O demônio como segurança

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CAPITULO 25 - Kind

A primeira coisa com que Lis se deparou ao abrir os olhos foi Michael sentado no chão com os olhos fechados, enquanto segurava um canivete em mãos. Algo que a fez engolir em seco ao se sentar na cama, ligeiramente assustada. Olhou para os lados buscando algo que nem ao menos sabia o que era, pois seu intuito seria se defender, caso ele acordasse e a atacasse.

Suspirou ao retirar a coberta de si, colocando os pés no chão gelado temendo acordar o príncipe sádico pela primeira vez.

—Não pretendo ataca-la – Michael garantiu ao abrir os olhos, tentando não sorrir diante do olhar assustado da jovem.

— Então por qual motivo está segurando isso? – A pergunta fez Michael respirar fundo ao dar de ombros antes de se levantar.

— Um velho costume – Murmurou ao deixar o canivete no chão antes de colocar as mãos no bolso do short. – Vejo que não teve pesadelos.

— Foi fácil sabendo que tinha alguém comigo – Sorriu ligeiramente desviando o olhar assim que percebeu o que havia dito. Ela não queria demonstrar o quão feliz havia ficado por ter adormecido no quarto dele, e muito menos queria admitir para si o quão confortável se sentiu ao lado dele. – É melhor eu ir para a universidade – Disse tentando desviar a atenção, mas assim que se levantou, parou abruptamente ao ver Michael em sua frente. O encarou ligeiramente confusa. A distância que havia entre eles era ínfima, e sem perceber se viu prendendo a respiração por alguns segundos até seus olhos o encarar de cima a baixo. As mãos dele foram em direção a cintura de Lis, fazendo-a arfar assim que sentiu o seu corpo grudado no dele. O tecido de malha das roupas pareceu uma barreira desnecessária assim que ela ergueu a mão levemente, o suficiente para segurar em sua camisa.

— Será mais fácil – Michael murmurou em seu ouvido antes de tentar se afastar, sem sucesso, pois Lis havia segurado a sua camisa, grudando o seu corpo cada vez em que ele tentava se afastar – Pensei que precisasse ir para a aula – Falou sem graça.

— É estranho querer ficar mais um tempo assim? – Sussurrou mais para si mesma assim que colocou a sua cabeça contra o peito dele – Por algum estranho motivo, me sinto segura com você.

— Provavelmente por eu ter matado a pessoa que estava tentando te matar – Respondeu com escarnio ao percebeu a ironia da situação, pois ele tentava matar a jovem a sua frente sempre que podia ou quando perdia a cabeça.

— Deve estar certo – Respondeu ao se soltar dele – E obrigada novamente, por ter me salvado.

Michael deu de ombros ao vê-la passando por si, mas antes que ela saísse indagou o que já passava pela sua mente.

— Eu sei que você sabe - Falou sério.

— O que eu sei?

— Sobre mim. Ninguém tentaria tanto se não soubesse. – Se virou deparando-se com um sorriso gentil na face de Lis – Quem contou?

— Não sei sobre o que está falando, mas supondo que eu saiba, não é difícil perceber algo assim. Vou me arrumar – Sorriu mais uma vez antes de sair do quarto deixando Michael com o cenho franzido para trás.

— Parece que ser gentil não vai adiantar para fazê-la desmoronar – Suspirou antes de olhar para a sua cama, recordando-se dela adormecida. – Não tem como alguém dormir tão bem quando a pessoa que tentou mata-la estava ao seu lado. Se isso for normal para ela, a faz mais doentia do que eu. O que a faria ser mais doentia do que eu? – Questionou-se – Algo tão doentio que faria meu pai cogitar a sua presença como forma de me controlar.

***
Lis respirou fundo assim que entrou na sala de aula tentando não demonstrar medo ou pânico diante dos olhares curiosos dos alunos. Os mesmos olhares de sempre, mas naquele dia ela estava vulnerável.

DARK - Amor Sombrio (Degustação até junho ou julho)Where stories live. Discover now