CAPITULO II

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Louis acorda e não se lembra de ter dormido. Mais perturbador que isso, a cama é dura. O quarto é frio. Aí se lembra que não está em seu quarto. Está deitado na grama abaixo do céu aberto. Mais cedo correram até desabar. Foi quando deve ter dormido.

- Harry?

O Djinn está aqui, deitado um pouco longe, ainda dormindo. Pelo menos não aproveitou a oportunidade de abandonar o mestre.

Louis olha ao redor. Eles estão na entrada das árvores. Uma floresta densa e escura os esperando a frente. Algo sobre a escuridão preocupa Louis. Então quando ele escuta um barulho vindo do mato baixo, o corpo inteiro tensiona.

Folhas balançam, galhos estalam. Isso não é o vento. Isso--

- Harry! - Louis sibila o mais alto que se atreve, mas o Djinn nem se mexe.

Os tais sentidos apurados não estão honrando a fama. Louis se desliza até ele, sussurrando em sua orelha esquerda.

- Harry, acorda!

Nada. Os sons sinistros ainda estão vindo da floresta. Estão se aproximando.

- Harry! - parece uma péssima ideia, mas Louis estica a mão para balança-lo. - Por favor, não me mate por isso.

De repente, um clarão de cor salta da floresta.

- Aaaah!

Três coisas acontecem quase ao mesmo tempo. Louis grita, Harry acorda e o humano percebe que a coisa terrível que passou por eles é...

- Um veado?

A adorável corça filhote salta para longe, deixando Louis com um novo problema.

Harry está sentado ereto. Os olhos selvagens e desfocados do sono. Ele olha para Louis com uma combinação de panico se desfazendo e irritação crescendo. Louis sente uma risada surgir dentro de si.

A risada explode de Louis de uma vez. Diversão e alivio e algo um pouco maniaco. Harry fecha os olhos para manter a paciência. Ele não está impressionado. Louis fecha a boca e Harry o encara, o olhar indescritível.

- Bom dia.

Isso é um cumprimento? Uma afirmação? Louis não sabe o que dizer, então só mantém os olhos no cacheado tentando avaliar qualquer coisa do mais alto. Harry encara de volta e pela primeira vez o humano se sente realmente olhando para o Djinn.

Não só para a palidez de sua pele, o branco de seus olhos, mas as pequenas linhas ao lado das sobrancelhas que sugerem muitas vezes ter franzido o cenho. E a falta de linhas ao lado dos olhos, o que sugere não muito tempo gastado sorrindo.

A língua do albino lubrifica os lábios e os olhos sobem para os azuis. De repente tem essas pequenas... faíscas de eletricidade no ar. Como a tensão antes de uma tempestade. Harry e Louis coram e o Djinn desvia o olhar. O ar volta ao normal.

Harry se limpa, pega a garrafa de água dele e se prepara para voltar a andar. Louis tropeça para acompanha-lo, andando lado a lado. É escuro e muito quieto. Louis é preenchido com a urgência - a necessidade - de quebrar o silencio e manter quebrado.

- O que será que o tio Makram está fazendo agora mesmo...

Harry não fala.

- Você conhece alguma música para viagens?

Ainda não fala.

- Está, uh, quente hoje, não é?

Nada.

De repente, a mão de Harry avança e agarra Louis. Ele passa Louis com firmeza pro outro lado e suspira em aborrecimento.

- Não consigo te escutar.

Wilder (l.s. AU Djinn!Harry)Where stories live. Discover now