Capítulo 18

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Notícias de Mary

Pollyanna

O inverno chegava cobrindo tudo com neve. Era sábado de manhã, eu coloquei uma roupa quente, cachecol, luvas, gorro, nevava lá fora e eu encontraria Jimmy para irmos juntos ao povoado de Hogsmeade, já que Charlus e Dorea iam juntos e Minerva decidiu ficar estudando no castelo.

Encontrei-me com Jimmy e fomos à Dedos de Mel, Três Vassouras e por fim ele me convenceu a ir ao café da madame Puddifoot rir dos casaizinhos idiotas. Nós conversamos e tomamos chocolate quente o que foi muito bom com aquele frio e ficamos rindo dos casaizinhos idiotas que estavam ali.

— Você quer mais um pouco de chocolate quente Benzinho? — perguntou Jimmy caçoando dos casais.

— Oh claro que eu quero vida. — eu digo rindo alto.

— Vida? Vida? Sério?

— O que foi bebê? Não gostou do apelido? — perguntei rindo alto e apertando a bochecha de Jimmy que também gargalhou.

— Ai só você mesmo Polly. Não sei como Riddle pode ser tão idiota de te perder — ele diz falando sério dessa vez, eu sorrio desviando meus olhos para o chão, ele acaricia meu rosto e nossos lábios estão a centímetro de distancia, estamos tão próximos nos últimos dias e Jimmy é uma boa pessoa, eu quero que isto aconteça, quero beijá-lo, mas o sininho que anuncia novo cliente tocou e a voz aborrecida de Tom fez com que eu me afastasse de Jimmy.

— Estou te procurando há horas — ele disse raivoso me puxando pelo braço, eu puxei meu braço de volta e o fitei indignada.

— Deixe-a em paz Riddle — disse Jimmy levantando-se e cerrando os punhos.

— É uma carta de meu pai, sobre Mary — ele disse me mostrando um pergaminho e ignorando Jimmy. Eu fiquei estática, entre preocupada, curiosa e orgulhosa, olhei para Jimmy como um pedido de desculpas e ele assentiu dizendo que tudo bem eu ir.

Eu saí do café da madame Puddifoot com Tom, tentando acompanhar seus passos apressados.

— O que houve?

— Recebi esta carta essa manhã, Mary, ela está doente e pede para nós dois voltarmos para ela nos ver. — Eu puxei o braço de Tom fazendo-o olhar para mim, a neve caía sobre nossos ombros em uma rua bastante deserta, afinal os alunos estavam todos dentro das lojas.

— Tom... — eu disse mais como se quisesse convencer a mim mesma do que a ele. — Vai ficar tudo bem com a Mary, ela é forte.

— Eu sei — ele disse evitando meu olhar e voltou a andar.

Nós dois voltamos para o castelo onde procuramos o professor Dumbledore e explicamos a situação, o professor nos deixou embarcar para as férias mais cedo que os outros alunos. Arrumamos nossos malões e embarcamos no trem de volta para Londres naquela noite.

Eu mandei uma carta à tia Polly avisando-a sobre passar as férias com os Riddle, durante a viagem contei a Tom sobre minhas notas nas N.O.M.s e como estava sendo o meu 6º Ano, ele não queria ouvir, mas tenho mania de falar muito e ainda mais quando estou passando por uma situação difícil.

Quando chegamos a Londres, o pai de Tom foi nos buscar e nos explicou durante o caminho que sua mãe estava sofrendo de uma doença terrível e provavelmente sem cura, ela estava tendo o melhor atendimento médico e ainda assim, não melhorava.

— Vocês não acham... — começou o Sr. Riddle antes de entrarmos na casa. — Que aja alguma cura no mundo de vocês?

Tom ficou pensativo, mas eu sabia a resposta.

— Eu lamento, mas não há Sr. Riddle, não é assim que funciona. Se fosse apenas uma perna quebrada, consertaríamos sem rodeios.

Sr. Riddle pareceu abatido.

— Tudo bem, obrigado meninos, podem entrar para vê-la, ela vai ficar feliz. Mesmo doente, minha mãe não para de ficar contente, diz ser um jogo que a senhorita a ensinou, Miss Pollyanna.

Eu sorri de leve.

— Sim senhor. — assenti e entrei seguida de Tom.

Mary estava em seu quarto, abatida, cansada, pálida, frágil, era terrível vê-la desse jeito, mesmo com os cabelos brancos, ela sempre fora uma senhora forte e animada, boa, sempre nos aceitou tão bem.

— Oh queridos! — ela exclamou ao nos ver, seus olhos brilharam e nós a abraçamos. — Estou tão contente em vê-los.

— Também estamos Mary — dissemos em uníssono.

Ela suspirou.

— Bem, vocês já devem saber que eu... Não estou muito bem de saúde.

— Você vai ficar bem Mary, você é forte — eu disse lhe apertando a mão e ela sorriu.

— Obrigada querida, mas estou preocupada com os dois. — ela disse apontando para mim e para um quieto e abatido Tom.

— Não deve se preocupar conosco — disse Tom.

— Oh, mas é claro que devo querido, Pollyanna me contou em uma de suas cartas que não se falam desde as últimas férias. Tom não seja tão severo com a Polly — pediu Mary, eu não olhei para Tom, temia que ele estivesse raivoso. — Sabe que, mesmo sendo tão diferente, agitada e ingênua, Polly faz tudo por você, pelo seu bem e pelo dos outros.

Inesperadamente a mão de Tom procurou pela minha e a apertou atraindo meu olhar. Meu olhar foi das nossas mãos unidas para os olhos de Tom, mas eu tentava convencer a mim mesma que ele só estava fazendo aquilo por Mary.

— Você vai ficar bem Mary, eu prometo — disse Tom. — Vamos cuidar da ceia de natal.

— Oh claro. — assenti. — Eu posso também chamar minha tia Polly, seria uma ótima ceia, eu cuido dos doces também.

Tom riu debochado.

— Por acaso sabes fazer algo na cozinha Pollyanna? — riu Tom, eu bati em seu braço.

— Eu estou aprendendo para sua informação — eu disse orgulhosa.

— Não vamos arriscar — disse Sr. Riddle entrando no quarto disfarçando as lágrimas e com a voz embargada, porém divertida. — Podemos encomendar os doces.

Mary riu.

A tarde foi divertida, à noite quando fomos nos deitar, foi quando Tom e eu ficamos sozinhos pela primeira vez no corredor, o silêncio era incomodo e nossos olhares fugiam.

— Tom, Mary já tem uma idade avançada... — eu disse chorosa, Tom olhou para mim.

— Ela vai morrer, como minha mãe, como seus pais — ele dizia entre raivoso e abatido.

— Isso ainda não justifica horcruxes, essa magia é abominável — eu disse cruzando os braços e evitando seu olhar, olhando irritada para um ponto qualquer na parede.

— Sabe que eu estava apenas fingindo, não sabe?

— Sobre termos feito as pazes? Foi o que imaginei — eu disse.

— Por Mary — ele disse frio e eu assenti. — Boa noite, então, Whittier.

— Boa noite Riddle.

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