H A R R Y
Meu namorado definitivamente tinha me traído com o entregador de jornal que toda manhã jogava pela sacada os noticiários do dia.
Eu estava me olhando no espelho há minutos tentando achar o que não era mais o suficiente para aquele desgraçado.
As pintas que tenho no maxilar?
Meu cabelo longo?
Oh, claro que era o meu cabelo. Essa merda não parava de crescer e provavelmente daqui a uns meses irá virar ninho de cobra se eu não der um jeito.
Meu celular começou a vibrar na calça apertada e imaginei o que seria a notícia da vez, o peguei para ver as notificações e era apenas o meu empresário relembrando que tenho reunião em meia hora.
Oh, merda.
Fiz um coque frouxo em meu cabelo, lê-se ninho de cobra também, e taquei o aparelho no bolso da calça jeans.
Saí do banheiro e corri para a cozinha, e, não vendo outra opção, recolhi uma maçã na fruteira em cima da mesa.
Logo eu já estava virando a esquina com passos apressados ao starbucks mais próximo da minha casa de luxo, inclusive, se Louis Tomlinson pensa que irá tirá-la de mim, esse filho da puta está muito enganado.
— Um café expresso, por favor. — pedi à atendente ruiva que me olhava como se eu fosse um pedaço de carne fresca. Coitada, mal sabe o tipo de fruta que como.
— Pra agora ou pra viagem? — perguntou se aproximando do balcão e mascando seu chiclete completamente duro. Qual é? Como ela consegue estar com aquilo na boca às oito da manhã?
— Viagem. — falei e lhe passei uma nota de vinte dólares pedindo para que ela ficasse com o troco, soltei uma piscadela antes de me virar só para dar gostinho e fui pegar meu café.
Minutos depois eu já estava com o copo de isopor em minhas mãos correndo para a saída até que meu corpo bateu contra algo pequeno e duro. Logo todo o meu café estava esparramado no chão, junto com o meu queixo ao olhar para aquele sorriso.
Oh, aquele sorriso.
— Me desculpe, eu... — ele se abaixou para recolher o meu copo caído enquanto eu fiquei o encarando.
— N...ão foi nada. — soltei um sorriso fraco, embora metade da minha calça estivesse suja, aquilo não faria diferença. Olha só esse bombonzinho.
— Vou comprar outro café pra você. — sua boca se moveu, falando algo que eu não conseguia assimilar.
Céus, o que está acontecendo?
As pessoas que passavam ao nosso redor reclamando que estávamos parados no meio da passagem já não importavam. Qual o nome dele? De onde ele veio? Do inferno que não foi, porque com certeza aquilo é um anjo.
— Oi?
Pisquei algumas vezes me recuperando do constrangimento e o olhei me encarar confuso.
— Vou comprar outro café. — falou arqueando as sobrancelhas e antes que eu protestasse, o cara de braços tatuados estava se distanciando de mim.
O segui, claro.
A mesma atendente fez o seu pedido e da mesma maneira encarou o cara. Ela não se cansa?
Me sentei à mesa mais próxima e fiquei o esperando. Que se dane as horas ou a reunião, eles podem me esperar.
— Aqui está. — voltou com dois copos de isopor e pôs sobre a mesa e sorri em agradecimento. — Sou o Coutinho, prazer. E me desculpe pelo incidente.
— Sou o Harry. Não se preocupe, não há nada que não possa ser resolvido.
Ele sorriu se sentando e dei um gole no café observando os detalhes do seu rosto e esqueci de todo drama que estava passando. Que se foda Louis Tomlinson e suas falsas desculpas, que se foda tudo e todos.
Eu quero o Coutinho. Só. Para. Mim.
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hatinho
Fanfictionum esbarrão dois homão entrando no mesmo timão pra tomar um cafézão