Capítulo Dois

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Ela nunca visitara a base do exército do dois. Já visitara outras bases com o pai, mas nunca a que ele trabalhava. E agora entendia o porquê.

Não era uma base comum, era um centro de pesquisa. Apesar de ter todos aqueles tanques em volta e, nesse momento, muitos homens correndo de um lado para o outro, o prédio era branco; havia cientistas e muitos laboratórios.

Conforme andavam pelos corredores, ela se sentia em um laboratório de pesquisa avançada de filmes sobre ficção científica. Também notara que Eduardo não se aproximou mais dela. Talvez assim fosse mais fácil do que terminar a relação dos dois.

— O que é isso tudo, capitão? – ela perguntou olhando pela janela de um laboratório onde havia um enorme tubo de ensaio e lá dentro tinha algo, uma coisa, que não conseguia identificar.

— Seu pai conversará com você assim que ele retornar, não se preocupe – o capitão respondeu.

A jovem notou que ele não devia ser muito mais velho que o irmão, Eduardo, mas nunca conversara com o namorado sobre o irmão. Nem sabia o nome do capitão. Mas era bonito, alto e forte. Olhos verdes, cabelos raspados, ombros largos, braços fortes. Devia ter em torno de um metro e noventa de altura. Samantha deduziu que ele devia ter pelo menos vinte e um ano de idade.

O capitão caminhou sem parar pelos corredores, até que chegou nos alojamentos. Destinou um para o irmão.

— Fique aqui, Eduardo. Eu já volto para te buscar.

E ela continuou caminhando com o forte capitão sem olhar para o ex namorado.

— O general pediu que eu a deixasse nos aposentos dele – ele abriu a porta de um quarto. Uma cama de solteiro, um armário e um criado-mudo com um abajur.

Então, era ali que o pai dormia quando estava trabalhando.

— Fique aqui dentro e não saia. Seu pai chegará em breve. O lugar é grande e tem coisas proibidas aos olhos dos civis.

Com isso, ele fechou a porta e saiu. Samantha pode ouvir os passos do capitão pelo corredor.

O pai demorou mais para chegar do que ela gostaria, mas quando ele abriu a porta, se levantou da cama e correu para os braços dele.

— O que está acontecendo? Quem eram aquelas pessoas? Por que mataram a mamãe?

— Calma, meu amor, vou tentar te explicar. Primeiro quero te mostrar uma coisa.

A levou para fora do quarto e caminharam em silêncio, de mãos dadas pelos corredores. Chegaram a uma porta de metal; e, ali, ele passou o crachá; e a porta se abriu.

O cômodo era escuro, tinha pouca iluminação, mas era possível ver um pequeno globo prateado dentro de uma redoma de vidro.

— O que é aquilo? – ela perguntou se aproximando, notando que era muito parecido com o avião onde aquela mulher chegou.

— Isso, meu amor, é uma nave espacial – o pai respondeu e ela engoliu em seco.

— Quer dizer que aquelas pessoas eram...

— Extraterrestres. Sim, eram visitantes do espaço. E essa pequena aí, trouxe um bebê há muitos anos atrás.

— Um bebê? – Samantha começou a sentir medo, suas mãos soavam frio e suas pernas tremiam.

— Sim, você chegou nessa nave.

Sua cabeça girou e por um momento sua visão embaçou. Apoiada pelo pai ela se sentou no chão gélido da base militar.

KaeliumWhere stories live. Discover now