Amor & Lealdade (Fidelidade, Amor e Devoção #2)

I - Verdades e Vereditos

James Shea passou rapidamente pela multidão de repórteres e curiosos acampados nos degraus da frente do tribunal de Seattle.

Ele seguiu rapidamente seu parceiro, Terry Oh, que correu na frente, empurrando microfones e câmeras para fora de seus rostos com um “sem comentários”.

Nenhum comentário dos detetives que perseguiram Tripp Ingersoll por dois anos, obtendo todas as pistas possíveis para conectar o universitário de rosto redondo com o assassinato de uma prostituta chamada Carmen Kelly. Nenhum comentário depois de um julgamento de seis semanas que prejudicou todos os envolvidos.

Terry chegou às portas da entrada e parou diante de um policial. Não havia necessidade de mostrar o distintivo e Jim nem se incomodou em colocar a mão no bolso. Eles estavam aqui todos os dias do julgamento, e com certeza esperavam agora que o veredicto fosse lido.

- Vamos. - disse Terry, pedindo para Jim ir na frente dele.

Jim sentiu uma mistura de gratidão e aborrecimento com a mão em seu braço - ele não gostava de ser manuseado, mas podia usar alguma ajuda para não explodir. A alta cobertura dos tablóides neste caso levou-o à distração. Ter visibilidade não significava nada para Jim se a parte culpada não fosse castigada. E esse cara precisava ter seu traseiro endinheirado e privilegiado jogado na prisão pelo resto de sua vida.

Jim honestamente não sabia o que ele faria se o veredicto não fosse considerado culpado. Ele sabia que isso estava errado. Depois de quase vinte anos na força policial, ele ouviu os discursos repetidas vezes. E os tinha dado a novos recrutas e detetives, Terry conseguiu isso alguns meses depois de se juntar ao departamento de homicídios.

- Você persegue os suspeitos, coleta as evidências, entrega o melhor caso possível ao promotor, e é isso. Isso é tudo que você pode fazer dentro dos limites do seu trabalho.

Desta vez - por causa dos Kellys ou a recusa presunçosa do suspeito em levar as acusações a sério - esse caso o dominara emocionalmente. Ele poderia colocar a culpa em uma crise de meia-idade ou esgotamento, mas as razões não importavam neste momento. Jim estava frito, e seu último fragmento de sanidade estava ligado ao veredicto de cinco mulheres e sete homens e o que quer que estivesse escrito naquela folha de papel.

Terry os conduziu ao tribunal sem muitas delongas; trocaram cumprimentos e breves abraços com os pais de Carmen, Ed e Della Kelly. A frágil compostura, as linhas de pesar e dor nos seus rostos parecia ecoar o que estava acontecendo no estômago de Jim. Ele se sentou e tentou respirar. Terry vibrou ao lado dele, torcendo o anel de casamento para todos os lados.

Este foi seu primeiro grande teste, sua primeira experiência com um caso que ficou sob sua pele até pensar que poderia ser eliminado com a necessidade de resolvê-lo. O recém-casado não estava tendo muita sorte ao explicar isso para sua esposa - uma situação que pesava ainda mais na mente de Jim.

Divórcios e rompimentos eram tão comuns na sala do esquadrão que ninguém se dava ao trabalho de escrever um cartão ou participar de uma despedida de solteiro. Parecia desonesto. Era deprimente e dá para adivinhar o resultado. Foi a desculpa que ele deu quando as pessoas perguntaram por que ele não estava vendo ninguém.

O tribunal se encheu com espectadores curiosos, familiares de ambos os lados, depois os promotores e os advogados de defesa. Então o momento em que todos prenderam a respiração pela entrada de Tripp Ingersoll. Seus pais e namorada se inclinaram para a frente para acariciar seu braço e fungar com simpatia; Jim tentou muito não odiá-los e lembrar-se que talvez, apenas talvez, eles realmente achassem que ele era inocente.

Porque se imaginasse que eles não se importavam ou pensavam que uma prostituta adolescente estrangulada e deixada morta em um estacionamento vazio, não valia esse “inconveniente”, ele poderia explodir. Os negócios foram resolvidos rapidamente e o juiz Crenshaw saiu do aposento.