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Kylie
                 Sentada sobre o degrau da varanda, observando o céu se tornando azul claro, eu pensava em Chan. Pensava no dia anterior e só de imaginar o beijo de despedida que ele me deu, meu coração virava mortais. Eu fico triste por ver a tristeza em seus olhos, as lágrimas caindo. O garoto merece a felicidade verdadeira, porém infelizmente, a sua saúde mental o alcançou antes.
                  Tudo o que aconteceu na vida dele foi um gatilho pra ansiedade. A morte de seu pai, acabou causando inúmeras consequências em sua vida. Me sinto aliviada de estar aqui para ele, já que pode confiar cem por cento em mim.
               O tom alaranjado do céu sumia de mansinho, eu bebia uma xícara de chocolate quente enquanto apreciava esse momento acolhedor. Desejava que seus braços estivessem ao redor do meu corpo, dedilhando meus braços e dispondo beijos em minha testa. Mas não. As coisas  - meus sentimentos -, estavam indo rápido demais. Não queria assustá-lo, muito menos o deixar desconfortável mas, meu subconsciente ansiava por ele aqui.
                Chan nunca foi de se expressar com palavras. Suas atitudes, seus toques, são seus meios de expressão. Ele sorri de lado, sorri completo, ri e todas as ações tem significados muito diferentes. O menino é um enigma, esse que me empenho a resolver. Quero saber seus pensamentos mais profundos, suas declarações e opiniões, porém para isso, ele precisa de seu espaço.
                Para mim já era claro, eu gostava dele. Na verdade desde pré-adolescente pelo que me lembro. Naquela época eu não queria nada, deveria ter aproveitado sua presença antes que o problema começasse.
                  Meu primeiro namorado, Henry. O infeliz rapaz que causou a pior fase de minha vida. Graças a seus comentários maldosos sobre meu corpo, que eu desenvolvi anorexia. Henry não mora mais em Sydney, se mudou para uma cidade pouco distante. Pelo menos com ele eu não me preocupo mais, nem com a anorexia.
                 O dia passava lentamente, arrumei minha mochila e fui em direção à escola. O caminho curto, era sempre calmo e bonito, me proporcionando lindas vistas. Chegando na arquibancada da piscina, me sento e observo a movimentação. De longe vejo minha parceira de time correndo em direção a mim.

“Ah meu amor, vou ficar com muitas saudades!” Diz Sophia depois de pular escandalosamente sobre mim, me abraçando. Eu retribuo e solto gargalhadas.

“Eu também. Não sei como vou treinar sem você aqui.” Nos afastamos e a garota fez um biquinho fofo. Ficamos conversando até a hora do treino começar.
               Quando a técnica nos liberou, fui rapidamente para o vestiário me arrumar. A pressa foi resultante de uma mensagem de Lisa, pedindo para eu ir em sua casa. Me despedi de Sophia e Joseph, mesmo o moreno nem olhando em minha cara.
                Segui o caminho para casa de minha melhor amiga, entrando sem bater na porta e indo direto para seu quarto. A garota estava deitada em sua cama embaixo de uma coberta. Lentamente me sentei do seu lado, me cobrindo também.
“O que aconteceu, meu anjo?” Perguntei para a menina desolada.

“Me desculpa te atrapalhar. Só não sei mais o que fazer com Camila.” Ela suspirou e eu neguei com a cabeça.

“De jeito nenhum. Me fala o que está acontecendo.” Eu disse pousando minha mão sobre seus cabelos desgrenhados, fazendo um leve carinho.

“A depressão dela está muito acentuada ultimamente. Ela não quer sair de casa, nem do quarto, realmente não sei o que fazer.” Desabafou a loira.

“Ah, amiga. Amanhã vá na casa dela, faça uma surpresa. Tente não forçar nada, nem muito entusiasmo, converse normalmente.” Eu disse depois de pensar por um tempo.

“Vou tentar.” Ela esticou seus braços em direção aos meus, pedindo um abraço.
                   Depois de algumas horas na casa de Lisa, decidi ir embora quando a garota já se sentia melhor. A noite chegava discretamente e eu apreciava a brisa gelada, enquanto seguia o caminho de casa.
                    Tomei um rápido banho e coloquei a roupa mais confortável possível. Deitada no sofá, busquei meu celular na mesa de centro, desbloqueando-o. Nele haviam mensagens de meu pai, respondi rapidamente, percebendo que Jane havia saído. Normalmente ela dormiria em casa mas, hoje ela não estava. Observei de longe um bilhete colado na geladeira da cozinha, então me levantei para lê-lo.
“Oi, Ky. Não se preocupe comigo, fui me encontrar com meu príncipe. Se precisar de mim com emergência, me ligue. Volto tarde, beijos!”
               Voltei para o sofá, sorrindo. Jane merece todo o amor, desejo tudo de bom para ela.
              O som de notificação ecoa pela sala e eu estico meu braço em direção a meu celular, lendo uma mensagem de Chris.
“Pode almoçar comigo amanhã? Quero te ver.”
                  Sorri boba olhando para a sua foto de perfil, é claro que aceitei.



Que sem graça esse capítulo, que bom que acabou o segundo arquivo
agora no terceiro e último que eu vou começar a postar semana que vem, melhorei bastante a escrita
Beijos, nenes
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