Twenty For

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Sophie Blanche

Meus olhos estavam vermelhos graças a duas noites não dormidas. Durante o voo eu analisava todas as pastas e arquivos referentes aos trabalhadores de minha empresa. Hoje estava trancafiada em minha sala. A bolsa jogada em uma pequena poltrona, meu blaser sobre o chão e diversos copos de cappuccino sobre a mesa. Isso estava um nojo.

Me debrucei sobre o computador, estava exausta. Batidas na porta me chamaram atenção, revirei meus olhos e a destranquei. Estava prestes a mandar seja la quem fosse embora por atrapalhar meu trabalho.

Subi meu olhar que se cruzou ao de Lucas, que sorria com uma sacolinha do Starbucks em mãos. Meu namorado encarava-me assustado, talvez pelo estado horrendo de quem estava sendo atormentada por ameaças vindas de um dos meus empregados.

O mais velho me puxou em direção ao seu corpo, seus braços rodeavam minha cintura, enquanto minha cabeça estava apoiada em seu peito. Eu sabia que teria de responder perguntas algum hora, mas não poderia ser justamente agora.

— Eu sei que devo explicações a você, mas não hoje, por favor. — disse derrotada.

— Tudo bem. - suspirou e logo segurou uma de minhas mãos. — Mas chega de trabalho, você precisa descansar Sophie.

— Estou sem forças 'pra lutar contra você. - ri, logo sentindo meus olhos pesarem.

O chinês ligou para Emma pedindo que enviasse faxineiras para limpar toda aquela bagunça. Ele apanhou meus pertences que estavam espalhados e segurou minha mão, enquanto me puxava para o estacionamento. Eu me sentia uma criança sobre seus cuidados, era uma cena estupidamente engraçada de se ver.

Em questão de algumas minutos chegamos em minha casa. Subi para o meu quarto e entrei no closet, apanhando uma roupa qualquer e logo indo para o banheiro. Mesmo que contra vontade, minha cabeça martelava com diversas ideias para, finalmente, descobrir quem era o culpado.

Meu corpo foi virado delicadamente, mesmo que tenham se passado apenas alguns dias eu sentia uma falta imensa do moreno. Ele sorriu e me puxou contra si, o beijei enquanto entrelaçava minhas mãos em volta do seu pescoço.

— Eu descobri que as ameaças que venho recebendo vieram de dentro da empresa. - fechei minha mão em punho, tentava controlar a raiva existente em mim desde que estive na Coreia do Sul. — Por isso não falei com você desde que voltei, me foquei tanto no trabalho e agora não consigo parar de pensar sobre isso Lucas.

— Não tem como esconder alguma coisa de você. - sorriu, beijando o topo de minha cabeça. — Eu vou te ajudar, certo? E no fundo, ambos sabemos que você tem uma ideia de quem pode ser o culpado.

Sim, eu tinha uma ideia de quem poderia ter descoberto meu passado, mas me custava admitir, então apenas sorri para Yukhei e o abracei novamente.

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