Argus and Bratva

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[ Oliver ]

Minhas vistas estavam turvas, olhei de relance para meu corpo e vi alguns ferimentos, toquei a cabeça de leve e senti uma pontada violenta, fechei os olhos com força e finalmente consegui encontrar o cinto, o soltei e meu corpo caiu de cabeça pra baixo. Estou morrendo de dor, mas também de ódio, minha própria esposa tentou me matar e definitivamente agora ela passou dos limites, enquanto ela me obrigava a comer ervilhas tudo bem, era suportável, agora me jogar de um barranco? Talvez eu a matasse. Com uma certa dificuldade sai pela porta do carro onde eu já tinha quebrado o vidro, com cuidado fui engatinhando por conta da dor, tenho certeza que fraturei uma costela a dor estava agonizante. Após conseguir sair do carro me deixei de barriga pra cima e tateei os bolsos ate achar o celular.

- Merlyn, fui comprometido. – Respirei fundo e apertei meu braço esquerdo que latejava, provavelmente mais um osso quebrado.

- Eu sei, estou indo te buscar.- Não consegui dizer mais nenhuma palavra, ele apenas desligou.

***

Fiquei boquiaberto ao descobrir tudo que Thomas me contou durante todo o caminho. Caitlin também era uma agente, e trabalhava com a Felicity. Tommy também me contou que conseguiu conversar com a Caitlin e os dois encontraram uma solução para dar continuidade ao relacionamento deles. Não vai ser fácil tudo que eles terão que enfrentar, Bratva e Argus são inimigos a anos. Comigo e com Felicity a história foi completamente diferente, ela tentou me matar! Não sei se temo mais a minha esposa no momento ou a Argus e Bratva, que agora se uniram para nos matar.

- Oliver, Felicity ligou para Caitlin e contou tudo, depois foi para casa da Sara, que alias esqueci de mencionar que também é um agente. – Thomas me disse com um olhar confortador. Ate a Sara? O que elas pensam que são? As três espias demais?

- O que? Eu deveria estar preocupado? Tommy, ela me jogou de um barranco com o carro em movimento! – Já estávamos descendo do carro, então bati a porta com força.

- Mas ela não sabia o que estava fazendo  Oliver. – Ele me olhou tentando parecer convincente em suas palavras, mas não deu muito certo. – Contei tudo a Diggle, ele disse que tem um plano pra gente sair dessa.

- O plano é muito simples Thomas, eu mato a Felicity, acabo com a Argus e a Bratva e você e a Caitlin fogem e vivem felizes para sempre. -  Ironizei dando uma breve risada, ate todo esfolado não poderia deixar de ser debochado. Merlyn apenas revirou os olhos, iria dizer mais algumas coisas quando fomos interrompidos com a chegada de Diggle.

- Parece que sua mulher é dura de matar, não é mesmo? – Diggle gargalhou ao me ver todo machucado. – Vim te buscar, sei que não quer voltar pra casa agora, e já que vocês arruinaram meu encontro mesmo eu não tenho nada melhor pra fazer. – Diggle deu de ombros.

- Vamos, preciso fazer alguns curativos antes de revidar esse ataque. – Bufei irritado.

- Vocês dois estão mesmo dispostos a levar isso a sério? Oliver, vocês são casados a anos, pelo amor de Deus. – Diggle balançou a cabeça negativamente me reprovando.

- Ela deixou claro que me quer morto, Diggle, mas se ela quer brincar, eu também sei. – Ele apenas revirou os olhos e Tommy  pareceu decepcionado.

Eu é que estava decepcionado, a mulher que jurei amor até meu último dia de vida quase me matou, isso sim era motivo para estar desolado.

- Oliver é melhor vocês se resolverem, as 24hrs de cada um se eliminar já se passaram. Você quer lutar com sua esposa e contra duas agencias perigosíssimas que se odeiam? Porque eu escolhi ficar com minha esposa e enfrentar tudo isso com ela. – Tommy me olhou e disse convicto.

- Thomas, quem estiver no meu caminho está morto. – Passei por ele trombando propositalmente em seu ombro antes de adentrar o carro de Diggle. Talvez ele tivesse razão, ou talvez eu tivesse, ou talvez o ódio estava me cegando. Eu não sabia o que fazer, não sabia o que pensar, queria ver Felicity, conversar e esclarecer tudo, mas a raiva é o único sentimento que me mantém vivo no momento.

[ Felicity ]

Já era o terceiro copo de whiskey que eu estava tomando, nervosismo? culpa? raiva? dor? Que tal todas as alternativas.  Eu matei meu próprio marido, nunca pensei que a frase "ate que a morte nos separe"  fosse tão literal.

- Fel, para. – Sara apareceu na minha frente com um olhar reprovador. – Acabei de falar com a Cait, ele está vivo.

Finalmente depois de horas pude respirar, meus lábios automaticamente formaram um pequeno sorriso que o desfiz assim que me lembrei do resto. 

- Que pena. - Fingi desdém e beberiquei mais um pouco do meu whiskey. – Ele vai revidar, tenho certeza. – Joguei meu copo longe. – Sara, estou com tanto ódio. Eu o ODEIO. – Gritei virando a pequena mesa que tinha na sala dela.

- Primeiro, para de destruir minha casa. – Quem gritou agora foi ela. – Segundo, isso é ridículo. Vocês ao menos conversaram. Vai jogar anos da sua vida fora?

Iria responder, mas a janela principal da casa da Sara foi atingida por uma bomba de gás, nós duas nos entreolhamos por alguns segundos antes de corremos.

- Que merda é essa? – Ela gritou ao ver que outras janelas estavam sendo quebradas.

- Argus! – Gritei correndo ao lado dela. -  Ou talvez Bratva. Eu não sei Sara, a gente precisa dar o fora daqui.

Sara e eu saímos pela porta dos fundos e demos de cara com dois agentes. Estavam mascarados, então não dava pra identificar. Cada uma partiu pra cima de um deles, aparentemente eles eram novatos, bastou um deslize que nós duas quebramos o pescoço de cada um deles. Continuamos correndo ate um carro parar em nossa frente, por sorte era a Nyssa.

- Entrem no carro, agora! – Ela gritou, de uma forma que eu nunca a vi gritar. Parecia outra pessoa.

- O que está acontecendo Nyssa? – Sara perguntou antes de adentrar o carro.

- Eu que te pergunto, querida Noiva. – Sara e eu a entreolhamos.

- Esquece, apenas dirija. – Nyssa não gostou muito da resposta da noiva, mas fez o que ela pediu.

Nyssa fazia perguntas o tempo todo e Sara já estava perdendo a paciência.

- Amor, nós precisamos chamar a policia. – Nyssa disse preocupada.

- Nyssa, você pode por... – Sara parou de falar assim que eu atendi meu telefone que estava tocando.

- Eu avisei Felicity, agora não depende mais de mim. Sua cabeça esta a prêmio, faça o que for possível para sobreviver, você será caçada ate o último dia de sua vida. - Lyla disse sem nenhuma emoção.

- Que venham. - Desliguei antes que ela pudesse dizer qualquer coisa.

Deslizei meu dedo por todos os contatos ate achar o do maldito e discar.

- Oliver, precisamos conversar.

Sr. e Sra. QueenWhere stories live. Discover now