Império de Fogo e Aço

Prólogo

Nas montanhas altas cobertas de neve o imperador admirava seu reino frio e ameaçador da sacada opulenta de seu palácio.

Seu reino era o mais temido e misterioso entre os três grandes Impérios de Astlan e não era a toa, seus soldados tinham sido forjados para o campo de batalha e seu reino criado a base do sangue dos inimigos que ousavam desafiá-lo.

Suas tropas avançavam pela novoa da manhã quase imperceptíveis pela armadura branca e bruta, os elmos brutalmente forjados das próprias escamas eram tão assustadores e belos que sempre que os via ficava admirado com o trabalho de Lorcan.

Hoje seria mais um dia de lutas e sangue quente derramado na neve. Por milênios foi assim e não duvidava que continuaria até o fim dos tempos.

Humanos viviam para a luta, para a guerra e intrigas, a paz nunca seria o suficiente. Sempre queriam mais do que podiam ter.

O mundo não era suficiente e nem seria.

Ele deixou uma risada baixa escapar. Humanos com o poder nas mãos eram estúpidos, matavam com prazer um dos seus apenas por mais alguns pedaços de terra.

Por ele seu reino viveria em paz, isolados. Porém era por esse motivo que sempre era alvo dos outros dois reinos.

A curiosidade em saber o que havia além do lago congelado os faziam enviarem tropas com os mais asquerosos soldados que nunca retornavam.

Seu coração batia fracamente desde a morte dela, mas estranhamente com a aproximação de uma nova onda de massacre ele se aqueceu e bateu mais rápido em expectativa. Era sempre assim, a excitação de matar, algo que para ele era tão normal e automático quanto piscar.

Só que o sentimento era outro, diferente. Algo estava atiçando sua curiosidade. Ele nunca havia se sentindo assim, não desde que a presença dela se fora para sempre de Astlan. Talvez seja... Mas não ousou completar a linha de pensamentos. Já tinha perdido a fé que um dia poderia achá-la.

Quando virou-se para entrar em seu quarto ele ouviu um som baixo, frio, distante. Era alguém gritando de dor e ele sentiu, como um estalo em sua mente, algo tinha se fragmentado naquilo que ele pensou ter perdido a eras, sua alma. E caiu de joelhos com a dor o invadindo em cada poro.

O imperador nunca sentiu tanto medo.