Capítulo 2

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Alecxia

Foi nessa casa onde eu passei os melhores anos da minha vida e sempre que venho aqui é como voltar ao passado, aqui estão as lembranças da minha infância, do meu pai da minha mãe e do meu amor do passado.

E esse estúdio em especial é onde está guardada as minhas melhores lembranças, é aqui que a maioria das vezes Salvatore e eu nos encontrávamos às escondidas.

Entrar nessa sala é como estar no túnel do tempo, tudo está como antes, as fotos, todo o meu material de trabalho está tudo aqui  e junto com tudo isso está a dor de ter perdido todo um passado bonito.

Hoje o que me resta daquele passado são apenas as lembranças.

“ Porque esse aperto no meu peito? Porque ainda dói tanto? Salvatore o que você fez com a gente?”

As lembranças vêm como punhal no meu peito, que dói quando entra, mas que dói ainda mais quando é tirado.
E por mais que eu não queira chorar mais por esse passado tão doído ainda sim eu não consigo.

Com uma das  minhas  mãos fechada bato no meu peito tentando aplacar a dor que eu sinto e com a outra seco as lágrimas que descem  pelo meu rosto.

“ Salvatore...Salvatore ...” O meu subconsciente grita o nome do causador de toda essa dor.

Ouço uma pancada forte vindo da porta, me viro e lá está ele. Como se pudesse ouvir o apelo do meu subconsciente, o meu chamado silencioso por ele.

__Salvatore...

Nossos olhares se encontraram eu pude ver nos olhos dele que ele também estava sentindo  o mesmo que eu.

Por aqueles poucos segundos eu pude vislumbrar  o Salvatore de antes.
Mas aqueles poucos segundos acabaram e logo ele se vestiu da máscara fria que ele carrega consigo.

__O que... você está fazendo aqui?  __Perguntei tentando me recompor.

__ Como diz o ditado: O bom filho à casa torna. E você o que está fazendo nesse lugar? Não me diz que sentiu saudades __ Ele começou a andar pela sala . __  O que você sente quando entra aqui?

Eu não soube o que responder, não sei se eu falo a verdade ou também coloco a minha máscara e finjo ser tão fria quanto ele, assim como tem sido todas as vezes que nos encontramos.

Preferir então optar pelo silêncio e apenas fiquei o observando.

__ Você não vai responder? __ Ele veio até onde eu estava e sorrindo falou. __Pois eu vou te dizer o que eu sinto quando entro aqui... Eu sinto que eu desperdicei anos da minha vida com uma mulher que não vale a pena e hoje frente a frente com essa mulher percebo que ela é a pessoa mais desprezível que eu já tive o desprazer de conhecer. Chega a ser cômico essa cena de choro, vindo de uma mulherzinha como você traidora e fingida.

Aquelas palavras estavam sendo duras demais e me trouxeram de volta a realidade. E se é isso que ele acha de mim pois bem, que continue achando.

__ Eu não tenho que te dar satisfações de nada se tem alguém aqui que não deveria estar nesse lugar é você. Até onde eu sei essa ainda é a minha casa e você deve... melhor dizendo é obrigado a me respeitar dentro da minha casa. Traidora e fingida? Pense o que você quiser, eu não me importo com o que você pensa ou deixa de pensar de mim agora sai daqui.

Ele me olhou com tanta frieza, que senti todo o meu corpo congelar e sem dizer uma só palavra a mais ele se foi,  me deixando sozinha com aquela ferida sangrando novamente.

Caí de joelhos no chão chorando, como se ele tivesse levado com ele todas as  forças que me colocavam em pé. Quando senti um abraço quente a me envolver.

Entre o amor e a vingança 2 de 3 (Degustação)Where stories live. Discover now