Futuras cunhadas

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Era hora de almoço e eu estava arrumando a mesa do Dr. Alberto, antes de sair. No momento em que eu organizava alguns papeis, ele entrou na sala.

—Ainda não foi para casa?_foram as primeiras palavras dele.

—Já estou de saída. Só estava colocando algumas coisas em ordem._respondi, educadamente.

Deixei a mesa em ordem e pedi licença para sair.
Quando eu segurei a maçaneta da porta para girá-la, senti mãos fortes segurarem meu braço.

—Jéssica, você quer alguém que a acompanhe no almoço?_ele perguntou, sem me soltar.

Por um instante, fiquei sem saber o que responder, mas logo em seguida consegui falar.

—Na verdade, eu vou comer em casa, na companhia dos meus pais. Depois, vou à faculdade.

Ele suspirou e tornou a falar.

—E... Você tem namorado?

—Sim, eu tenho._respondi, sem demora.

Ele não pareceu muito feliz com a minha resposta. Parece que estava esperando ouvir outra coisa.
Eu já havia perdido muito tempo, então achei melhor sair dalí o mais rápido que pude.

Eu não podia dizer que estou com o Eduardo.
Ao chegar em casa, encontrei meus pais na sala, sentados no sofá, contando o dinheiro do empréstimo que papai conseguiu no banco.

—Filha, hoje você demorou um pouco._mamãe falou.

—É que eu quis deixar tudo organizado, antes de sair._beijei o rosto de ambos.

—Nós já comemos, mas vou agora mesmo esquentar a sua comida._mamãe falou, levantando do sofá.

—Mãe, não é necessário! Pode ficar sentadinha aí, que eu mesma vou esquentar._falei, e a convenci a ficar onde estava.

Quando entrei na cozinha, tirei do refrigerador apenas a quantidade que eu comeria e coloquei para aquecer.
Poucos minutos depois, eu estava colocando a refeição no prato.

Terminei de comer e fui para o quarto.
Entrei no banheiro, escovei os dentes, arrumei o cabelo e depois escolhi uma roupa para vestir.
Olhei dentro da mochila para ver se não estava esquecendo de nada e em seguida saí.

Ao passar pela sala, dei um abraço nos meus pais e saí de casa, na certeza de usufruir de mais um dia de aprendizado, e na esperança de depois voltar para casa.
Depois de "andar" uma certa distância de ônibus, cheguei à faculdade.
Quando entrei, encontrei a Ana e o Beto conversando.

—O ônibus atrasou?_ela perguntou.

—Não. Eu cheguei mais tarde do trabalho. Vou colocar a mochila na sala e já volto.

Guardei meu material e voltei para falar com eles.
Eu estava contando alguma coisa, quando sinto duas mãos taparem os meus olhos. Tomei um susto, mas ao ouvir a gargalhada da Ana, pude imaginar de quem eram aquelas mãos.

—Quero ver adivinhar!_o Beto desafiou.

—São mãos grandes, fortes, cheirosas e macias._falei, tocando nas mãos que estavam a vendar meus olhos.

—Tá esquentando..._Ana disse.

—Essas mãos, só podem ser do Edu!_respondi.

—São inconfundíveis!_ele disse, tirando as mãos do meu rosto.

Virei-me e o abracei, mas assim que vi Bianca chegar, me afastei.

—Oi!_ela disse, olhando para os três.

—Oi!_respondemos, juntos.

—Jéssica, podemos conversar depois?_ela perguntou, tocando em meu ombro.

—Sim._sorri para ela.

As horas passaram voando. Depois da aula, Bianca veio falar comigo.

—Jéssica, eu pedi para o meu irmão esperar lá fora porque eu precisava conversar com você.

—Pode falar!_respondi.

—Eu sei que você e o Edu, estão saindo. O meu irmão está noivo da Débora e nada mais justo, que ele terminasse com ela e ficasse de vez com você._ela disse, calmamente.

—Bianca, eu sei que você prefere ela, para ficar com o Edu. A Débora é rica, viveu durante anos fora do país..._ela não permitiu que eu terminasse de falar.

—Jéssica, não nos conhecemos o suficiente para que saiba quais são minhas preferências. O que importa aqui, não é o que eu prefiro. Eu só quero que o Edu se sinta feliz, seja com você, com a Débora ou com outra qualquer.

Fiquei sem saber o que dizer e ela prosseguiu.

—Eu sei que o meu irmão está apaixonado, e não é por ela. Eu quero te conhecer melhor. Acho que podemos ser amigas._Bianca falou, pegando em minhas mãos.

—Obrigada por ser sincera. Eu também acho que podemos nos conhecer melhor e talvez sermos amigas.

Sorrimos uma para a outra e caminhamos até a saída.
Edu veio falar comigo, querendo saber o que a irmã dele queria.

—Bianca te ofendeu?_ele questionou.

—Não. Ela foi muito gentil e sugeriu que deveríamos nos conhecer melhor.

—Sério? Você aceitou?

—Claro. Talvez eu goste dela._respondi.

Procurei a Ana, mas o Edu disse que ela já tinha ido para casa com o Beto.
Eduardo me deu carona até a minha casa.
Me despedi e entrei.

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