A chegada

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 Olá, Pessoal.

Voltei como prometido

Espero que gostem!

Beijão, EJ!

1. A chegada

Sou obrigada a desacelerar uma terceira vez. Quantas lombadas existem nessa estrada?

Odeio dirigir devagar, odeio fazer tudo devagar. Abaixo um pouco o vidro do carro e deixo o aroma da chuva entrar.

Como uma vampira eu consigo sentir tudo, ouvir tudo, ver tudo. Mas o cheiro é o que mais me deixa inebriada. Foi um choque quando eu me transformei e descobri que tudo tem um cheiro. Que absolutamente tudo tem um cheiro e que eu iria precisar de novas palavras para descrever eles. Ainda não encontrei todas elas.

O lugar é lindo, exatamente como eu gosto. E não é tão ensolarado quando minha cidade natal. Então aqui estou, ás 10 da manhã dirigindo normalmente. Volto a acelerar o carro pegando mais uma curva. Já consigo ver ao longe a cidade.

Forks. Até o nome da cidade não parece muito interessante, ou seja, é perfeita. Um lugar perfeito para os piores tipos de pessoas se esconderem. As pessoas que eu procuro são espertas, estão se mantendo fora do radar a bastante tempo. Até pararam por uns oito meses, mas estão de volta.

Tenho quase certeza de que é mais um caçador. Eu os detesto. Eu sei, eu sei. Eu sou uma caçadora também. Uma caçadora pior do que os que estou caçando. Eu não preciso de armas, eu sou a arma.

Pelo que eu pude ver, por minhas pesquisar. Tudo começa e acaba em Forks.

Todos os animais desaparecidos das regiões. Ninguém percebeu, mas eu sim. Pouco a pouco há animais selvagens desaparecendo das redondezas. Não posso mais ignora. Não me deixam mais ignorar.

Sam ronrona no banco de trás e eu passo a mão docemente por sua cabeça.

— Estamos quase lá, querida! — Não gosto de trazer ela nas viagens, ela sempre fica tão confinada, mas não há lugares para se deixar uma leoa em que eu confiei, nem alguém que possa alimentar ela regulamente enquanto estou fora, bem ainda não. Se tudo der certo logo terei uma excelente tratadora para a Sam vinda da Somália.

Então eu a levo comigo para todos os lugares. Afinal ela é minha família.

Finalmente passo pela placa de bem-vindo a Forks. Diminuo até o limite permitido nas ruas. Subo o vidro do carro, mas isso não me impede de sentir o cheiro deles. É sempre assim para mim. É sempre difícil estar na companhia dos humanos que não vou matar, no entanto já estou mais do que acostumada.

Inspiro uma última vez tentando ignorar o cheiro deles e da ardência cálida em minha garganta. Tento focar no cheiro de terra molhada. É basicamente o que faço todos os dias em minha empresa, embora lá não tenha terra molhada.

Inspiro mais uma vez e sinto um cheiro a mais. Isso fica registrado em minha mente, mas não me importo muito. Penso em várias coisas ao mesmo tempo. Nesse momento entre dirigir, montar um plano para pegar eles e revisar os números da minha empresa nas duas filiais diferente, um simples cheiro estranho não é prioridade, ainda mais quando é tão fortemente mascarado pelo cheiro dos humanos.

Qual melhor lugar para procurar informações por aqui?

Paro no posto de gasolina mais próximo, possivelmente o único na cidade.

Eu tentei fazer uma pesquisa a respeito do desaparecimento dos animais, mas ninguém encontrou nada, aparentemente ninguém mais notou a não ser os próprios animais.

PeregrinaWhere stories live. Discover now