Conversa Surda

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Precisamos conversar. E eu não gostaria que fosse um monólogo.
As coisas talvez tenham fugido um pouco do meu controle, e agora eu não consigo comer, dormir ou me concentrar em uma simples atividade diária.

Eu sinto que posso morrer de ansiedade ou de algo que me arranque os sentidos toda vez que vejo você vindo na minha direção.
Jurei ao pé da cama, no auge da minha dor, que jamais deixaria isso acontecer novamente. Mas hoje, hoje eu não consigo mais suportar me calar. É em vão tentar calar isso, porque toda vez que desisto de te contar, é como se eu morresse um pouco.

Eu tenho pensado em você mais que o necessário. Tenho desejado sua companhia além do que eu suportaria estar com qualquer outra pessoa. E isso é tão mal, sabe?

Porque eu não quero permanecer nessa viela de acesso ímpar, não quero ser só alguém que você mata suas necessidades carnais. Eu quero te beijar pesado, como naquela noite no banheiro da boate, e ao mesmo tempo quero te olhar como naquela tarde em meio aos livros da biblioteca. Você consegue lembrar? Aposto que não. Isso nunca significou nada pra você.

Por meses tive dores de estômago na ansiedade de acabar a aula e eu te encontrar nos corredores da escola, insônia por me perder no oceano de pensamentos que tenho contigo , borboletas habitando minha barriga e dando voltas na tentativa de encontrar uma fuga, auto estima baixa porque nunca acho que sou o suficiente perante toda essa situação.

Bem... eu perderia mais do seu tempo só aqui falando do que aconteceu nesses últimos meses, mas nada do que eu disser vai adiantar.

Eu não sei o que é pior: ficar me consumindo por algo que eu poderia ter dito, ou simplesmente ferir mais o meu orgulho admitindo que por ti me apaixonei. Diante de tanta coisa dita a única coisa que eu te peço é que não se afaste, porque paixão passa.

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