Como Sobreviver Em Um Cruzeiro [COMPLETO]

Aquele em que quase cai do deck

As aulas de dança eram depois do café da manhã, o que me dava a oportunidade de acordar as 6h, tomar uma vitamina rápida, malhar, voltar para o café às 8h, e às 10h ir para aula, que segundo informações de um dos garçons, seria no deck do navio.

Dessa vez Yumi foi comigo até a academia, e encontramos com Paula na mesa de café da manhã depois de um banho quente. Já havia malhado, e agora me deliciava com alguns pãezinhos de queijo e iogurte de morango. Minha amiga não parava de falar sobre a animação que estava sobre a festa de Halloween, e que queria ao menos ficar com vários caras na festa.

– Ah, meu número aumentou – comentei, lembrando do americano. Paula arregalou os olhos e abriu um sorriso, debruçando–se sobre suas mãos para ouvir tudo que eu tinha a dizer. Yumi por outro lado continuou atenciosa nos cereais que comia. – Ontem antes de encontrar com vocês, um americano deu em cima de mim e nós ficamos. Ele era quente, mas não tão gostoso quanto o cara que eu fiquei anteriormente.

– Você está muito assanhada e eu estou amando isso – acrescentou minha amiga, rindo. – Eu estou decepcionada comigo mesma que estou perdendo para vocês, mas tudo bem, o que importa é se soltar!

– E quando eu estava voltando ontem para o quarto, um fato muito estranho aconteceu – tomei um gole do iogurte com Paula prestando atenção completamente em mim. – Lembra do cara que eu te falei, da academia e tal? Então, ele esbarrou em mim e derrubou todas as minhas coisas da bolsinha. Claramente ele pegou tudo, e quando viu minha camisinha, riu, e falou que ficaria com ela.

– Que cara estranho! – Yumi bebericou o suco de laranja através do canudo depois de falar. – E aí?

– E aí que ele simplesmente tomou o elevador de volta, e sabe se lá para onde ele foi – dei de ombros, limpando a boca com guardanapo. – Mas pensei que, camisinha é igual água: não se deve negar para ninguém.

– Essa é a minha garota – Paula riu, limpando também a boca. – Eu acho que vou ao SPA, vamos?

– Vou para a aula de dança – revirei os olhos. – Se eu quero me sair bem no baile de gala, preciso frequentar essas aulas, aproveitando que são gratuitas.

– Yumi? – perguntou, fazendo a outra levantar confirmando com a cabeça. – Estranho ter um baile, mas não ter um par – caminhamos pelo deck, andando ao lado da piscina onde muitas pessoas já estavam.

– Estranho seria se tivéssemos um par – comentei fazendo–as rir. Ajeitei o chapéu na cabeça, e olhei para os lados, procurando alguma informação sobre a aula de dança. – Acho que vai ser lá em cima. A gente se vê depois!

– Depois que terminar, o SPA é no último andar do subsolo.

Minhas amigas andaram em direção à entrada para pegar o elevador, e eu caminhei para a escadaria, afim de ir para o último andar do navio do lado de fora. Algumas pessoas já estavam concentradas no local, e o professor já se encontrava explicando sobre a dança.

– A primeira dança será do capitão e em seguida de seu filho. Depois que a música acabar, todos os passageiros terão o direito da dança e podem seguir o resto da noite se assim desejarem – explicou o professor. – Para quem se atrasou, a dança é o básico: valsa. Os casais que quiserem inovar a dança, podem ficar à vontade, não há problema algum.

– Você tem certeza que iremos sair dançando daqui? – perguntou uma mulher à minha frente.

– Sair dançando eu não sei, mas que eu vou ensinar tudo que sei, é certo – riu. – Enfim, vocês podem se organizar em duplas!

As pessoas começaram a se organizar e eu perdida no mar de pessoas fiquei parada, não sei dizer o que estava aguardando, mas quando dei por mim estava sozinha, enquanto todos já se conversavam. Não havia muita gente, talvez umas 15 no máximo, e eu era justamente o número par.