você acha que eu gosto ou é você quem vive me provocando?

O bancário não esperou resposta e correu para o box.

Viver uma cumplicidade fora do comum ao lado de Jordano e saber que fazia parte de algo intenso e impar, era como se ele e o companheiro tivessem criado sua redoma particular e nada iria abalar suas estruturas.

Alguns amigos já sabiam que eles formavam um casal e levavam essa história entre os dois numa boa. Se no começo eles temiam a reação das pessoas, isso agora com certeza era coisa do passado. Laguna Bay tinha seus preconceituosos, só que a grande maioria das pessoas tinha o amor homo afetivo como uma realidade.

Faltava uma semana para o show de lançamento do CD do amado quando ele num belo final de tarde se sexta-feira disse:

_ Todos os ingressos já foram vendidos e todos os convites já foram entregues. O pessoal da divulgação acabou de ligar avisando. Tá faltando entregar só o da minha família. Deixei para o final por esquecimento. Chegou a hora de enfrentar as feras. Você vem?

_ Claro que vou meu branquelo.

Os dois saíram no novo carro que Jordano havia comprado, e em menos de quarenta minutos chegaram na casa dos pais dele.

Assim que subiram e Inês abriu a porta, os dois entraram e a moça falou:

_ Boa noite Sr. Jordano e ao senhor também. Fiquem a vontade que já vou chamar D. Alissa e o Sr. Luigi.

_ Fica fria Inês. Os manos estão em casa?

_ Só o Sr. Giulio.

_ Chama ele também. Vamos esperar na varanda.

E Jordano mostrou uma parte da amplo triplex que a família morava. O apartamento parecia ter acabado de sair de uma revista de decoração. Os Santorini Vergara eram realmente muito ricos e em contrapartida, esnobes.

Assim que Alissa viu o filho na companhia do rapaz negro, disse:

_ Ah meu filhote, você está aí. Deixa eu dar uma olhada em você, meu querido. E Jordano foi beijado e abraçado pela mãe, que só depois de algum tempo olhou para Max e disse:

Quebra de Barreiras  -  Romance GayWhere stories live. Discover now