Capítulo 8 - Exposto

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Olá 🙂 tenho desde já vos pedir desculpa por demorar tanto a publicar, mas não tenho conseguido devido a ter ficado sem computador, mas espero que gostem, o capítulo de hoje é um pouco intenso por isso leiam com cuidado, amo vos muito.

Já agora quero agradecer vos por quase 500 leituras ❤️ vale muito para mim acreditem...

E já sabem se gostarem, favoritem, comentem, como tanto sabem que amo, quando o fazem e sigam me e claro adicionem a história á vossa biblioteca, um beijinho e aproveitem.

P.s. eu não costuma por multimedia mas achei pertinente por esta música, por isso, ponham na a tocar antes de começarem a ler...

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     O caminho até casa pareceu demorar uma eternidade, mais do que o costuma, talvez algo  quisesse evitar o que planeava fazer quando chegasse a casa.
     Nos meus fones ouvia-se "You dont know" de Katelyn Tarver, uma música pouco conhecida, mas muito linda, que parecia resumir como me sentia no momento e quando a última frase foi cantada, cheguei à minha casa.
     O meu pai não parecia estar em casa, não que isso fizesse diferença, ele definitivamente não me iria impedir, o mais provável era ser ele a dar me os comprimidos...
     Subi até á casa de banho do segundo andar e comecei a ouvir as patinhas de Percy a vir na minha direção, mas despachei me a entrar na casa de banho e a fechar a porta, não me importando em trancá-la e sentei me encostado á porta, libertando as lágrimas que me restavam, numa tentativa que a tristeza partisse com elas, mas como em tudo na minha vida não tive sorte.
     Na minha mente só existia um vazio, mas não por me sentir sozinho, pois esse sentimento tinha se tornado tão comum, que deixara de ser um problema, sentia me vazio, pois as pessoas que desafiaram a quebrar essa solidão me tinham abandonado e no fundo a culpa tinha sido minha, a culpa era minha por não aceitar que eu mereço estar sozinho, não devia ter desejado, mais do que mereço, mais do que o mundo está disposto a dar-me e mais do que alguma vez vou ter.
     Tentei procurar por algo positivo, mas na minha mente isso era procurar uma agulha num palheiro, na minha mente só passava, os constantes abusos do meu pai, o abandono da minha mãe, a amizade de Jake e Lucas, que eu tinha destruído, a minha mente simplesmente não era capaz de imaginar um futuro, pelo qual eu queira esperar ou aguentar mais um segundo, nem um momento que me fizesse desejar dar mais um suspiro que seja.
     O meu corpo estava mole, parecia mover se sozinho, em direção á minha liberdade, ao momento que o meu coração ia parar e eu poderia depois de tudo o que passei, parar o meu sofrimento. Levantei me e fui até ao armário dos comprimidos e deitei os três frascos que encontrei para a minha mão e fiquei a observar a minha mão agora repleta do que seria a minha passagem para a felicidade.
     Enchi o copo onde tinha a minha escova de água e preparei me preparei me para engolir tudo, quando comecei a ouvir as patas de Percy na porta, que parecia aflito a tentar usar a pata para abrir a porta, o que acabou por conseguir, mas eu apenas enfiei os comprimidos para a boca, arrependo-me de imediato.
     Percy derrubou me logo de seguida com toda a força que tinha, acabando por bater com a as costas na parede, o que para minha sorte me levou a cuspir todos os comprimidos, que tinha acabado de por na boca, fazendo me começar a tossir compulsivamente.
     Durante minutos, fiquei onde tinha aterrado, sem saber o que fazer, apercebendo me do que tinha acabado acontecer e ao mesmo tempo do quão feliz estava que não tenha conseguido.
     Agora conseguia ver tudo mais claro, sim a minha vida continuava um pesadelo e se calhar o Jake nunca mais me ia mandar outra mensagem, mas eu não estava sozinho, tinha o Percy e podia não ser muito, mas a verdade é que ele precisava de mim e se morresse o meu pai ia dar cabo dele e não podia permitir isso.
     Peguei no Percy que tinha estado o tempo todo a lamber a minha mão, com um focinho muito triste, beijei-lhe a cabeça e disse:
     - Obrigado amigo, se não fosses tu, eu já não estaria aqui, não posso desistir do Jake, vou lhe tentar mandar uma última mensagem...
     Dirigi-me de imediato para o sótão com Percy e tirei papel e caneta da mochila da escola e apressei-me a escrever, o que seria a minha última esperança de continuar a falar com Jake...

