The way I see things

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Como já era esperado, uma semana de suspensão. Não tive nem como disfarçar o quanto estava feliz por poder ficar em casa, continuar meus projetos com as musicas e mix tapes.

Ja era o terceiro dia dentro do quarto, o terceiro dia sem dormir, o dia estava nascendo novamente e nada tinha mudado, meu cigarro de maconha aceso em cima da mesa, meus olhos fundos e pretos como de costume, não estava sentindo quase nada do meu corpo pela alta dosagem de calmantes e relaxantes musculares, não havia fome, ou sede, havia sempre a tristeza constante, incessante e incansável.

Queria apenas poder levantar meu corpo morto em vida da cama, ter vontades e coragem, ter amigos com quem contar, falar sobre as transas da noite passada ou até mesmo ter uma garota com quem transar, gastar energia e stress nem que fosse por uma única noite.

Eu não estou desistindo da vida, é só o jeito que eu sou, o jeito que vejo as coisas.

Precisava pelo menos comer algo para me manter de pé, desci até a cozinha para tomar um café. Gritei pela minha mãe mas não obtive resposta, não estava em casa presumi, provavelmente ja tinha saído para dar aula, peguei o café que ainda estava quente, coloquei em uma xícara e assim voltei ao quarto.

Já estava começando a cheirar mal, estava precisando urgentemente de um banho mas simplesmente não tinha forças para levantar ou fazer algo, peguei meu cigarro, a cada tragada me sentia mais fraco, impotente, já não sinto dor mesmo estando com uma faca nas costas e uma bala na cabeça, é como se existir não fizesse mais sentido, porque se questionar tanto sobre a existência? Porque viver aqui sendo que a vida na verdade pode estar do outro lado?

E assim passei os setes dias, intercalando a cama com a cozinha, e a cozinha com a cama, só comendo o necessário para aguentar o tanto de toxinas que estava colocando para dentro do meu corpo, era só uma questão de aguentar, aguentar até que tudo isso acabe e eu me vá.

***

Já faz uma semana que a minha vida mudou de cabeça para baixo, me mudei para Long Island por conta do trabalho do meu pai e até agora não consegui me adaptar, principalmente a escola, o último lugar pelo qual passei foi a Hungria, e pelas minhas contas ja me mudei ao todo nesses dezesseis anos de vida cinco vezes.

O fuso horário é de pelo menos seis horas a mais de Long Island, o meu sono está péssimo e a minha ansiedade mais ainda, me esforço ao máximo para estar de pé pela manhã.

Uma semana na escola ainda não foi o suficiente para me organizar, revisar material, falar com professores e coordenadores, até agora apenas consegui ir até a diretoria pegar meus horários de aula, e o pior de tudo em uma mudança repentina: deixar seus amigos. Sempre fui considerada uma pessoa totalmente social, sempre tive muitos amigos e pessoas que sempre se importaram comigo, mas não estava entendendo o que estava me impedindo de fazer amizades, talvez seja pela curiosidade das pessoas, ou pelo fato de eu não deixar que se aproximem de mim.

Tive apenas um contato com um aluno desde que entrei, o dia em que estava na diretoria ele estava sentado em um banco em frente a sala do diretor, não reparei muito mas quando o olhei por inteiro não nego que fiquei um pouco assustada, parecia ter dezessete anos no mínimo, e já tinha tatuagens, tinha olhos fundos e cansados, era magro e bem alto pela idade que parecia ter, tentei me comunicar mas foi em vão, foi chamado com um grito agudo para dentro da sala do diretor e assim passou pelo menos meia hora la dentro , os gritos do mesmo eram muito fáceis de se escutar, nenhum dos dois estavam economizando na voz, até que a conversa chegou ao fim e finalmente ele saiu, de cabeça baixa, desde então nunca mais o vi.

Já estava farta de me sentir sozinha, e o stress a essa altura já estava tomando conta de mim, decidi que na próxima aula, o primeiro ser humano que se sentasse ao meu lado, não importa como seja, seria meu mais novo amigo. Não faltava muito para que o sinal batesse, enquanto aguardava, terminava de copiar a matéria que havia pego com a mulher da secretaria.

O sinal não demorou a bater, do meu lado logo se sentaria a minha mais nova amiga, ou amigo.

E la estava ela.

Era uma menina alta, com longos cabelos pretos e sobrancelhas milimetricamente desenhadas, usava calças apertadas e um batom rosado.

- Desculpe incomodar, meu nome é Amethyst, sou aluna de transferência e preciso de ajuda com algumas matérias, qual o seu nome ?

- Olá! Me chamo Francine, prazer Amethyst! Com o que posso te ajudar ?

N/A: Por essa vocês não esperavam ! Bom quero falar um pouco da fic e como vai decorrer tudo, irei fazer como havia dito no capítulo anterior, primeiro vem a história do Gustav adolescente no ensino médio, e depois a história do rapper Lil Peep que conhecemos hoje ( que descanse em paz Gus), pretendo postar se tudo correr bem de sexta, sábado e domingo, mas caso tenha uma folga na semana e consiga escrever, postarei sim! Mas não prometo sempre.

* Hoje é dia 15, aniversário de morte do Peep, já fazem 8 meses...não da nem para acreditar, você vive todos os dias em nossos corações, espero que esteja bem e que tenha encontrado a felicidade que sempre procurou*

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