One Shot

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Talvez mil séculos em cada ciclo do inferno me faça pagar por meu maior pecado.
Talvez cem anos de tortura sem pausas façam amenizar essa dor que sinto.
Talvez.
Talvez a minha vida pague a dele.
Talvez um dia seu irmão e seu amigo me matem quando perceberem o que fiz.
Talvez algum dia eu mesmo me mate pelo que fiz.
Quem sabe os deuses me punam, quem sabe eu mesmo me puna.
Peço perdão a ti, meu amigo, por tirar a sua vida da forma mais injusta e cruel que pode existir.
Peço perdão a ti, por mais que seja imperdoável.
Peço perdão a ti, por sentir a mais pura dor. A não física.
Peço perdão a seu pequeno irmão e peço perdão a seu amigo, este qual mandei matá-lo.
Peço perdão a pequena entidade na qual morrera para proteger.
A dor que sinto é indistinguível.
A dor que sinto é impagável.
A dor que sinto é incurável.
Tanto para mim, quanto para ti.
Irmãos de armadura, irmãos de alma.
Tamanha traição não tem perdão,
mas, com essa mesma cara deslavada, ajoelho-me a ti e choro sua morte.
Porque, independente de tudo, eu era aquele que mais o admirava, que mais o invejava.
Se eu sou o lado negro, você é o lado reluzente.
Se eu sou o lado obscuro, você é a paz.
Se eu sou o mal, você é o meu bem.
Me perdoe, meu irmão, meu amigo
por tirar-lhe sua vida, e te digo
Me perdoe por virar seu maior inimigo.

Notas finais

Me perdoeWhere stories live. Discover now