Querido Jake, sei que não deves querer falar comigo e tens todas as razões para tal, a verdade é que tínhamos um acordo e eu fui egoísta e quebrei-o, mas quero que saibas que não o fiz com essa intenção, apenas não consegui mais esperar para saber quem eras, no entanto isso não é desculpa, por isso peço que me perdoes, eu continuo sem saber quem és e prometo que não volto a fazê-lo, apenas queria voltar a falar contigo, isso seria o bastante, se esta carta chegar a ti e fores capaz de me perdoar deixa a tua resposta onde encontraste esta mensagem, eu amo-te Jake.

Cumprimentos alguém que sempre será teu...

     Pousei a caneta e fiquei a contemplar o que acabara de escrever, rezando que ele me perdoasse e que ele a encontrasse, planeava deixá-la no livro onde tudo começou e esperar que ele o visse...
     O dia não demorou a passar e não demorou a que a manhã chegasse e o meu receio que ele não encontrasse a carta aumentava, mas estava decidido a fazê-lo e assim que o autocarro parou corri para a biblioteca.
     O meu corpo quase que sozinho dirigiu-se aquela estante, que agora parecia conter um significado diferente, ainda de esperança, mas desta vez a esperança de perdão...
     Peguei no livro e introduzi o bilhete, por alguma razão estava a sentir me observado, mas não devia passar de paranóia minha e apenas despachei me a ir para educação física, pois não queria chegar atrasado...
     O balneário já estava vazio quando entrei o que era um alívio, pois não conseguia ter forças para esconder mais uma vez as marcas no meu corpo.
     Troquei as minhas skinny jeans, pelas calças de desporto, que por serem largas escondiam o quão magro estava por quase não comer e troquei a minha blusa por uma sweat e corri para a aula.
     Ao chegar lá a primeira coisa que vi foi Lucas a fazer o aquecimento junto com a sua turma e ao avistar me, apenas continuou e fingiu que não me viu, o que não vou mentir me magoou bastante...
     Juntei me á minha turma a fazer o aquecimento, mas sempre atento a Lucas. Passado cinco minutos entrou Hayden, o melhor amigo de Lucas que trazia uma cara de gozo e um papel nas suas mãos, que me parecia assustadoramente familiar, era a mensagem que tinha deixado a Jake??? A minha resposta chegou pouco tempo depois, quando ele mostrou o papel aos amigos e todos se começaram a rir na minha direção, estava lixado.
     O resto do aula foi um pesadelo com eles constantemente a fazer piadas quando passavam junto de mim a chamar me nomes. Olhei para Lucas e ele parecia ser o único que não dizia nada, apenas olhava para mim fixamente como se quisesse perguntar algo mas não conseguisse...
     A aula acabou e foram todos para o balneário, excepto eu que fiquei responsável de arrumar os materiais e já estava a acabar quando os amigos de Jake entraram de novo já com a roupa normal e começaram a vir na minha direção.
     - Então maricas, sei que não sou esse tal de Jake, mas se quiseres deixo te chupar o meu pau - gozou Hayden, dando me um pontapé, que me atirou ao chão e agarrando me pelos cabelos.
     Ainda atordoado apenas consegui responder:
     - Por favor parem, que mal vos fiz...
     - Ainda perguntas? Estás a poluir o mundo com a tua mariquisse, faz um favor e mata-te - disse o Ken, o mais alto e musculado, cuspindo me na cara.
     - Mas diz lá quem é esse teu namoradinho - disse Daniel o mais magrinho.
     - Não sei é anónimo...
     Eles não disseram mais nada, apenas começaram me aos pontapés e murros até que se fartaram.
     - É bom que não contes a ninguém - disse Hayden.
     E com isto foram se embora a rir e eu fiquei ali, sem me conseguir mexer, pensando o quanto ainda tinha que sofrer, a este ponto já não queria ser feliz, apenas que me deixassem em paz...

As Mensagens de Jake (Romance Gay)حيث تعيش القصص. اكتشف الآن