5. Perfeita pra mim

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Marlon

Grace foi realizar o tal trabalho, e meu pai nem pode desconfiar que deixei minha noiva trabalhar, não acho ela errada, ela estudou é bonita e inteligente, não pareceu vulgar mas vai dar dar um trabalho danado; cheia de ideais, altiva e confiante. Infelizmente vou ter que por rédeas nela, por mim a deixaria viver e fazer o que gosta, mas minha família é cheia de  reservas e preconceito, estou certa de que ela vai sofrer e não sei até que ponto vou me impor.

Levei ela  e fiquei aqui no apartamento, ela ficou de avisar quando terminasse. Eu até pensei em ir trabalhar, mas não achei certo largar minha noiva na cidade, ela é bonita e independente, as vezes acabo sendo um ogro com ela como a mesma me chama por conta de medo de perder o controle ou o pulso não sei; só que sinto uma atração por ela e o pior que ela nunca vai me querer. Deve ter muita raiva de mim por aceitar um casamento arranjado e não lutar pela minha liberdade. Era exatamente o que vinha fazer galopando em meu cavalo naquela manhã, fazê-los dar o fora, mas quando bati os olhos naquela figura feminina, naturalmente sensual , loira de olhos claros até meu cavalo passo forte; recuou, como dar um fora naquela garota linda que me fez perder o ar.

Fiquei ali perdido em pensamentos me sentindo com dez anos outra vez por não saber como conduzir aquela situação. E o pior foi a brincadeira a noite em que deixei ela toda acesa me enchendo de esperança, eu preciso tirar isso de mim, ou estou encrencado.

Meu telefone toca no meu bolso e aparece seu rosto, temos o telefone um do outro;

___ Oi Marlon, acabei meu trabalho, pode me buscar?

___ Já estou indo Grace. Ele suspira e não sei o que significa, mas sinto como se ela também estivesse numa luta interna, compreendo ela muito estranha nossa situação e por outro lado parece destino.

Chego abro a porta da caminhonete e ela entra vermelha do sol, suada e feliz com olhos brilhantes como alguém que encontrou a profissão que lhe faz feliz, como tirar isso dela?

___ Tudo bem? quer tomar um suco?

___ Olha seu convite parece ótimo porque estou derretendo, fiz metade do jardim estava muito quente, minha pressão caiu um pouco, fiquei zonza, não fosse seu café teria desmaiado como algumas vezes já aconteceu, obrigada.

Eu continuo sério e mantendo o máximo da indiferença como se só estivesse ali pelo acordo, mas se eu tivesse conhecido ela sem saber estaria do mesmo jeito, mas poderia sorrir e ser normal. Acontece que quando ela diz ter passado mal,algo se contorce aqui dentro, e as coisas só pioram eu não sei o que está havendo comigo.

____ Vamos para uma lanchonete aqui perto pede um lanche, precisa de sal. Digo instrutivo categórico ela assente, é cordial e sensata, não tenta me agradar nem me desrespeita apenas acompanha meu jeito, essa mascara horrível de quem não quer nada com ela. Quase desprezo, mas ela não se irrita, não me odeia, não me ofende e isso desce amargo.

Entramos na lanchonete e ela pede um lanche natural, um suco tudo muito saudável e eu acabo ficando orgulhoso porque na fazenda tudo vem da terra, e parece que ela vai para o lugar certo.

Terminamos acabei acompanhando ela pois como bom trabalhador sinto fome nesse horário também, ela puxa a carteira, seguro seu pulso com cuidado apenas para avisar.

____ Não Grace, nunca pagará sua parte se estiver comigo; eu pago e embora não fosse sua intenção, isso foi quase um ofensa pra mim.

____ Bom desculpe, eu só não sabia, digo nunca estive em algum lugar com namorado ou ficante para uma refeição com meus amigos dividimos, somos sempre muitos na mesma mesa.

Ela disse isso mesmo, estou paralisado com sua confissão, ela e apenas um homem nunca... 

Droga de vida estou quase estourando fogos, foi tão singela de forma normal, essa garota tem o dom de ser na medida certa, fala o necessário, se veste bem, não acho defeitos, pontas soltas, consumismo, materialismo, vulgaridade, linguagem inapropriada, não encontro. Será que agradeço meu pai ou peço desistência da herança pra começar do zero com ela.

____ Tudo bem Grace, você tem seus costumes, é normal; o que não é normal é ninguém te convidar pra sair!

Os olhos dela arregalam, seu rosto cora de um jeito bonito; porque eu cantei ela descaradamente, minha língua solta.

____ Bom Marlon não que eu não tenha recebido um pedido para tal, mas nunca me interessei e aceitar pra ter que fugir no final da noite, parece algo que não vale a pena não é mesmo?

___ Sem dúvida você fez bem. Ela é Honesta ao extremo, e fala com tranquilidade que não queria  transar do jeito dela; acabo gostando da conversa e relaxo também.

Chegamos a fazenda, não tem ninguém foram para cidade grande comprar os alimentos para o casamento, entramos ele gira nos calcanhares e pergunta:

____Onde está sua família e meus pais?

____ Na cidade grande comprando os alimentos para festa do casamento. Digo me sentindo um monstro, porque não devia ser assim.

____ Nesse caso Marlon, posso perguntar uma coisa e não me leve a mal.

_____ Claro, deve.

_____ Onde fica seu quarto. uma palavrinha cheia de significados para um homem, essa garota quer me matar, fico uns segundos controlando minha masculinidade para tentar ser natural.

____ Na minha casa próximo ao lago, gosto do cheiro do lugar.

Ela me olha admirada e pensativa se prossegue e sendo como é não esta querendo o que eu gostaria muito.

_____ Sabe pode rir de mim porque vou dizer algo ridículo, só prometa que posso ir com você.

_____ Prometo, minha casa é sua senhorita Grace. Digo com um sorriso maroto pra ela que acaba rindo.

____ Não é nada disso Marlon, eu tenho medo de ficar sozinha no escuro; e mesmo que eu acenda a luz da casa toda ainda vou morrer de medo, tenho pânico de solidão.

Acabo não rindo dela, porque combina muito com ela isso tudo, e o jeito calmo e tranquilo que ela fala sem reservas, só hoje ela me deu muita noção da sua personalidade a qual eu gostei demais.

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Casamento arranjado  (Livro1: Duologia - Amor Na Fazenda)Where stories live. Discover now