- Eu juro que não sei como tu me convences a fazer essas coisas, Vitória. – Fala Margot, abrindo a porta do elevador no quarto andar do prédio onde mora. O corredor estreito, de ladrilhos vermelhos, leva à uma porta pintada com tinta óleo branca, já amarelada pelo tempo.
- Você queria que eu fizesse o quê? Hoje é quinta-feira. A gente merece um pouquinho de diversão. E afinal de contas foi só um happy hour bem divertido com duas amigas colocando a conversa em dia.
- A gente se fala todo dia, toda hora e todo instante, Vitória. Mais em dia do que a nossa conversa, impossível. – Fala Margot abrindo a porta do apartamento.
- Tem uma coisinha que eu ainda não sei e que você não quis me contar.
- O que é?
- O que você e o Pedro tem tanto em comum para que até os céus estejam conspirando para que vocês se encontrem tanto? – Brinca Vitória se jogando no sofá da sala do apartamento de Margot.
- Deixa de ser ridícula, Vitória. Não tem céu nenhum conspirando pra que a gente se encontre tanto.
- Claro que tem. Só você que não quer ver.
- Na verdade eu estou até com receio, porque não sei onde essa estória vai dar. E isso me assusta.
- Tã-tã-tarã... Tã-tã-tarã... – Cantarola, Vitória, a marcha nupcial. – Eu sei!
- Tô falando sério, amiga. As coisas estão acontecendo muito rapidamente e isso me deixa sem saber onde estou pisando.
- Boba! Teu problema é exatamente esse. Essa tua vontade de querer controlar tudo. E se não for para teres o controle da situação?
- Eu não sou controladora.
- Claro que és! – Responde Vitória sorrindo. – Qual foi a última vez que te deixastes levar. Seguistes sem saber exatamente tudo o que iria acontecer.
- Hoje à noite quando saí contigo.
- Deixa de conversa. – Responde Vitória jogando uma almofada em Margot. – Eu te chamei pra sair. Mas tu definiste o local, a hora de chegada, a hora da saída, como a gente ia, como a gente ia voltar, o que a gente ia comer, o que a gente ia beber e se a gente ia poder conversar com algum rapaz que estivesse paquerando a gente.
- Eu não queria sair pra paquerar, Vitória. Eu queria sair pra relaxar um pouco. Só isso.
- Claro que não ias querer paquerar. Já estás de paquera com o Pedro.
- Não. Não estou.
- Tá certo! Me engana que eu gosto.
- Tô falando sério, Vitória. Não tinha por que te mentir. Tem alguma coisa que fez essa ligação entre nós dois. Mas eu, realmente, não sei o que é. E algumas vezes eu chego a ficar assustada pensando no que pode ser.
- Ih... Não tô gostando do rumo dessa conversa.
- Não tem por que se assustar. Mas é algo que eu não sei mesmo o que pode ser nem onde vai chegar. – Margot se levanta do sofá se vira pra Vitória e complementa. - Mas vamos nos preparar pra dormir que amanhã ainda é dia de trabalho e a gente vai ter um dia cheio no escritório.
- Ai... nem me fala. Vou dormir aqui mesmo no sofá, tá?
- Tem certeza? Não tem problema nenhum dividir a cama contigo.
- Tu roncas. Prefiro dormir aqui. – Responde Vitória sorrindo.
- Deixa de graça. – Reclama Margot, rindo.
- Tô brincando. É que eu quero assistir um pouco de TV antes de dormir. Fica tranquila que eu vou ficar bem.
- Ok. Qualquer coisa é só chamar. Tu já sabes onde encontrar tudo por aqui.
- Pode ficar tranquila, mamãe. Eu sei me virar.
- Gracinha. Beijos! – Fala Margot caminhando em direção ao quarto.
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Médiuns (Completo)
Romance🥇1º Lugar na Categoria ESPÍRITA nos meses de novembro e dezembro de 2023 e janeiro de 2024. 🙏🏻 🥈TOP 3 nas Categorias ESPIRITISMO, MEDIUNIDADE e PARANORMALIDADE, em Janeiro de 2024. 🙏🏻 Como você se sentiria entrando em um mundo que nunca acredi...