Capítulo 49 - Contato com a Natureza.

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Vejo de relance alguém se aproximar atrás de Miguel, olho novamente e vejo que é Maria, mais atrás, Victor está parado nos olhando.


Está tudo bem por aqui? - Maria pergunta após se aproximar o suficiente e me dá um olhar acolhedor assim que percebe minhas lágrimas.

Sim. - Miguel diz limpando o rosto. - eu já estava de saída. - Ele diz e me encara por alguns segundos antes de se virar e seguir para a festa.

Como você está? - Maria pergunta se aproximando mais de mim.

Destruída. - Falo sentindo as lágrimas em minhas bochechas, Maria me dá um abraço apertado.

Vai ficar tudo bem, ele só está magoado com tudo isso, mas sei que ele consegue te compreender. De um tempo para ele. - Maria sussurra para mim ainda me abraçando, faço que sim com a cabeça e ficamos assim até às lágrimas finalmente cessarem.

Não quero atrapalhar esse momento de vocês. - Victor diz se aproximando. - Mas acho que é melhor sairmos daqui antes que sejamos assaltados, eu e Maria rimos e nos soltamos do nosso abraço, vamos caminhando até o carro de Victor, entramos no mesmo e ele dá a partida para nos levar para casa, conversamos sobre coisas básicas durante o percurso até chegarmos em frente a minha casa.

Irei me retirar pra dar licença ao casal. - Falo e me despeço de Victor, abro a porta do carro e vou para casa, subo as escadas em direção ao meu quarto, mas ouço meus pais conversando e me aproximo da porta do quarto deles, mesmo estando um pouco abafado, consigo ouvir a conversar.

Não vou perdoa-la, se ela realmente amasse a avó dela ela teria percebido, não importa o que os médicos falem ou você fale, eu não vou perdoa-la. - ouço minha mãe dizer e isso para mim já foi o suficiente, me afasto da porta segurando o choro com toda a força que tenho e entro em meu quarto, pego um pijama e vou para o banheiro, encho a banheira e retiro toda a minha roupa, faço um coque em meu cabelo e entro na banheira que já encheu, fico ali, pensando em tudo, em Miguel, em minha mãe, em minha avó, sinto uma dor forte em meu coração e não controlo meu choro, respiro fundo e deixo as lágrimas rolarem, relembro todos os momentos incríveis que passei, sorrio ao lembrar de todas as vezes que passei as férias com a vovó, em todos os presentes que eu fazia questão de elaborar em seus aniversários, penso em como eu e minha mãe éramos confidentes, que era minha verdadeira amiga, ouço algumas batidas na porta do banheiro, então me levanto e visto meu roupão. Abro a porta e vejo meu pai.

Como você tá, minha querida? - Meu pai pergunta me puxando para um abraço.

Estou indo, e o senhor? - Pergunto o abraçando forte.

Preocupado. - Ele confessa e suspira.

Com o que? - Olho para ele que retribui o olhar.

Com você e sua mãe. - Ele diz e é notória a tristeza em sua voz.

Eu sinto muito por tudo. - Falo e seguro o choro.

Você não precisa se desculpar por nada, minha filha. Eu sei que você não tem culpa, e no fundo, sua mãe também sabe, mas no momento ela está com muita dor, e necessita culpar alguém, eu sei que não é justo, não concordo com o que ela está fazendo, mas nada do que falarmos agora vai mudar isso nela, precisamos dar um tempo para a poeira abaixar. - Ele fala e deposita um beijo em minha testa.

Eu entendo, pai, mas de certa forma, também sinto culpa. - Confesso para ele que me olha triste. - Se eu ao menos não tivesse saído do quarto, talvez eu pudesse ter percebido o menor sinal possível talvez minha avó ainda estivesse aqui.

Uma Garota Apaixonada Em Apuros.Dove le storie prendono vita. Scoprilo ora