ㅡ echo. nct dream | renmin

PRÓLOGO

A definição de calmaria tomara uma forma muito mais ampla e condizente para aqueles que pudessem observar Renjun e seus cabelos voando levemente enquanto fitava a imensidão e vice e versa, protegendo seu eu de progredir na guerra interior que tentava escapar aos poucos. Naquele momento, a única coisa que importava era a sensação gostosa que a quentura da pick-up da mãe recém desligada exercia sobre sua pele enquanto as estrelas testemunhavam; testemunhas de um deserto perdido em um tempo em que dor qualquer podia atingir sua vastidão que golpeava na paz e no esquecimento de forças negativas.

Era bom não pensar em nada quando você jurava veemente ser feito de pensamentos num grau tão elevado quanto o do chinês. Essa era a hora reservada para se perder na calmaria e frieza daquele amarelado deserto, relevando uma alma que não pesava e mal existia no momento. Renjun, felizmente, não precisava ser alguém.

O rádio da pick-up estava ligada na estação favorita da mãe, enchendo o rapaz de sentimentos florais e delicados, lembrando da época tão nostálgica: o sininho da porta avisando a chegada de um novo cliente na floricultura sempre enchia o coração da mulher trabalhadora e do filho que tanto gostava de ver o sorriso no rosto dela.

Não precisava de mais nada. A noite se tornava dele à medida em que a música soava mais e mais baixa, conscientizando Renjun de que sua hora de brilhar no dia havia chegado e que ele não precisava se preocupar com forças maiores que fizessem ele se perder da forma que menos queria. Porque, apesar de estar ironicamente próxima à ideia tanto abominada, jurava que se perdia de uma forma diferente, uma forma boa.

Uma linha rente se estendia para Renjun e seus olhos se fechavam. Mas, de repente, tal linha ganhou um nó rudemente feito e ele foi obrigado a abandonar seu tão importante momento. Sentiu o apoio sobre si balançar e foi aí que ele tomou consciência do tamanho do nó que sua linha imaginária formou.

Alguém havia entrado na pick-up.