capítulo três

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"embora nada possa nunca ser o mesmo, o coração continua se alargando para mudanças."

~*~

— Sua irmã? — repetiu com o rosto quente como uma bolsa térmica. Ele achava que estava corado como um pêssego quando a mulher riu e tentou esconder isso. — Eu achei que...

— Eu fosse comprometido. — o francês emendou, completando como se o conhecesse melhor do que ele mesmo. Oh, que metido. Não era assim, Tomlinson não sabia nada sobre ele. As únicas pessoas que tinham o conhecimento razoável de si eram sua mãe e sua irmã. Talvez seu pai, um pouco. — Eu sei que sim, soa como algo que você pensaria.

— Você não saberia.

— Mas estou certo, não é?

Harry se calou e juntou os braços sobre o peito, um pouco vencido.

— Ela não é minha esposa, é uma pulga chata. A pulga mais entediante de toda a família, tenho certeza.

A mulher de longos cílios piscou, juntou o polegar e o indicador, logo acertando um estalo entre as sobrancelhas claras do francês.

Ele massageou com a ponta dos dedos, delicado e quase divertido.

— Ele quis dizer — a voz dela se sobressaiu o xingamento que ele eventualmente deixou escapar. — que sem mim, ele estaria perdido. Foi isso que ele disse. Você fica para o jantar?

— Eu não sei. Talvez. — olhou ao redor, situando-se. Era um lugar aconchegante e familiar, ainda que aquela fosse a sua primeira vez naquela casa. As paredes meio pintadas de giz, os desenhos grudados na porta da geladeira, o sol meio alaranjado era convidativo no jardim e os olhos esperançosos de Henri também. Ele bem que podia ficar.

— Tudo bem.

— Nós finalmente teremos um jantar na mesa? — A mulher comemorou aquilo, erguendo as mãos. Henri entrou no cômodo cantarolando algo indecifrável. — Isso mesmo. É um milagre, Henri. Vamos usar a mesa de jantar para o jantar!

Harry tentou não olhá-lo pelo canto dos olhos, um formigamento crescendo debaixo da sua pele por saber que estava sendo observado.

— Não é como se fosse a primeira vez. — Tomlinson murmurou e rolou os olhos bonitos, ninando a menina em seus braços. Henri e a mulher seguraram as mãos e dançaram entusiasmados, em círculos.

— Desde que chegamos. — Genevieve corrigiu, sem humor algum. — É sim. A primeira desde que chegamos, papa.

— Porque comemos fora. E lá, nós sentamos à mesa para comer. — o homem insistiu num ponto e todos eles franziram os lábios no mesmo instante. — Par Dieu, arrête ça. Não é grande coisa, é só uma mesa. Preciso colocá-la na cama, volto em um segundo.

Ele saiu e Harry o acompanhou com os olhos, quase entrando em colapso porque foi deixado à deriva. Lottie lhe ofereceu um lugar e um copo de suco (que acabou tendo uísque diluído e então ele se perguntou se, bem, franceses tinham mesmo aquele hábito). Ele bebeu bem pouco.

Olhou para o lado e a porta de vidro, a que dava passagem para o jardim, mostrava Henri se esticando para tocar a ponta dos pés. Apertou os olhos com um pequeno sorriso nos lábios. Ele saltitava, empurrava os ombros para baixo e esticava as mãos até os pés. Harry estava prestes a perguntar se ele era ou não um bailarino, mas Lottie sumiu do cômodo e só havia uma menina quieta e pouco simpática ali.

— Sim, ele é. — ela disse.

Harry engoliu seco e os cotovelos descansaram sobre o balcão. O quê? Ele era previsível assim? Ah, por favor! Aquela família lia suas emoções como se fossem escritas em francês, é isso?

roma & julio • mpreg Where stories live. Discover now