Capítulo-25: Um novo amanhecer.

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Heitor andava em direção à sua casa naquela fatídica noite. Sentia que sua vida havia ficado de ponta cabeça. Sentia fortes dores em seu braço, um cansaço nunca antes visto e um peso na consciencia que não conseguia ignorar, os efeitos da luta contra Samael foram devastadores para seu espirito. Era como se tivesse selado seu próprio destino. 

O garoto passou por um ponto de táxi com uma tevêzinha ligada e pôde saber que a polícia já estava no perímetro da escola, a mídia já sabia, agora era apenas questão de tempo que fosse capturado. Só conseguia pensar em sua mãe, em seu cachorro, em como aquela maldita pedra havia desgraçado sua vida por completo naquele momento. 

-Os acontecimentos na Escola Técnica Mandaqui estão na altura de um ato terrorista!-Dizia um dos âncoras na Tevê.

-Meu Deus hein Betão!Quem deve ter feito uma coisa horrível assim?-Um dos taxistas.

-Xiiiiiuuuu!!! Eu quero saber mais sobre isso! Eu tenho um sobrinho lá! Isso deve ser obra daqueles malditos crentes!-Dizia o outro Taxista.

Heitor não pôde deixar de ouvir e absorver tudo aquilo. O garoto encarava como ele sendo o epicentro de toda aquela desgraça. Andava em direção à sua casa, com a lua crescente imponente no céu, se torturando por tudo aquilo. "É minha culpa... É minha culpa..." era o que dizia durante seu trajeto. De repente as imagens do garoto morto vinha à sua mente. Tinha matado alguém. Era o bastante para se torturar mais; seus ouvidos lembravam dos gritos excruciantes de seu amigo segurando toneladas e toneladas e subitamente era aquilo que sentia estar fazendo, estava segurando um peso psicológico do tamanho de toda aquela Etec.

-O que nós fizemos... AAAAAAAAAAAAAHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!- O jovem não conseguiu segurar seu desespero, seu grito por mais doído que tenha sido, não liberou qualquer som tamanha sua dor.

Estava já de frente para o portão branco de sua casa, seu portão tinha algumas manchas laranjas em sua estrutura devido à reforma que estava sendo feita em sua casa e logo alguma armadilha em seu cérebro o fez associar aquela imagem com o sangue contido em suas mãos. Olhou para o chão, chorou. Caiu de joelhos em frente sua casa.

-...  Droga... O que eu estou fazendo?!-O garoto subitamente apenas deixou toda sua dor vir à tona.-Eu... Eu... Eu não sou assim! Eu não podia ter feito isso! Meu Deus... Deus... Eu sinto você agora tão distante!!! Avô... Por favor... Eu preciso de você!-As lágrimas estavam com um peso nunca antes sentido.-Eu não sou isso aqui de joelhos...-Juntou suas mãos como forma de oração. Seu corpo todo tremia, sua chama havia apagado.-Por favor, alguém... Alguém que esteja me ouvindo... Me perdoe!!!-Gritou para o nada, quando abriu os olhos estava em um outro lugar, tudo ao seu redor brilhava, era um espaço completamente branco mas se surpreendeu com quem estava em sua frente.

-Eu... Sinto muito por tudo isso que você está sentindo.

-Você... Seu desgraçado!-Heitor formou uma esfera de aura e golpeou Tízito na barriga.

-Se... Argh... Sente... Melhor?-O olhar de Tízito tinha uma compaixão nunca antes vista por Heitor.

-Por quê?-O enxugava as lágrimas em seu rosto.-Por quê eu? 

-Tem que ser você.

-Não! Não tem!- O garoto tentava tirar a pedra de seu antebraço.-Eu... Sou... Apenas... Outro... Cara!-Não obteve sucesso, e ainda caiu.

-...

-Você tá vendo!-Se erguia enquanto as lágrimas caíam.-Eu sou isso! Esse inútil! Eu não estou a fadado à grandes feitos como você disse! Eu sou um garoto comum! Eu não quero ser isso que quer que eu seja! 

-Heitor... É por isso. É justamente por isso.- Tízito se aproximou do garoto e ficou um pouco abaixo do nível dos seus olhos.-Você não precisa disso! Você não busca poder, seu coração é justamente imune à essa soberba! 

A Galáxia V: A Saga da Terra (Volume 1)Onde histórias criam vida. Descubra agora