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NA: Faz tanto tempo que eu não escrevo nada. De verdade, tanto tempo. Crianças, um conselho: não parem de escrever se não quiserem uma mente enferrujada e dedos lentos. Esqueci de dizer oi. Pra ser sincera, esqueci até de como diz oi. Oi. Olá? Então! Eu tinha/tenho algumas ideias nos rascunhos e decidi postar essa aqui em forma de agradecimento pelo carinho de vocês em todas as obras. Eu vejo tudo, tá? Até os tweets. Obrigada e desculpa se eu tô completamente sumida.

Apesar do tamanhinho disso aqui, aqui vão palavras preparatórias: oneshot, 500 palavras, dia dos namorados, ensino médio, clichê, detenção, bilhetes, Harry é do time de futebol e Louis é do clube de teatro.

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"Aqui", Louis estende a mão e ela paira no ar, um envelope verde lá dentro, da cor que sua escrivaninha é– a que Louis o pressionou sobre, na noite passada, só para deixá-lo com essas manchas escuras, que só a jaqueta do time está fazendo um bom trabalho em cobrir. "Você deve ter uma centena desses no armário, mas"

Harry sente, como um golpe de ansiedade, o corredor se agrupando essencialmente com um único objetivo: observá-los. Ele tem, sim, uma centena desses, mas segura o envelope no ar, um pouco mais ligeiro do que pretende– não só porque aquela situação o desconcerta, mas porque isso importa demais.

Demais.

Louis enfia uma mão no bolso do tecido flácido de sua calça, parecendo jovem, sorrindo como um potente novo sol.

"Veja a vantagem, você foi o único que me deu um desses pessoalmente", Harry diz, guardando o envelope cuidadosamente no compartimento meio aberto da mochila. Há um lampejo de energia bruta descendo para a sua lombar quando o outro garoto morde o lábio debaixo por alguns segundos; tudo o que ele quer agora é puxá-lo para um beijo.

Seu cabelo está do tom escuro, o castanho que fica quando acaba suando, caindo de um jeito que toca sua sobrancelha de mel e os olhos dele só... Sabe. Os olhos dele. Harry precisa beija-lo. Ele quer muito. E por timidez, opta por um contido: "Feliz dia dos namorados."

"Obrigado", responde Louis, "Eu não escrevi nada nele, só tinha essa frase boba que encontrei e-"

"É perfeito."

Louis faz uma cara e então sorri, "Ew, você tá apaixonado ou alguma coisa?"

"Cala a boca" Harry sussurra, vermelho. Ele olha em volta e arranja tempo para se preparar, pois o que dirá em seguida está fazendo seu coração pular:

"Eu amo você."

Louis, que não é e nunca foi alguém de poucas palavras, ficou sem elas. Ele olha, olha e os lábios não fazem sequer menção de palavras, só aí Harry percebe que essa é a primeira vez que diz isso.

O sinal toca. Ele nem sabe qual é a próxima aula, em que andar ele precisaria estar agora, se foram dois minutos ou duas horas desde que Louis falou alguma coisa.

E ele se preocupa: "Ei, tudo bem? Eu não- Lou, eu não preciso que diga isso também, ok? Você não tem aquele teste de-"

Foi como soprar um cd arranhado, a resposta veio limpa e honesta. Veio na hora certa, o coração de Harry já ansiava: "Eu também. Também amo você."

"De verdade, você não precisa-"

"Harry, não. Eu amo você", ele segura seu rosto e Harry tenta piscar para deixar o ardor das lágrimas que não vão cair. Não vão, ele não precisa chorar. "Amo tanto, tanto. Eu- Você sabe disso, não sabe? Consegue sentir?"

Sim. Eu consigo. Não quero que isso acabe nunca. Nós podemos fugir juntos, envelhecer juntos, qualquer coisa juntos.

Ele não diz, mas o beija. Eles riem, porque Harry não pode evitar e a felicidade não cabe só dentro. Ambos conseguem uma detenção quando a monitora os enquadra no corredor, mas não importa. Eles fazem isso juntos.

Fim.

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⏰ Last updated: Sep 01, 2020 ⏰

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