Capítulo XV

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   - São muitos números Stefan! -exclamo enquanto olho o relatório dos estragos que a alcateia Lua de Sangue fez na nossa.

   - Eu sei Emy e seu pai não tem feito muito para dar um jeito nisso, ele ficou muito abalado com o que aconteceu. -fala enquanto analisa alguns papéis.

   - Vou resolver isso. Stefan é o seguinte, preciso que veja para mim se tem alguém passando fome na alcateia, desabrigados, família dos feridos durante o ataque, essas são nossas prioridades por agora. -falo me levantando.

   - Sim senhora, capitã! -fala batendo continência.

   - Seu bobo! -falo rindo dele.

   Dispenso Stefan e poucos minutos depois saio do escritório de meu pai, eu ainda não havia visto ele é minha mãe desde ontem, eu estava focada em exercer o que nasci para fazer.

   Assim que aponto na cozinha minha mãe vem correndo até mim e me envolve em seus braços.

  - Fiquei com medo de ter sido só um sonho! -fala me apalpando para ver se eu não era fruto de sua imaginação.

   - Não mãe, não é um sonho e eu não pretendo me afastar tão cedo. -falo dando um beijo em sua bochecha.

   - Filha, eu não sei nem o que dizer! -fala meu pai se aproximando de nós.

   Meu santo lobinho, meu pai estava com os olhos marejando! Ele nunca em hipótese alguma ficou assim. E agora ele está assim por minha causa!

   - Não precisa dizer nada pai ,o senhor estava apenas se deixando levar pelo Simon e agora as coisas vão mudar! -falo convicta abraçando ele.


[...]


   Minha mãe fica sentada enquanto observa meu pai e eu cozinharmos, um dos nossos passatempos preferidos.

   - Ainda não entendi, por que Ryan te sequestrou filha? -pergunta meu pai.

   - Parece que depois que ele saiu da nossa alcateia ele foi para a alcateia Lua de Sangue e eles tinham interesse em saquear a nossa, mas somos fortes, resistiremos bem, então veio a ideia de me sequestrar e Ryan fez sem pestanejar. -falo omitindo boa parte dos fatos, enquanto fatio um tomate.

   - Vamos mudar de assunto, por favor? -pede minha mãe.

   Apenas assentimos e começamos a conversar sobre coisas banais até terminarmos de fazer o almoço, e assim que o mesmo fica pronto, o meu casal preferido chega.

   - Que bom que vocês vieram! -falo abraçando Stefan e Sophia.

   - É bom te ter de volta amiga! -fala Sophia ao me abraçar.

   Nos sentamos a mesa e começamos almoçar, é tão bom estar de volta!

   Toc toc toc

   - Quem será? -pergunta minha mãe.

   - Deixa que eu atendo! -fala meu pai que já tinha terminado seu almoço.

   Observo ele abrir a porta e empalidecer ao ver quem é.

   - O que você faz aqui? -rosna meu pai e vejo seus olhos ficarem vermelhos.

   - Vim tratar de negócios. -fala uma voz conhecida.

   Salto da cadeira, caminho até ficar ao lado de meu pai e meu coração para uma batida ao ver quem era.

- O que você faz aqui Ryan?! -rosno.


[...]


   - Será que dá para me dar paz Ryan?! -peço de braços cruzados assim que colocamos os pés no escritório de meu pai.

   Meu pai, Stefan, Ryan e eu.

   - Por mais que eu adore ver você irritadinha, eu não vim aqui apenas por você. -fala dando um sorriso irônico.

   - Então por que você voltou depois de tanto tempo? -meu pai toma a frente do assunto.

   - Vim pela minha alcateia, mas também pela de vocês, temos interesses comuns. -fala sério.

   - Não acredito que você está falando isso, Ryan! Foi você que me sequestrou apenas para a sua alcateia saquear a minha! Graças a isso temos crianças passando fome e sem lar! -digo apontando meu dedo na sua cara.

   - E se vocês não me ouvirem logo essas mesmas pessoas irão morrer! -rosna perdendo a paciência.

   - Pode falar! -fala Stefan que até o momento estava se mantendo calado.

   - Tem uma alcateia, a alcateia Lua Cheia, eles são muito fortes e cruéis, Ems, se você acha que minha alcateia é má por deixar algumas crianças sem abrigo, você não tem noção do que eles fariam a vocês. -fala sério.

   - É você veio para pedir nossa ajuda? -pergunto sarcástica.

   - Não só por isso, mas também por você, por mais que tente ignorar a ligação que nós temos, eu sinto tudo o que você sentiu, mesmo você estando a quilômetros de distância e mim, imagine se algo de ruim acontecesse a você?

   Tudo bem, eu não esperava isso vindo dele.

   - Espera aí, que ligação é essa que vocês tem? -pergunta meu pai.

   Ferrou!

   - Ele é meu companheiro, pai. -falo seca e em seguida saio dali.


[...]


   Após ter saído da casa dos meus pais, me transformei e deixei minha loba se divertir um pouquinho, depois disso me transformei em humana novamente e cá estou, sentada a beira de um riacho pensando em como sou sortuda.

   - Como você está? -pergunta meu pai, sentando-se ao meu lado.

   - Fisicamente bem, mas psicologicamente... -faço sinal negativo.- São muitas coisas acontecendo em pouco tempo.

   Meu pai não diz nada, só me abraça, depois que eu voltei e ele se livrou das garras de Simon ele tem estado mais carinhoso com minha mãe e comigo.

   - E o Ryan? -pergunto.

   - Ficou conversando com sua mãe. Decidimos juntar as duas alcateias, o Alpha dele deve confiar mesmo nele. -comenta meu pai.

   - Pois é. -concordo pensando se seria uma boa ideia contar que o próprio Ryan era o alpha.

   - Filha, sabe, nós achamos que com essa guerra se aproximando seria melhor se você tivesse no comando, já estou ficando velho e não tenho a mesma garra e força de antes...

   - Pai, você não está ficando velho e tem mais garra e força que muitos jovens por aí! -o interrompo e dou um beijo em sua testa.

   - Pode até ser, mas eu me deixei levar pelo Simon. -lamenta.

   - Simon é um idiota e um fracote, pois sumiu depois que eu voltei. -falo tentando anima-lo.

   - Vamos voltar? -pergunta sorrindo.

   - Vamos! -respondo me colocando de pé.

   Chegamos em casa e começamos os preparativos para minha cerimônia que seria no dia seguinte, também teria um discurso de meu pai que colocaria a população a par de tudo o que está acontecendo.

   Todos estávamos com medo, pois, segundo Ryan a alcateia Lua Cheia era uma das mais fortes.

Companheira do meu irmãoOnde histórias criam vida. Descubra agora